A Ucrânia marcou um divisor de águas em sua campanha militar ao lançar, pela primeira vez, os mísseis Storm Shadow, fabricados no Reino Unido, em alvos no território russo. O evento ocorreu na quarta-feira, de acordo com um blog militar russo e a Reuters, somente um dia após a Ucrânia ter utilizado mísseis ATACMS, fabricados nos Estados Unidos, para atingir uma instalação militar russa. Essa sequência de ataques revela uma escalada significativa nas ações ucranianas e destaca a crescente capacidade da Ucrânia em atingir alvos a longa distância.

O uso dos mísseis Storm Shadow foi confirmado a jornalistas pela Administração Ucraniana, embora não tenha sido oferecido um detalhamento sobre os alvos ou o evento em si. O ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, evitou dar confirmações definitivas em uma coletiva de imprensa realizada na mesma data, mas enfatizou a determinação da Ucrânia em se defender. Ele afirmou que “estamos utilizando todos os meios para defender nosso país, e não entraremos em detalhes, mas é importante que saibam que somos capazes e estamos aptos a responder”. A resposta firme de Umerov sugere que a Ucrânia está se preparando para uma campanha prolongada e intensificada contra as forças russas.

Imagens postadas por um blogueiro militar russo mostraram fragmentos de um míssil Storm Shadow, alegando que até doze desses mísseis foram disparados na região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia. As fotografias foram coletadas na aldeia de Marino, a cerca de 56 quilômetros da fronteira, e foram confirmadas como oriundas do modelo Storm Shadow por um especialista em armamentos. Este tipo de míssil, que pode alcançar uma distância de até 250 quilômetros, é conhecido por sua precisão extrema e capacidade de perfurar instalações fortificadas.

Além disso, um vídeo separado, verificado e geolocalizado pela CNN, mostrou explosões audíveis a partir da aldeia russa de Marino na quarta-feira. Especialistas analisaram o vídeo e indicaram que não havia sinais de que as explosões se originassem de outro tipo de munição, embora não fosse possível confirmar definitivamente que eram resultados dos mísseis Storm Shadow. Enquanto isso, reportagens da BBC afirmaram que a utilização dos Storm Shadow se limitou à região de Kursk, onde as tropas ucranianas continuam a manter posições contra o avanço russo.

Atacando com mísseis ATACMS anteriormente

O ataque de quarta-feira estava alinhado com um ataque realizado um dia antes, quando a Ucrânia utilizou mísseis ATACMS para atingir um arsenal de armas russo em Bryansk, ao norte da região de Kursk. Os mísseis ATACMS, cujo alcance é um pouco menor que o dos Storm Shadow, foram liberados para uso pela administração Biden e demonstraram eficácia em atingir alvos profundos no território russo. Os oficiais de defesa dos EUA confirmaram que a Ucrânia atacou com sucesso um depósito de munições, demonstrando a capacidade do país de realizar operações militares coordenadas em larga escala.

Autoridades indicaram que, durante o ataque aos depósitos em Bryansk, a Ucrânia utilizou pelo menos oito mísseis ATACMS, resultando em explosões significativas que causaram danos consideráveis. Embora a Rússia tenha alegado ter interceptado alguns mísseis ucranianos, a avaliação inicial dos oficiais dos EUA indicou que a missão foi bem-sucedida, com evidências de explosões secundárias no local do impacto, um fenômeno típicamente associado a depósitos com grande quantidade de armas e munições.

A utilização desses mísseis indica um nível de coordenação militar e estratégia por parte da Ucrânia, e os recentes desenvolvimentos ressaltam a intensificação do conflito na região. A resistência ucraniana, agora armada com tecnologia ocidental, tem se mostrado ser um desafio significativo para a Rússia, particularmente em áreas onde os ucranianos ainda mantêm controle territorial.

Por fim, a mudança de tática ucraniana, incluindo o uso de mísseis de longo alcance para atacar diretamente alvos russos, não só sinaliza um aumento na confiança da Ucrânia em suas capacidades militares, mas também eleva a pressão sobre as forças armadas russas. A situação na região permanece tensa, com cada lado se preparando para novas investidas, enquanto a comunidade internacional observa de perto o desenrolar dos eventos.

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *