A tradicional alocação de ativos conhecida como portfólio 60/40, que sempre foi referência para investidores que buscavam equilibrar o crescimento por meio de ações e a segurança oferecida por títulos, pode estar passando por uma transformação significativa na era digital. Atualmente, a ideia de substituir a parte destinada a títulos por bitcoin está ganhando força entre analistas financeiros, especialmente à luz do recente aumento da liquidez em stablecoins e das transações de bitcoin no mercado. Esse novo conceito sugere que a combinação de ações com uma maior participação em criptoativos pode proporcionar retornos muito mais robustos e interessantes. São tempos convidativos para uma reflexão sobre as estratégias de investimento e, quem sabe, até mesmo para incluir algumas pitadas de ousadia nos portfólios.
o que é o portfólio 60/40 e sua origem
O portfólio 60/40, que se popularizou nas últimas décadas, é um modelo de investimento que visa garantir uma diversificação saudável ao dividir os ativos em 60% ações e 40% títulos. Essa alocação, proposta pela Teoria Moderna do Portfólio desenvolvida por Harry Markowitz nos anos 1950, tinha como objetivo equilibrar o risco e o retorno de modo que os investidores pudessem navegação em diferentes cenários econômicos. Durante períodos de crescimento, as ações geralmente proporcionam retornos substanciais, enquanto os títulos tendem a estabilizar a carteira durante os períodos de queda. No entanto, a recente inflação acumulada e o aumento das taxas de juros têm feito com que muitos investidores questionem a eficácia desse modelo tradicional.
uma nova era de investimento
A inflação nos Estados Unidos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI), tem ficado acima da meta de 2% estipulada pelo Federal Reserve desde fevereiro de 2021. Recentemente, os dados indicaram uma inflação de 2,6% em novembro, sinalizando que uma mudança pode ser necessária. Ao mesmo tempo, a taxa de juros tem subido consistentemente, ferindo o desempenho dos títulos tradicionais. Um exemplo disso é o desempenho do Exchange Traded Fund (ETF) BlackRock iShares 20-plus Year Treasury Bond, que registrou um recuo impressionante de 54% desde seu pico em 2020 até os níveis mais baixos em 2023. Esse cenário questiona a suposição de que os investimentos em títulos ainda são a âncora da segurança nas carteiras dos investidores.
Addicionando bitcoin ao mix pode ser uma solução inovadora para superar esses desafios. Pesquisas de instituições como a Curvo, um provedor de dados financeiros, demonstram que um portfólio 60/40 que incorpora bitcoin pode ter um desempenho significativamente melhor. Ao considerar alocações de 1% a 10% em bitcoin, foi possível notar que maiores alocações em criptoativos resultaram em retornos mais altos. Por exemplo, uma alocação de 10% em bitcoin teria gerado mais de 70.000 euros (cerca de 73.000 dólares), quase triplicando o retorno em comparação com a alocação tradicional em ações.
impactos da inclusão do bitcoin no portfólio
Até mesmo o tradicional portfólio 60/40 pode ser adaptado para incorporar 60% em ações e 40% em bitcoin, eliminando a necessidade de títulos. Os resultados de tal alocação demonstraram retornos extraordinários, ultrapassando 500.000 euros (aproximadamente 526.000 dólares). Essa mudança não é meramente teórica. Com dados de 2024 apontando um retorno superior a 101% para o bitcoin, as perspectivas parecem ainda mais promissoras. O criptoativo se destaca por sua natureza descentralizada, o que elimina o risco de falha central, e tem demonstrado retornos anuais superiores ao ouro, o que o torna uma escolha mais atraente para diversificação em um portfólio.
Em suma, a incursão do bitcoin no portfólio 60/40 representa uma mudança paradigmática na forma como os investidores podem e devem pensar sobre alocação de ativos. Em um cenário econômico em constante mutação, a busca por retornos que superem a inflação e a segurança a longo prazo está mais relevante do que nunca. A reflexão sobre a modernização de estratégias de investimento não é apenas prudente; pode ser crucial para o sucesso financeiro futuro. Portanto, talvez seja a hora de considerar o bitcoin não apenas como uma moda passageira, mas como uma parte fundamental do portfólio de investimentos do futuro. Afinal, quem não gostaria de ver seu investimento triplicar em vez de apenas se dobrar?