Em um resgate surpreendente de sua performance decepcionante em 2023, a Disney alcançou um marco significante nas bilheteiras em 2024. Após um ano repleto de lançamentos que não corresponderam às expectativas, a gigante do entretenimento se estabeleceu novamente como uma força dominante no cenário cinematográfico. O ano passado foi marcado por um desempenho abaixo do esperado, culminando em fracassos como o longa-metragem da Marvel, The Marvels, que arrecadou apenas 206,1 milhões de dólares diante de um orçamento superior a 300 milhões de dólares, tornando-se o menor sucesso da franquia de 34 filmes. Da mesma forma, Indiana Jones e a Última Cruzada enfrentou dificuldades, com um prejuízo estimado de 143 milhões de dólares para a Disney, enquanto Haunted Mansion também não conseguiu impressionar, arrecadando 117,5 milhões de dólares em comparação ao seu orçamento de 150 milhões de dólares.
De acordo com informações do Deadline, a Disney tornou-se o único estúdio a ultrapassar a marca de 2 bilhões de dólares nas bilheteiras domésticas, impulsionada por sucessos como Inside Out 2, que arrecadou 652,9 milhões de dólares somente em território nacional, tornando-se o filme de animação de maior sucesso de todos os tempos em termos globais. Outros títulos de destaque incluem Deadpool e Wolverine, que arrecadou 636,7 milhões de dólares, estabelecendo-se como o filme de classificação indicativa R mais lucrativo mundialmente, e Moana 2, que contribuiu com 342 milhões de dólares. Este marco representa a segunda vez nesta década que a Disney ultrapassou o faturamento de 2 bilhões de dólares nas bilheteiras domésticas em um único ano, sendo a outra em 2022, e também a sétima vez desde 2010.
Uma Nova Abordagem para os Lançamentos: Menos é Mais
Um elemento crucial para essa reviravolta foi a revisão das prioridades dos lançamentos teatrais da Disney. Embora o estúdio tenha reduzido consideravelmente o número de títulos lançados em 2024 em comparação com 2023, essa estratégia parece ter permitido que os filmes atuais tivessem mais espaço para respiração e potencialmente uma melhor conexão com o público. Além disso, as marcas que mantiveram um número semelhante de lançamentos focaram em franquias de maior relevância e conexão com o público. Por exemplo, a 20th Century Studios trouxe filmes como a sequência Kingdom of the Planet of the Apes e a interquência da franquia Alien, intitulada Romulus, no ano de 2024. Esse ajuste de foco permitiu que as produções se alinhassem com as expectativas e o interesse do público.
Ao longo de 2023 e 2024, a Disney elaborou um quadro da evolução corporativa, demonstrando as mudanças nas suas marcas. Enquanto que em 2023 as produções da Marvel incluíram Ant-Man and the Wasp: Quantumania, Guardians of the Galaxy Vol. 3 e The Marvels, em 2024, a única proposta foi Deadpool e Wolverine. Entre as produções da 20th Century, The Boogeyman, A Haunting in Venice e The Creator deram lugar em 2024 para filmes como The First Omen, Kingdom of the Planet of the Apes e Alien: Romulus. Do lado da Pixar, que lançou Elemental no ano anterior, a sequência Inside Out 2 se destacou em 2024. No que diz respeito à Walt Disney Studios, sucessos como A Pequena Sereia, Indiana Jones e a Última Cruzada e Haunted Mansion cederam espaço para Moana 2 e Mufasa: O Rei Leão.
Expectativas Futuras: Disney Continua a Brilhar em 2024
A trajetória de sucesso da Disney em 2024 ainda pode ficar melhor, uma vez que o estúdio já se prepara para o lançamento de Mufasa: O Rei Leão, uma prequela do remake fotorrealista de 2019 do clássico de 1994. O longa de 2019 obteve uma arrecadação recorde de 1,66 bilhão de dólares em bilheteiras, o que dá indícios de um potencial significativo de lucro para sua sequência. Além disso, no dia de Natal, a Disney também lançará o aclamado filme biográfico sobre Bob Dylan, A Complete Unknown, estrelado por Timothée Chalamet e dirigido por James Mangold, que promete ser um forte concorrente nas premiações e tem boas perspectivas comerciais.
Com o apoio de um portfólio robusto e de propriedades intelectuais (IP) que ressoam com o público, a Disney acredita continuar sua trajetória de lucros expressivos. A programação futura já inclui projetos como Capitão América: Brave New World, Branca de Neve, o longa da Pixar Elio, Thunderbolts, Lilo & Stitch, Os Quatro Fantásticos: Primeiros Passos, Tron: Ares, Zootopia 2, e Avatar: Fogo e Cinzas. Se o estúdio mantiver o bom ritmo, é possível que encerre a década de 2020 com quase a mesma taxa de arrecadação de 2 bilhões de dólares nas bilheteiras nacionais anualmente, como ocorreu na década de 2010.
O sucesso da Disney não é apenas uma boa notícia para a empresa, mas também um encanto para os fãs de cinema, que esperam ansiosamente pelas histórias que estão por vir. A recuperação da Disney é um testemunho do poder do entretenimento e da capacidade de adaptação em tempos difíceis.