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Desde a surpreendente estreia do álbum visual em 2013 até a ambiciosa trilogia musical que começou com Renaissance, Beyoncé se destacou pela maestria em promover seus trabalhos de forma viral. Assim, quando a superstar se juntou ao show de intervalo de Natal da NFL, seus fãs, conhecidos como Hive, aguardaram ansiosamente por um anúncio de álbum ou turnê. No entanto, o que receberam foi um vídeo enigmático no Instagram após o evento, revelando a data “01.14.2025”. O grande objetivo, segundo analistas da indústria, pode ter sido conquistar o Grammy de Álbum do Ano com Cowboy Carter.
Com o período de votação para o Grammy aberto entre 12 de dezembro e 3 de janeiro, qual melhor maneira de reinstaurar a memória dos votantes sobre a parte II da trilogia musical de Beyoncé do que uma performance especial transmitida na véspera de Natal para milhões de americanos? Os objetivos eram claros: reconectar os votantes — distraídos por lançamentos mais recentes — com o álbum Cowboy Carter enquanto blinda o seu talento no gênero country, especialmente após o episódio em que a artista foi snubbed por premiações como o Country Music Awards.
E foi exatamente isso que aconteceu. A plateia de Houston testemunhou um espetáculo de 13 minutos enquanto o jogo entre os Texans e os Ravens estava em intervalo. Com uma entrada dramática montada em um cavalo Lipizzaner, revestida com um chapéu de cowboy branco e botas até os joelhos, Beyoncé apresentou uma mescla de canções do seu mais recente álbum. Além de interpretações cativantes, como a de “16 Carriages”, a artista se uniu a novos talentos do gênero, como Tanner Adell, Tiera Kennedy, Reyna Roberts e Brittney Spencer, a fim de celebrar a nova onda de artistas negros que compõem o cenário country, reafirmando a ascendência do gênero entre os negros.
O show não se limitou apenas a apresentações de Beyoncé; ele passou a divulgar o espírito inclusivo do country, reconhecido como o gênero americano, ao incluir Post Malone, que está em meio a sua fase country, para uma apresentação de “Levii’s Jeans”, uma das músicas que está concorrendo ao Grammy. Esta performance, junto a hits como “Texas Hold ‘Em”, faturou elogios e a atenção necessária não só de seus fãs, mas de críticos e votantes da academia.
Ao invés de se apoiar em sucessos tradicionais, a apresentação de Beyoncé focou intensamente em Cowboy Carter, criando um espaço para que os votantes do Grammy tomassem ciência do produto final e do impacto musical que a artista estava empenhada em transmitir. E, durante a transmissão do show, as cifras apontaram mais de 27 milhões de visualizações somente nos Estados Unidos, com um recorde de audiência durante o show do intervalo, o que reforça o seu impacto.
As práticas de promoção durante os períodos de votação não são novas na indústria, sendo comum que artistas e equipes se esforcem em conquistar a atenção dos membros da Academia de Gravação. Eventos privados, oportunidades de mídia e campanhas publicitárias são a norma entre os principais concorrentes, com o show de Natal servindo para solidificar a posição de Beyoncé na competição.
Se Cowboy Carter conquistar o prêmio de Álbum do Ano, será um reconhecimento justo de uma carreira de trinta anos da artista. Contudo, seu histórico em relação a esta categoria é conturbado, com perdas notáveis, como a de seu álbum autointitulado em 2013 para Beck com Morning Phase e mais recentemente Renaissance, que teve a sua vez em 2022, quando foi superado por Harry Styles. A expectativa para esta premiação vai além de seu talento, unindo bilhões de expectadores que anseiam por ouvir sua voz novamente ao vivo.
Com a data enigmática de 14 de janeiro se aproximando, especulações sobre uma possível turnê ou novo álbum não são sem fundamento, considerando sempre a astúcia que Beyoncé possui em suas estratégias de lançamento. É inegável que ela tem um truque na manga e, com isso, a ansiedade de fãs e críticos está em alta.
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