O ator Luke Dimyan, conhecido por sua interpretação de Judas Iscariotes na aclamada série bíblica The Chosen, compartilhou em uma entrevista exclusiva suas reflexões e empatia pelo personagem que representa. Dimyan, que já nutria sentimentos fortes por Judas antes mesmo de ser escalado para o papel, está entusiasmado com a oportunidade de mostrar um lado diferente desse ícone controverso da história. Em suas palavras, a narrativa de Judas é, sem dúvida, profundamente comovente.
Nascido em Torrance, Califórnia, Dimyan tem 28 anos e é de descendência egípcia-americana. Criado na Igreja Ortodoxa Copta, uma vertente do cristianismo que tem raízes no Egito, ele explicou que sempre teve uma relação próxima com as histórias do Antigo Testamento. “Li minha Bíblia”, ele afirma, rindo. “Compreendi as histórias e estava muito ciente delas antes de ser escalado para The Chosen. Para mim, sempre senti que havia mais em Judas do que apenas ganância ou manipulação diabólica”, revela Dimyan, acrescentando que muitos dentro de sua comunidade também sentem compaixão pelo apóstolo traidor.
O ator destaca que Judas é frequentemente vilificado, mas acredita que há espaço para entender sua tristeza. “A única coisa ruim que ele fez feriu-o tanto que ele tirou a própria vida”, diz ele, refletindo sobre a tragédia da sua história. Essa abordagem humana do personagem traz uma nova perspectiva para a narrativa tradicional, à medida que o público é convidado a ver Judas sob uma luz mais empática e complexa.
Dimyan, que se juntou ao elenco de The Chosen na terceira temporada, mencionou que a série respeita a precisão histórica ao recontar as histórias bíblicas, além de adicionar elementos criativos. “O programa tenta ser muito respeitoso com a época, a história e as pessoas sobre as quais a história gira”, comentou. Ele acredita que o sucesso da série se deve ao seu enfoque, que vai além do simples relato dos feitos de Jesus e se aprofunda nas condições políticas e econômicas da época. Isso enriquece a narrativa e proporciona uma experiência mais profunda para os espectadores.
A combinação de drama histórico e a busca de uma compreensão mais ampla do contexto que cercava os eventos tem feito com que The Chosen se torne uma série amplamente discutida e temporada após temporada, mais espectadores se conectam não apenas com a história de Jesus, mas também com aqueles ao seu redor, como Judas.
O ator também compartilha que suas interações com os fãs têm sido carinhosas e surpreendentes. “Tive interações muito legais com os fãs que me surpreendem”, disse ele, comentando sobre o reconhecimento que recebe. “Do nada, alguém me reconhece e diz: ‘Ah, você é Judas!’ E eu fico tipo, ‘Ah, não me machuque!’ E eles respondem, ‘Não, nós te amamos'”, relata com um sorriso.
A essência do personagem Judas, como apresenta Dimyan, é carregada de complexidade. “No sentido dogmático, você é ensinado a odiar Judas”, reflete. “Mas se fosse apenas sobre dinheiro ou ganância, ele poderia ter saído. Ele não fez isso. Sua traição não pôde nem mesmo ir até o julgamento. Ele não conseguiu nem mesmo chegar à crucificação”, observa. A dor imensa que Judas sente ao perder seu mentor e amigo é algo que, segundo Dimyan, deve ser objeto de lamento. “Ele perdeu tudo. Quando você está cheio de desespero, depressão e dor, até o ponto de tirar a própria vida, sinta que isso é algo a se lamentar. É de cortar o coração.”
A antecipação para a quinta temporada de The Chosen, que será lançada em 27 de março nos cinemas selecionados e posteriormente na plataforma de streaming, está crescendo. Dimyan segue comprometido em oferecer uma performance rica e emocional que permita aos espectadores ver Judas não apenas como um traidor, mas como um ser humano complexo cujos atos foram induzidos por uma tristeza profunda.
Com essas reflexões intrigantes sobre seu papel e a história que está sendo contada, Dimyan contribui para a narrativa mais ampla sobre a empatia e a compreensão em um mundo que frequentemente vê as pessoas através de suas falhas, ao invés de suas lutas. Essa abordagem certamente ressoará com o público e promove uma conversa necessária sobre o que significa ser humano e a luta contra os estigmas associados aos traidores e vilões.