Wicked transporta o público para o mundo de O Mágico de Oz, com a adaptação da Broadway estrelada por Ariana Grande e Cynthia Erivo programada para estrear nos cinemas no dia 22 de novembro. Sem dúvida, essa jornada foi bem mais suave do que a de 1985 com Return to Oz.
Após ganhar um Oscar por som no filme Apocalypse Now de Francis Ford Coppola, o editor e designer de som Walter Murch foi abordado pela Disney para discutir projetos como diretor. Murch manifestou interesse em contar uma história do Oz, o que despertou a curiosidade do estúdio, que detinha os direitos de algumas das obras do autor L. Frank Baum, como The Land of Oz e Ozma of Oz, que serviram de base para Return to Oz.
Uma sequência mais sombria e sem músicas em relação ao clássico de 1939 da MGM, Return to Oz traz a jovem Fairuza Balk no papel de Dorothy, que é convocada a retornar à terra titular, agora devastada pelo diabólico Nome King (Nicol Williamson) e Mombi (Jean Marsh). Nesta nova aventura, ela faz amizade com Jack Pumpkinhead (dublado por Brian Henson), o metálico Tik-Tok e Billina, a galinha falante.
Mas a jornada não foi fácil desde o início; o filme enfrentou desafios desde seu início, com sua produção colocada em suspenso seis semanas antes do início das filmagens, que contariam com um orçamento de 20 milhões de dólares. Assim que as filmagens começaram, Murch começou a perder a confiança da Disney.
“O estúdio ficou tão insatisfeito com o material que estava vendo e pelo fato de que estávamos atrasando o cronograma, que após cinco semanas me desligaram do filme”, recordou Murch em uma entrevista de 2000. A Disney, então, trouxe George Lucas, um amigo de longa data de Murch, que havia colaborado com ele na escrita do primeiro filme de Lucas, THX 1138, para a equipe londrina enquanto consideravam a possibilidade de substituí-lo.
“Isso causou um certo pânico,” disse Peter Elliott, que interpretou um dos vilões chamados Wheelers, ao The Hollywood Reporter, sobre a incerteza que pairava sobre o projeto. Graças ao convencimento de Lucas, a Disney decidiu que Murch deveria terminar o filme, e ele permaneceu para ajudar a colocar tudo de volta nos trilhos, com a ajuda de Coppola e Steven Spielberg, que também deram apoio à produção.
O filme foi lançado em 21 de junho de 1985, e a crítica não foi bondosa, comparando-o desfavoravelmente ao original de Judy Garland, com a resenha do THR observando que “a varinha mágica não passou sobre esta produção”. Return to Oz, que arrecadou 11 milhões de dólares e garantiu uma indicação ao Oscar pelos efeitos visuais que incluíram claymation de Will Vinton, marcou o primeiro e último esforço de Murch como diretor.
“Tivemos algumas dificuldades na produção, mas foi incrível trabalhar com Walter”, compartilhou Deep Roy, que interpretou o Homem de Lata.
Essa história foi publicada na edição de 20 de novembro da revista The Hollywood Reporter. Clique aqui para assinar.