Presidente eleito expressa intenção de proteger a popular plataforma social durante campanha
Na última terça-feira, informações exclusivas do Washington Post revelaram que o presidente eleito Donald Trump está articulando medidas para evitar a proibição do TikTok nos Estados Unidos, uma decisão que poderia impactar gravemente 180 milhões de usuários mensais da plataforma no país. Durante sua campanha eleitoral, Trump havia se comprometido a salvar o aplicativo, que se tornou um fenômeno cultural, especialmente entre os jovens. Esse movimento surge em um cenário em que ele se propõe a adaptar sua abordagem em prol de estratégias que buscam maior aceitação popular.
Kellyanne Conway, ex-assessora e gerente de campanha de Trump, manifestou ao Washington Post que o presidente eleito “aprecia a amplitude e o alcance do TikTok”. Ela acrescentou que existem formas mais eficazes e menos prejudiciais de responsabilizar a China sem precisar alienar milhões de usuários nos Estados Unidos. Esse raciocínio reflete uma mudança significativa em relação à postura inicial de Trump, que havia priorizado uma abordagem mais agressiva em relação ao TikTok durante seu primeiro mandato, intensificando as cobranças contra a empresa-mãe, ByteDance.
Dados de pesquisas realizadas indicam que a proibição do TikTok não apenas afetaria usuários, mas também criaria um vácuo que poderia ser preenchido por outras plataformas, potencialmente favorecendo concorrentes como o Meta, controladora do Facebook e do Instagram. A perspectiva de um TikTok banido só tem gerado mais confirmações de que a política de Trump está se moldando não apenas por interesses internos, mas também por uma análise cuidadosa de movimentos no cenário tecnológico e social.
Além disso, o Washington Post consultou três assessores anônimos de Trump, que acreditam que o presidente eleito tomará medidas concretas para intervir em defesa do TikTok, dado o impacto econômico e social que a plataforma exerce nos Estados Unidos. Vale lembrar que sob uma legislação bipartidária sancionada pelo presidente Biden, a empresa-mãe do TikTok, ByteDance, tem até o dia 19 de janeiro para vender o aplicativo, um dia antes da posse de Trump. O TikTok, por sua vez, tem contestado a proibição, alegando que a medida fere a Constituição americana, levantando discussões sobre a liberdade de expressão e o impacto das decisões políticas na esfera digital.
Com essa nova postura, Trump parece estar se distanciando de ações que possam ter um efeito adverso em sua popularidade entre os eleitores, enquanto tenta balancear suas promessas de campanha com a necessidade de manter a estabilidade social e econômica. A defesa do TikTok pode ser categorizada não somente como uma ação de marketing político, mas como uma jogada esperta para construir uma base de apoio entre os jovens, um segmento demográfico altamente ativo e engajado na plataforma. Este novo enfoque de Trump foi uma estratégia significativa, considerando os números impressionantes de usuários que podem ser decisivos em uma eleição futura.
Enquanto isso, o tempo corre e o fervor da luta pela sobrevivência do TikTok continua, com as próximas semanas prometendo disputas acirradas no campo político. Será que a intervenção de Trump será suficiente para dar um desfecho positivo à saga do TikTok nos Estados Unidos? Apenas o tempo dirá, mas uma coisa é certa: a ligação entre política e redes sociais nunca foi tão evidente e crucial na definição de rumos eleitorais e sociais.