Passaram-se mais de cinco anos desde que um incêndio catastrófico consumiu grandes partes da icônica catedral de Notre-Dame, em Paris. No entanto, nesta sexta-feira, a resiliência e a história da catedral foram celebradas com um momento simbólico e comovente. Os sinos históricos da catedral tocaram novamente, trazendo uma nota de esperança e renascimento para os corações dos parisienses e de todos que a amam.
Durante a manhã, oito sinos da catedral tocaram juntos pela primeira vez desde abril de 2019, conforme relatou Alexandre Gougeon, responsável pela instalação dos sinos. A data não poderia ser mais perfeita para simbolizar o novo capítulo da catedral, que se prepara para reabrir suas portas ao público no próximo mês, em dezembro.
“Ouvir os sinos tocarem esta manhã foi muito emocionante”, disse Gougeon à mídia. Ele acrescentou que o projeto para instalar os sinos levou um ano e meio, e descreveu o som como “a culminância de um grande projeto”. O eco dos sinos reverberou não apenas na catedral, mas nos corações de todos que acompanhavam o momento histórico.
Os sinos foram restaurados após serem danificados durante o incêndio que feriu a estrutura, e tocaram juntos como parte de um teste técnico que antecede a reabertura oficial da catedral. O evento não se limita apenas aos sinos que retornaram; três novos sinos também foram apresentados ao público e instalados na catedral na quinta-feira anterior.
O maior dos sinos foi doado pelo comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Paris. Esse sino teve uma vida anterior emocionante, tocando no Stade de France, o estádio nacional da França, durante as vitórias e batidas de recordes dos atletas nos Jogos Olímpicos deste verão. “Ver este sino novamente é muito precioso para nós, e o fato de ele ter uma segunda vida e uma vida eterna no coração de Notre-Dame é verdadeiramente significativo”, afirmou Tony Estanguet, presidente do comitê organizador, durante uma entrevista a uma emissora de rádio francesa.
A restauração dos sinos de Notre-Dame representa um marco importante, pois o toque dos sinos é considerado um dos momentos “mais importantes” durante a missa, explicou Olivier Ribadeau Dumas, reitor da catedral. “Celebra realmente a vitória do amor. E é o sinal mais genuíno de que a esperança está sempre presente”, acrescentou Dumas em uma declaração à imprensa.
O incêndio que devastou a catedral em 2019 consumiu a estrutura durante várias horas, resultando na destruição de partes significativas de sua história centenária. Investigadores ainda não determinaram a causa do incêndio, mas acreditam que foi acidental. Possíveis teorias incluem um cigarro aceso ou uma falha elétrica, conforme indicado por promotores franceses.
Localizada na Île de la Cité, uma pequena ilha no rio Sena em Paris, a catedral de Notre-Dame sempre foi uma das atrações mais populares da capital francesa, atraindo cerca de 13 milhões de visitantes anualmente. O presidente francês Emmanuel Macron havia prometido ao público que os trabalhos de reconstrução seriam concluídos em até cinco anos após o incêndio, mantendo a catedral em sua forma original. A reabertura das portas da catedral está prevista para o dia 8 de dezembro.
Felizmente, o cronograma está dentro do esperado, conforme garantido por Philippe Jost, presidente do órgão público responsável pela conservação e restauração do Patrimônio Mundial da UNESCO. “Tudo está quase pronto, o que significa que estamos dentro do cronograma. Estamos confiantes”, disse Jost à rádio RTL. “A cada dia a catedral se torna mais bonita”, acrescentou, creditando os 2.000 homens e mulheres que trabalharam incansavelmente na sua restauração. Assim, a melodiosa volta dos sinos não é apenas um eco do passado, mas um sinal vibrante e esperançoso para o futuro da celebração e da fé na catedral que, apesar dos desafios, permanece firme em seu lugar como um símbolo intrínseco da história e cultura francesas.