Fowler Media Ltd.
Localizada na pitoresca Barry, no sul do País de Gales, essa cidade é conhecida por suas belas praias e rica história, tendo sido, no início do século XX, o maior exportador de carvão do mundo. No entanto, para os aficionados por cinema de terror de baixo orçamento, Barry ascendeu como o “Detroit” dos filmes de marionetes assustadores. É lá que a dupla dinâmica composta por Lawrence Fowler e seu pai Geoff está firmemente estabelecendo seu legado ao produzir filmes com temas de bonecos macabros. Lawrence, sendo o escritor e diretor, cria histórias que giram em torno de brinquedos que fazem travessuras em castelos e mansões, enquanto Geoff, um verdadeiro “tinkerer” britânico, é responsável pela confecção dos bonecos.
Tudo começou com “The Curse of the Witch’s Doll” em 2018, uma narrativa crowdfunding sobre uma adorável boneca possuída por uma bruxa do século XVII. Desde então, a Fowler Media Ltd. lançou uma sequência impressionante de filmes de terror com marionetes, incluindo a trilogia “The Jack in the Box” (2019, 2022, 2024), e o recente “The Ghost Within” (2023). O mais novo projeto da dupla, “Rob1n”, oferece uma narrativa inquietante sobre um homem solitário que cria uma companheira robô, sem saber que o código-fonte dela contém o espírito do seu filho assassino, que já morreu.
Assim, o que começou como um pequeno projeto pessoal rapidamente se transformou em uma linha de produção intensa de terror artesanal nos últimos oito anos. Lawrence ressalta que, inicialmente, não tinham a intenção de criar uma série de filmes baseados em marionetes, mas indicam que a recepção do público foi tão positiva que decidiram continuar nessa jornada. “O setor parecia gostar deles, o público parecia gostar, então continuamos fazendo”, comenta Lawrence.
Entre os sucessos, “Jack in the Box” teve mais de um milhão de entradas nos cinemas internacionalmente, conseguindo até uma boa performance na Itália durante a pandemia de COVID, quando os cinemas enfrentavam dificuldades. A sequência, “Jack in the Box: Awakening”, acumulou pelo menos três milhões de entradas, com uma boa parte desse sucesso vindo da América Latina e do Sudeste Asiático, segundo Glenn Ackermann, representante da Scary Content, uma distribuidora de filmes de terror de baixo orçamento. “A demanda pelos filmes de Fowler é consistente, e eles se tornaram uma marca conhecida, o que é notável para uma equipe pai e filho fazendo filmes independentes,” afirma Ackermann.
Scary doll movies podem ser a nova especialidade da família Fowler, mas a expertise vai muito além. A esposa de Lawrence gerencia as produções, enquanto sua mãe, esposa de Geoff, cuida dos adereços e ainda faz os lanches nos sets de filmagem. Com cada nova produção, a ambição dos Fowlers aumenta. “O orçamento de ‘Rob1n’ é ao menos dez vezes mais do que o que tivemos para ‘The Witch’s Doll’,” revela Lawrence. Enquanto isso, a complexidade das obras de Geoff evolui, com ele criando tradicionais fantoches e também robôs que utilizam impressoras 3D para os componentes.
Rob1n conta com cerca de 200 cenas com efeitos especiais, dos quais 90% a 99% foram realizados com efeitos práticos. “Acho que muitos fãs do gênero realmente apreciam isso”, afirma Lawrence com orgulho. Ele também menciona que, nesta produção, conseguiram fazer uma personagem pegar fogo pela primeira vez, algo que foi tanto emocionante quanto divertido para a equipe. Este impulso de inovação é o que mantém essa equipe criativa à frente de muitas em um espaço saturado de produções de terror, fazendo com que suas histórias realmente se destaquem.
Portanto, se você está em busca de filmes de terror que desafiem a norma e tragam uma pitada de crudidade e habilidade, fique atento ao que Barry, País de Gales, está criando. Com cada nova produção, o pai e o filho, através da Fowler Media, continuam a empurrar os limites da criatividade no cinema de terror, prometendo entregas cada vez mais intrigantes e emocionantes, que não são apenas um divertimento para os aprecadores do gênero, mas também uma rica tapeçaria que entrelaça a história familiar e o amor pelo cinema.
