No cenário atual dos ambientes de trabalho flexíveis, as empresas estão se adaptando rapidamente às novas demandas e práticas que emergem a partir dessa dinâmica. Um dos avanços significativos que essa adaptação traz é a utilização de autenticação via smartphones, favorecendo o acesso de colaboradores a prédios de escritórios. Um levantamento recentemente realizado revela que quase dois em cada cinco negócios estão permitindo que seus funcionários utilizem os telefones celulares como ferramenta para entrar e sair dos ambientes de trabalho. Esse movimento representa uma transformação significativa na forma como as empresas gerenciam o acesso às suas instalações.

Entre as empresas que se destacam nesse segmento, a SwiftConnect se posiciona como uma inovadora plataforma que facilita o gerenciamento do acesso em escritórios físicos. Fundada em 2020 por Chip Kruger e Matt Kopel, a empresa nasceu após a venda da antiga companhia, Waltz, para a WeWork em 2019. A experiência que Kopel adquiriu na WeWork, onde brevemente esteve após a aquisição da Waltz, o inspirou a desenvolver a ideia para a SwiftConnect. Ele acreditava que o controle de acesso móvel sob demanda que a WeWork buscava se tornaria o padrão para muitos escritórios no futuro.

A plataforma da SwiftConnect foi projetada para simplificar o gerenciamento de acesso em ambientes empresariais. Por meio desse serviço, os colaboradores têm a possibilidade de adicionar um crachá digital a suas carteiras digitais, como Apple Wallet ou Google Wallet, em seus smartphones. Com essa tecnologia, o crachá digital concede acesso ao edifício e/ou áreas compartilhadas protegidas por fechaduras que funcionam por NFC (Comunicação em Campo Próximo). Os administradores têm acesso a um painel de controle onde podem emitir credenciais, garantindo que os funcionários consigam acessar apenas os locais autorizados.

Embora a SwiftConnect não seja a pioneira no mercado de plataformas de controle de acesso móvel, competindo com empresas como Openpath, Kisi e Verkada, Kruger destaca que sua solução se diferencia por não exigir que as empresas instalem novos dispositivos de leitura. Essa característica facilitou a conquista de clientes significativos, como a Silverstein Properties, proprietária do 7 World Trade Center na cidade de Nova York.

Com a afirmação de que sua tecnologia está em funcionamento em mais de 9 milhões de metros quadrados de espaço escritórios, a SwiftConnect, um ano atrás, havia declarado que não esperava a necessidade de levantar capital adicional, a não ser que oportunidades estratégicas surgissem. Essas oportunidades parecem ter se concretizado, pois recentemente a empresa levantou impressionantes 37 milhões de dólares em uma rodada de investimento da Série B, liderada pela Quadri Ventures, com a participação de outras empresas como HID, Egis Capital Partners, Klingenstein Fields Advisors, Crow Holdings, JLL Spark, Navitas Capital e Spring Rock Capital.

De acordo com Kruger, essa nova injeção de capital, que eleva o total arrecadado pela startup para 74 milhões de dólares, será direcionada para o crescimento da equipe, atualmente composta por 135 colaboradores, e para a expansão para novas regiões. Atualmente, a SwiftConnect possui escritórios em Montreal e Stamford. Além disso, aquisições estratégicas estão em pauta; no ano passado, a SwiftConnect utilizou uma parte dos recursos para adquirir a Detrios, uma empresa especializada em controle de acesso.

Kruger explica que a SwiftConnect está estendendo sua expertise para o mercado de aluguel multifamiliar de alta renda, com implantações já completadas nesse setor. “Estamos facilitando o acesso self-service, sem restrições, a garagens, prédios, catracas, suítes de escritórios e áreas de lazer para os inquilinos em todo o nosso portfólio de propriedades”, menciona Kruger.

Apesar da sólida taxa de crescimento, a SwiftConnect enfrenta desafios potenciais. Sistemas de controle de acesso centrados em dispositivos móveis podem deixar os colaboradores em uma situação delicada caso seus smartphones desliguem. Ademais, plataformas como a SwiftConnect suscitaram preocupações com relação à privacidade dos dados.

Uma reportagem do Business Insider destaca que empresas como PwC, Amazon e Goldman Sachs estão utilizando crachás para registrar as localizações de trabalho de seus empregados. Em uma pesquisa recente, 62% das organizações afirmaram que planejam usar o sistema de crachá para rastrear a presença de funcionários. Portanto, a SwiftConnect tem o ônus de demonstrar que é capaz de oferecer conveniência sem invadir a privacidade dos usuários.

“Nossa plataforma é baseada em um princípio de privacidade desde a concepção, onde coletamos a menor quantidade possível de informações dos usuários necessárias para operar o serviço”, assegura Kruger. “Nossos clientes retêm total controle sobre os dados dos usuários que processamos em seu nome”. O futuro da SwiftConnect pode não ser apenas uma questão de gerenciamento de acesso, mas também de como equilibrar a inovação tecnológica com a ética e a segurança dos dados pessoais.

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