Uma nova pesquisa realizada pela Green Raven Limited, uma consultoria especializada em cibersegurança, revelou um panorama preocupante no setor. Profissionais de cibersegurança de grandes organizações no Reino Unido demonstram uma crescente sensação de desespero e impotência diante das ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas. O estudo, conduzido em parceria com a Censuswide, envolveu 200 especialistas que lideram equipes de cibersegurança, gerenciam orçamentos e desenvolvem estratégias de defesa em empresas com mais de mil funcionários.

A pesquisa trouxe à tona um quadro alarmante: 70% dos entrevistados relataram emoções negativas impulsionadas pelo contínuo aumento das perdas cibernéticas. Além disso, 59% dos profissionais expressaram uma sensação de inevitabilidade em relação a falhas na cibersegurança de suas organizações, o que se reflete em suas vidas pessoais. Nesse contexto, a pressão exercida pela alta administração para justificar orçamentos de cibersegurança está gerando um estresse considerável.

Nos últimos anos, o setor de cibersegurança tem passado por uma transformação significativa. As estratégias tradicionais, que anteriormente envolviam gastos elevados em soluções sem um foco claro, mostram-se ineficazes na prevenção de perdas decorrentes de ataques cibernéticos. Na busca por uma abordagem mais eficaz, os profissionais de cibersegurança agora estão optando por métodos mais direcionados e baseados em dados, que lhes permitam compreender melhor as ameaças que enfrentam. A pesquisa destaca a confiança dos profissionais em ferramentas baseadas em inteligência artificial para fornecer insights mais precisos e aprimorar a defesa contra potenciais ataques cibernéticos.

Ademais, a pesquisa assinala a pressão alarmante que esses profissionais enfrentam diariamente. Aproximadamente 70% afirmaram sentir uma pressão extrema para demonstrar a necessidade de seus orçamentos de cibersegurança para o próximo ano, sendo que a maioria enfrenta dificuldades em conquistar os recursos financeiros necessários. Embora quase 90% dos entrevistados afirmem que suas organizações destinaram mais fundos ao setor, menos da metade acredita que esse investimento é suficiente para atender às crescentes demandas de cibersegurança.

Outro ponto crítico ressaltado no estudo é a dificuldade em prever a origem dos próximos ataques cibernéticos. Dois terços dos profissionais afirmaram sentir-se como se estivessem “trabalhando vendados”, o que dificulta a alocação de recursos, a priorização de ameaças e o desenvolvimento de defesas proativas. Essa incapacidade em prever os riscos eleva a vulnerabilidade das organizações a ataques, agravando uma situação já crítica.

Por outro lado, a pesquisa sugere que as ferramentas avançadas de inteligência artificial podem apresentar uma solução para esses desafios. Quase quatro em cada cinco participantes expressaram confiabilidade nas novas ferramentas de IA, que podem oferecer uma vantagem na detecção e mitigação de ameaças. Além disso, 79% dos profissionais concordaram que um processo ideal descrito no questionário, com quatro etapas – identificar riscos potenciais, avaliar cada um deles cuidadosamente, tratá-los e monitorá-los – seria eficaz no gerenciamento de riscos e conformidade.

Apesar de 75% afirmarem que suas organizações já seguem esse padrão ideal, metade dos que discordaram mencionaram que suas organizações implementam abordagens mais curtas e menos abrangentes, concentrando-se apenas no fortalecimento das medidas defensivas e na avaliação de riscos específicos. Ignorar os protocolos estabelecidos pode resultar em uma mitigação inadequada de riscos, aumentando a vulnerabilidade a ameaças cibernéticas em constante evolução e gerando um efeito dominó de inquietação e desespero entre funcionários e líderes.

Morten Mjels, CEO da Green Raven, destacou a contradição nas atitudes dos entrevistados em relação às suas estratégias de cibersegurança. Ele afirmou: “Apesar do impacto em suas vidas, orçamentos de cibersegurança em constante crescimento e a crença de que uma violação ocorrerá mesmo assim, os entrevistados continuam a afirmar que as atuais estratégias de cibersegurança são ‘sustentáveis’ – embora suas próprias observações indiquem claramente o contrário”.

É evidente que os profissionais de cibersegurança estão insatisfeitos com o estado atual de seu setor. Muitos se sentem sobrecarregados pela pressão de proteger suas instituições em um cenário de ameaças crescentes, escassez de recursos adequados e falta de estratégias eficazes. A crescente frustração nesse campo pode ter consequências não apenas para as organizações, mas também para a saúde mental e a qualidade de vida dos profissionais que dedicam suas carreiras a essa luta que, a cada dia mais, se intensifica.

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