Pat Koch Thaler, irmã do amado ex-prefeito de Nova York, Ed Koch, tomou a dolorosa decisão de pôr fim à sua vida em um momento de intenso sofrimento devido ao câncer. A sua partida, programada para o dia 16 de novembro, marca o desfecho de uma batalha de longa data contra a doença que a acompanhou por mais de duas décadas. Thaler, que teve uma carreira ilustre como reitora na Universidade de Nova York, sentiu que havia chegado a hora de fazer uma escolha que alinhava sua vontade com os princípios contidos na legislação de Nova Jersey, a qual permite que pacientes terminais optem pela morte em condições controladas. A decisão foi reiterada em suas palavras ao afirmar que não queria mais se torturar.

Uma vida rica e feliz marcada pela dor e pela escolha consciente

Com 92 anos, Thaler decidiu encerrar sua vida, após intensos anos de luta contra o câncer renal. Em uma entrevista ao The New York Times, ela se recordou de como a experiência de ver sua mãe enfrentar uma morte agonizante a fez reconsiderar sua própria trajetória. “Eu vivi uma vida muito rica, muito feliz, e não queria mais me torturar”, afirmou Thaler, refletindo sobre o impacto que a dor e o sofrimento têm na qualidade de vida de um ser humano. Sabendo que a escolha estava ao seu alcance, ela fez o que considerou melhor, usando a legislação em seu favor.

O ato mencionado é amparado pela Lei de Assistência Médica na Morte para Pacientes Terminais de Nova Jersey, que foi sancionada em 2019. Segundo essa lei, adultos mentalmente capazes com seis meses ou menos de vida têm o direito de solicitar a prescrição de medicamentos que podem ser administrados em seus últimos dias ou semanas, permitindo que possam pôr fim a seu sofrimento de maneira pacífica e digna. Thaler, residente em Pompton Plains, Nova Jersey, revelou que sua intenção era incentivar a conscientização sobre alternativas viáveis à dor prolongada enfrentada por muitos em situações médicas extremas.

Alternativa para um final pacífico e reflexões sobre a vida

Ao relembrar o início de sua jornada de tratamento, Thaler mencionou ter esperança de que os esforços possam proporcionar uma cura definitiva. “Eu pensava que, se eu fizesse o que fosse necessário, conseguiriam me curar. Mas as coisas não aconteceram dessa forma”, relatou, acrescentando que passou por diversos métodos invasivos de tratamento que, apesar de dolorosos, eram uma tentativa de recuperar sua saúde. No entanto, chegou a um ponto de reflexão e decisão onde a opção pela Assistência Médica para Morte parecia ser o caminho mais humano e consciente. Assim, ela escolheu criar uma programação para sua morte, marcando para 11 horas do dia 16 de novembro a ingestão de suco de maçã misturado a pó medicamentoso, que custou aproximadamente 900 dólares, além dos 6.000 dólares investidos em consultas de cuidados no fim da vida.

Seis horas após a administração do medicamento, Pat Koch Thaler foi declarada morta, após uma semana em que dedicou tempo a organizar suas finanças e a planejar seu funeral. Ao refletir sobre sua existência, Thaler compartilhou: “Eu não acredito em vida após a morte. Acredito que o corpo se desintegra e o que resta é o espírito, isso e as memórias”, indicando assim, uma visão pragmática e reflexiva sobre sua presença no mundo.

Memórias e legados da vida de Thaler e Ed Koch

Neste momento de despedida, Pat Koch Thaler recordou-se de seu irmão Ed, que foi prefeito de Nova York de 1978 a 1989 e faleceu em 2013, aos 88 anos, devido a insuficiência cardíaca congestiva. A relação entre os irmãos era marcada por uma cumplicidade intelectual e um ιδιαίτερο tipo de diálogo, onde Ed frequentemente compartilhava ideias e buscava o feedback honesto de sua irmã, que sem hesitar não hesitava em chamar ideias de Ed de “estúpidas” se assim acreditasse. Esta relação dinâmica mostra não apenas um laço familiar, mas também uma conexão profunda e significativa na vida pública e política da cidade de Nova York.

Em uma lembrança final, Pat expressou seu desejo de que suas reflexões pudessem servir como um legado, uma mensagem de entendimento e compaixão para aqueles que enfrentam batalhas similares. No final de sua trajetória, ela buscou não apenas um alívio do sofrimento, mas também criar um eco de escolhas conscientes em um momento de imensa vulnerabilidade, uma verdadeira ode à dignidade humana em tempos de adversidade.

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