Na última sexta-feira, o site oficial dos Grammy Awards de 2025 anunciou uma notícia que certamente tocará o coração de muitos amantes da música: o álbum póstumo “Opus” do icônico músico e compositor Ryuichi Sakamoto foi indicado na categoria “Melhor Álbum New Age, Ambient ou Chant” na 65ª edição da premiação. A obra não se limita apenas à música, mas também é complementada por um documentário que captura uma performance ao vivo de Sakamoto sob a direção de seu filho, Neo Sora, oferecendo uma visão intimista do artista.
Explorando o álbum “Opus” e o documentário que o acompanha
Lançado no dia 4 de agosto de 2023, “Opus” é muito mais do que um simples álbum. Ele é um testemunho do legado de Sakamoto, apresentando vinte composições que foram filmadas durante uma apresentação no renomado NHK Broadcast Center, em Tóquio. O documentário estreou no Festival de Cinema de Veneza no mês seguinte e foi realizado com a ajuda de três câmeras 4K sob a cinematografia de Bill Kirstein. Os produtores do filme incluem a esposa de Sakamoto, Norika Sora, junto com Albert Tholen, Aiko Masubuchi e Eric Nyari, enquanto Jeremy Thomas atua como produtor executivo. A empresa Film Constellation é responsável pelas vendas internacionais do documentário.
Antes de sua morte em março de 2023, aos 71 anos, Sakamoto expressou em uma declaração que “Opus” foi idealizado como uma forma de registrar suas performances enquanto ainda podia se apresentar, em um esforço para preservar sua arte para o futuro. Essa visão do artista revela não apenas seu talento musical, mas também uma sensibilidade profunda que toca seus fãs e seguidores.
Uma carreira marcada por inovações e contribuições significativas
Ryuichi Sakamoto nasceu em 17 de janeiro de 1952, em Tóquio, tendo se graduado na Tokyo University of the Arts. Em 1978, fundou a influente banda YMO (Yellow Magic Orchestra) ao lado de Haruomi Hosono e do falecido Yukihiro Takahashi, cuja sonoridade inovadora com sintetizadores não apenas conquistou o Japão, mas também deixou sua marca em turnês internacionais. Os hits do grupo incluem a icônica canção “Rydeen” e os álbuns “BGM” e “Technodelic”, que solidificaram sua posição na história da música eletrônica. Apesar da separação da banda em 1983, eles retornaram em 1993 para apresentações ocasionais, reafirmando a força da sua união musical.
Em sua carreira solo, Sakamoto também se destacou como compositor de trilhas sonoras, incluindo a notável “Merry Christmas, Mr. Lawrence”, que lhe rendeu prêmios BAFTA e Mainichi por Melhor Música de Filme. Além disso, em 1988, foi agraciado com o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original e o Grammy pela trilha do filme “O Último Imperador”. Sua habilidade transcendeu as fronteiras de gênero musical, na qual suas contribuições para trilhas sonoras de produções como “Asas de Honneamise” e “Sayonara, Tyranno” são bem reconhecidas.
Um legado que vai além da música
Além de seu impacto na música, Sakamoto dedicou muitos anos a causas nobres, incluindo a luta antinuclear e apoio às áreas afetadas por desastres naturais. Suas crenças pacifistas o levaram a se opor a tentativas de emendar o Artigo 9 da Constituição japonesa, demonstrando seu compromisso com a paz e a justiça social. Ele é também filho do falecido Kazuki Sakamoto, editor de autores renomados como Yukio Mishima, e foi casado com a cantora e compositora Akiko Yano de 1982 a 2006, com quem teve uma filha, Miu Sakamoto, que segue os passos do pai na música.
A indicação de “Opus” no Grammy é mais uma evidência do impacto duradouro de Ryuichi Sakamoto na música e na cultura mundial. Sua obra continua a inspirar gerações, não apenas por meio de suas composições musicais, mas também por sua abordagem humanitária e seu profundo amor pela arte. À medida que a cerimônia do Grammy se aproxima, muitos se voltam para a memória de Sakamoto, celebrando não apenas suas conquistas, mas sua vida como um todo, que foi dedicada à busca pela beleza e à luta por um mundo melhor.
