A renomada atriz Sharon Stone teceu críticas contundentes em relação ao atual cenário político dos Estados Unidos durante sua participação no Festival de Cinema de Turim, na Itália. A conversa foi iniciada durante um painel onde ela dividiu o palco com a proeminente atriz Angelina Jolie, com a temática abrangendo questões pertinentes à violência contra as mulheres.

Stone, que teve a honra de receber o prêmio Stella della Mole do festival, expressou sua percepção de que os Estados Unidos estão passando por uma fase de “adolescência ignorante e arrogante”. “Vocês, na Itália, conheceram o fascismo,” afirmou Stone, salientando a importância de se aprender com a história. “Meu país está passando por uma adolescência. A adolescência é, por natureza, arrogante. A adolescência acha que sabe tudo. A adolescência é ingênua e ignorante. E nós estamos na nossa adolescência ignara e arrogante.”

A atriz chamou atenção para uma estatística alarmante: “Apenas 20% dos americanos têm passaporte, e isso indica que muitos deles vivem em uma incrível naïveté.” Ela enfatizou que, para enfrentar os desafios atuais, é fundamental que as pessoas se ajudem mutuamente. Em um apelo por solidariedade, ela pregou a importância do apoio mútuo para abordar questões sociais prementes.

“Eu respeito os resultados da votação,” disse Stone em relação à reeleição de Donald Trump. “Mesmo que eu não goste do presidente, respeito seu papel. Isso é a democracia. Não sei o que acontecerá no futuro, não sou uma vidente.” Ao finalista da corrida presidencial, Kamala Harris, Stone questionou: “Será que realmente conseguimos conhecê-la em apenas três meses e com um único debate na TV?” Esta reflexão levanta questões sobre a eficácia das campanhas e a penetrabilidade das mensagens em um cenário eleitoral tumultuado.

A fala de Stone rapidamente viralizou e ecoou as declarações semelhantes feitas por Alec Baldwin, que também enfatizou a desinformação nos Estados Unidos. Baldwin, que recebia o Prêmio de Contribuição ao Cinema na mesma edição do festival, declarou que a informação nos EUA é frequentemente influenciada por interesses financeiros, tornando-se um negócio em vez de um serviço ao público.

Essa conversa acendeu um debate crucial sobre a informação, a política e o papel dos cidadãos em uma democracia cada vez mais polarizada. A capacidade de compreender e interpretar eventos globais, como a mudança climática e o conflito na Ucrânia, é vital para a formação de opiniões embasadas que podem influenciar não apenas as esferas políticas, mas também as sociais e culturais.

Ao encerrar suas observações, Stone reafirmou seu desinteresse em uma carreira política, declarando de forma enérgica: “Eu? Oh, Jesus, não!” O festival em Turim proporcionou um espaço não apenas para a celebração do cinema, mas também para a reflexão crítica sobre a sociedade contemporânea, ao destacar a necessidade de um engajamento mais profundo dos cidadãos com o seu contexto político e social.

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