Um potente terremoto de 6.8 graus na escala Richter atingiu a costa leste de Cuba no último domingo, causando danos materiais em diversas regiões enquanto a ilha ainda se recupera de uma série de apagões generalizados e os efeitos de duas tempestades que devastaram o país nas últimas semanas. O abalo sísmico foi registrado a cerca de 39 quilômetros ao sul de Bartolomé Masó, antes do meio-dia, e ocorreu apenas uma hora após um tremor anterior de 5.9 graus. Esta sequência de eventos sísmicos e meteorológicos traz à tona a fragilidade das infraestruturas e a luta contínua da população cubana para enfrentar catástrofes naturais.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o tremor teve seu epicentro em uma área que já havia sentido os impactos das recentes tempestades, que incluem furacões que causaram estragos significativos. É um momento crítico para a população cubana que, além de lidar com o estresse causado pelos desastres naturais, enfrenta dificuldades adicionais relacionadas a serviços essenciais, como fornecimento de energia elétrica.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, informou que a situação é alarmante e que já foram relatados deslizamentos de terra, danos a imóveis e interrupções nas linhas de energia. As autoridades estão ativamente avaliando os estragos para iniciar as operações de recuperação o mais rápido possível, uma tarefa que se torna cada vez mais difícil com o acúmulo de crises. Imagens divulgadas pela mídia estatal Cubadebate mostraram edifícios danificados com rachaduras nas paredes e escombros espalhados pelas ruas, evidenciando a gravidade da situação em várias localidades.
Partes da província de Granma, particularmente o município de Pilón, foram destacadas como as mais afetadas, recebendo relatos de “muitos danos” de acordo com Enrique Diego Arango Arias, chefe do Serviço Nacional de Sismologia de Cuba. Num cenário de múltiplas crises, os moradores dessa região partilharam suas experiências, enfatizando que nunca sentiram um tremor tão forte quanto o registrado recentemente. Griselda Fernandez, uma residente local, comentou que o tremor foi “forte como nunca” e deixou a população em estado de alerta máxima.
Os ecos do terremoto foram percebidos ainda em outras províncias do leste, como Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo, que também enfrentaram os impactos do devastador furacão Oscar no mês anterior. Essa localização geograficamente vulnerável realça a preocupação em torno da resiliência das comunidades cubanas frente a eventos climáticos e sísmicos que se intensificam com o tempo. Em meio a esse contexto, as autoridades e os cidadãos tentam se reerguer, mas a luta é árdua e repleta de desafios.
A tempestade Rafael, que foi uma tempestade de categoria 3, acabou de atingir Cuba e provocou o apagão em toda a ilha, agravando a situação já problemática de serviços essenciais. Para adicionar uma camada adicional de tensão, o terremoto ocorrido no domingo não gerou uma ameaça significativa de tsunami, segundo o Centro Nacional de Alerta de Tsunamis dos Estados Unidos, embora tenha sido enfatizado que existe uma “muito pequena possibilidade” de ocorrência de ondas de tsunami nas costas mais próximas ao epicentro do tremor.
Apesar do impacto do terremoto, a capital Havana aparentemente não sentiu o abalo, mas as ondas de choque foram percebidas em partes do sul da Flórida, onde imagens nas redes sociais mostraram luzes de teto balançando em prédios de Miami, provando que a intensidade do tremor foi significativa. As comunicações na região estão comprometidas, dificultando o envio de mensagens e chamadas, uma situação que foi compartilhada nas redes sociais por cidadãos que se encontram sem acesso a informação e apoio.
A fragilidade das infraestruturas em Cuba, já prejudicada por fatores econômicos e ambientais, soma-se ao desafio da recuperação e reconstrução em um cenário onde múltiplas crises se interligam, mostrando que a resiliência e determinação dos cubanos terão que se adaptar e fortalecer ainda mais para enfrentar os dias difíceis que estão por vir. O futuro está em suas mãos, e a esperança é que as autoridades consigam mobilizar recursos e incrementar medidas efetivas para restaurar a normalidade e a segurança de uma população resiliente.