A recente saga jurídica envolvendo Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York, tomou um novo rumo com a entrega de bens valiosos que ele possui, como um Mercedes-Benz conversível de 1980, uma coleção de relógios de luxo e um anel de diamante. Esta ação é um marco importante em um litígio persistente onde duas funcionárias eleitorais da Geórgia procuram receber parte de um montante imposto a Giuliani, que chega a impressionantes 150 milhões de dólares. O caso tem atraído a atenção da mídia por sua natureza peculiar e pelas consequências que ele representa na vida de Giuliani, que parece estar tentando escapar das implicações legais relativas a suas declarações infundadas.
Um advogado que representa Giuliani comunicou a um juiz federal em Nova York que os relógios e o anel foram enviados pelo serviço FedEx, enquanto o carro foi entregue conforme solicitado em um local na Flórida. Além disso, Giuliani orientou seu banco a transferir pelo menos 30 mil dólares de uma conta de banco, conforme a documentação apresentada ao tribunal na última sexta-feira. A entrega desses itens representa apenas uma fração do que Giuliani deve, mas sinaliza uma tentativa dele de colaborar com a ordem judicial. A situação foi habilmente destacada pelo advogado Joseph Cammarata, que assumiu o caso de Giuliani apenas recentemente. Ele enfatizou que a ação foi significativa para as vítimas do escândalo, Ruby Freeman e sua filha, Shaye Moss, que sofreram perseguições incessantes após as afirmativas de Giuliani em apoio à alegação de fraude nas eleições de 2020.
O contexto de todo o caso não pode ser ignorado, pois Giuliani viu sua licença para praticar a advocacia revogada em decorrência das controvérsias que o cercam. Contudo, o ex-prefeito não parece se distanciar do círculo de Donald Trump, pois planos já foram mencionados a respeito de sua participação em eventos relacionados à futura posse do ex-presidente. Nesse ínterim, os advogados de Freeman e Moss ainda estavam em processo de implementação de medidas legais para efetivar a aquisição de uma cobertura em Manhattan avaliada em 6 milhões de dólares, que será usada para quitar parte da dívida. É uma situação que não apenas reflete os desafios legais enfrentados por Giuliani, mas também as complexidades das interações entre figuras públicas e a esfera jurídica.
Os advogados da dupla não apresentaram resposta ao tribunal até a noite de sexta-feira, que também era o prazo estabelecido para a entrega dos itens por parte de Giuliani. Caso os bens não fossem integralmente entregues, o ex-prefeito poderia enfrentar um processo por desobediência civil. A comunicação visual trouxe um toque peculiar ao caso, com um porta-voz de Giuliani publicando um vídeo nas redes sociais onde ele mostrava uma mesa coberta com relógios e um anel prontos para envio, descrevendo essa coleção como o resultado de sessenta anos de trabalho duro. O porta-voz comentou que mesmo objetos com grande valor sentimental estavam sendo entregues sob ordem judicial.
Entre os relógios, Giuliani revelou que um deles pertencia ao seu avô e outros dois foram presentes de líderes europeus após os ataques de 11 de setembro de 2001, evidenciando não apenas um valor financeiro, mas uma carga emocional significativa. Entretanto, mesmo após essas entregas, muitos itens permanecem em uma instalação de armazenamento em Long Island, que incluem móveis e memorabilia esportiva que não precisam ser entregues para Freeman e Moss. O destino de outros bens, como a cobertura em Palm Beach e campeonatos do New York Yankees, ainda está envolto em disputas legais. Essas contrapartidas e a luta judicial atual revelam um quadro da vida de Giuliani que mistura glamour, poder e, ao mesmo tempo, um ceticismo profundo sobre sua capacidade de reconciliar sua vida pública com suas responsabilidades legais.
À medida que a situação se desenrola, Giuliani continua a argumentar que quer continuar residindo em sua cobertura, além de defender que os anéis da World Series foram dados ao seu filho anos atrás. O julgamento sobre essas disputas está agendado para janeiro, em um momento próximo dos eventos de posse de Trump, e a defesa já pediu para que o julgamento fosse adiado, citando conflitos de agenda que poderiam prejudicar Giuliani. As desavenças legais que se prolongam nesse contexto vão além de uma simples questão de bens, tratando-se de um tumulto mais substancial que mistura temas de notoriedade, responsabilidade e as consequências de falsas acusações em um ambiente altamente polarizado.
Um refrigerador que estava na cobertura de Manhattan também foi entregue a Freeman e Moss, mas seu advogado informa que Giuliani tem interesse em recuperá-lo, o que adiciona uma nova camada de complexidade à già abrangente lista de itens envolvidos no processo. Considerando que o Mercedes-Benz anteriormente pertenceu a Lauren Bacall, o advogado de Giuliani também solicitou uma avaliação do carro e propôs que, caso ele não tenha um valor superior a alguns milhares de dólares, ele seja devolvido a seu cliente. Essa e outras solicitações confirmam que a situação não se limita a uma questão monetária, mas caminha para uma reavaliação essencial de propriedade e valor simbólico em meio a um contexto conturbado.