No cenário atual em que todos desejam ter seu próprio John Wick, Rami Malek e o diretor James Hawes decidiram seguir um caminho diferente com The Amateur. Inspirados pelo romance homônimo de Robert Littell, lançado em 1981, e pela adaptação cinematográfica feita naquele mesmo ano, a dupla pretende dar um novo enfoque ao material original, trazendo uma nova perspectiva que se destaca no gênero de thriller de espionagem.
Na trama, que conta com a participação de Rachel Brosnahan, Malek interpreta Charlie Heller, um criptógrafo da CIA que, após a trágica perda de sua esposa devido a um ataque terrorista, decide pressionar seus superiores para que permitam sua própria missão de vingança. O recém-lançado trailer da obra sugere que o público poderá ver Heller se transformando em um matador implacável. No entanto, ele logo se depara com um obstáculo inesperado na forma de Laurence Fishburne, que interpreta um instrutor da CIA.
Em vez de se entregar às expectativas de um personagem que se transforma em um assassino solitário, Heller volta às suas habilidades em tecnologia e computação, um campo em que Malek já se destacou em sua aclamada atuação como Elliot Alderson na série Mr. Robot. Embora ambos os personagens compartilhem a luta contra forças opressivas, a motivação de Heller se enraíza no amor, enquanto a de Alderson provém de abusos familiares e má conduta corporativa, oferecendo uma nova camada de profundidade ao personagem principal.
Durante uma conversa, Malek descreve sua motivação complexa, enfatizando que “Charlie perdeu sua alma gêmea, a grande paixão de sua vida. Ele busca algum tipo de justiça diante de um sistema que o despreza”. Essa dor e sentimento de injustiça geram nele uma natureza explosiva, tornando sua jornada inesperada em um thriller envolvente.
Hawes, que anteriormente explorou temas de espionagem em projetos como Slow Horses e as potenciais consequências da tecnologia em Black Mirror, expressa que sua abordagem ao filme é diferente. Em vez de seguir estritamente os clichés do gênero, ele procura dar um novo significado ao personagem principal. “A narrativa que o público espera de um thriller de espionagem está presente, mas dá uma guinada ao foco no coração e na vulnerabilidade de Charlie como herói”, observa Hawes.
O trailer reforça essa ideia no momento final, quando Charlie se afasta de uma explosão. Ao contrário do típico herói de Hollywood que age indiferente, ele mostra uma reação humanizada, algo que Malek compara a uma cena impactante de The Dark Knight, onde mesmo um anti-herói como o Coringa flincha diante da explosão. “Queríamos que nossa abordagem fosse realista, mostrando que um ser humano, independente de suas habilidades, iria reagir a uma explosão,” explica Malek.
O diretor também menciona um cameo especial na nova adaptação, ressaltando o legado do filme de 1981. “Nós queremos oferecer algo que se sinta relevante e inovador para a audiência de 2025”, diz Hawes, indicando que eles não apenas remetem ao original, mas também trazem uma nova interpretação que desafia as expectativas dos espectadores.
Em termos de posicionamento geográfico, a mudança de locais da história de Praga para Istambul não apenas moderniza o cenário, mas também implica uma sensação de perigo atualizada, envolvendo espionagem sob um novo contexto geopolítico. “Queremos que as pessoas sintam a confusão e a paranoia que Charlie experimenta, como se fossem amadores em um mundo desconhecido”, conclui Malek.
O filme The Amateur está programado para estrear em abril de 2025. A expectativa é alta, não só pela qualidade dos envolvidos, mas pela promessa de uma narrativa que desafia os padrões convencionais de um thriller de espionagem.