Brian Cox, o renomado ator escocês conhecido por seu papel como Logan Roy na aclamada série Succession, reiterou suas críticas ao método de atuação de seu colega Jeremy Strong, em uma nova entrevista que provocou a atenção do público e a inevitável comparação com outros estilos de interpretação que permeiam o universo cinematográfico. Para Cox, Strong, apesar de seu talento inegável, se perde em um método que ele julga excessivamente imersivo e que pode prejudicar a dinâmica do elenco.

Durante a conversa com The Guardian, Cox fez questão de elogiar a performance de Strong, que lhe rendeu um Emmy, destacando que, enquanto estavam gravando, Strong se mostrou um maravilhoso parceiro de cena. “Ele foi maravilhoso para atuar. Não tenho objeção à atuação de Jeremy”, disse Cox, explicitando um certo apreço pela habilidade do colega. Todavia, o que se destaca na fala de Cox é a preocupação com a maneira como Strong mergulha em seu personagem, Kendall Roy, a ponto de tornar-se um desafio para os demais membros do elenco.

Cox complementa sua crítica afirmando que a abordagem intensamente pessoal que Strong utiliza no processo de construção de seu personagem pode desestabilizar a harmonia do grupo. “Quando você tem alguém que está permanentemente no personagem, isso não é bom para o conjunto”, argumenta, observando que tal atitude pode gerar um ambiente hostil, o que foi encarado com tanto cuidado que provocou até seu receio de discutir abertamente essa questão com Strong.

Este pronunciamento resgata uma antiga discussão sobre o chamado “método” de interpretação, popularizado por figuras como Marlon Brando e Robert De Niro. Strong, que descreveu seu personagem em Succession de maneira apaixonada, afirmou anteriormente que leva seu trabalho a sério como leva sua própria vida. Isso reforça a ideia de que seu investimento emocional na atuação é uma bênção e uma maldição, levando tanto ao reconhecimento quanto às críticas. “Nós somos uma família em todos os sentidos”, disse Strong ao falar sobre a dinâmica entre o elenco, mostrando resiliência e carinho pelo grupo, apesar das tensões no set.

A crítica de Cox não se limita apenas a Jeremy Strong. O ator já se manifestou sobre outros colegas, como Johnny Depp, a quem se referiu como “superestimado”, e Steven Seagal, levando ao questionamento se suas palavras são uma expressão de críticas construtivas ou simplesmente uma provocação. Contudo, o que parece ser notável é a intenção de Cox em trazer à tona a necessidade de um equilíbrio na atuação, uma habilidade de separar o indivíduo da persona que está sendo projetada.

Além disso, Cox admitiu que frequentemente se vê em uma posição de relevante destaque, onde sua franqueza pode fazer com que algumas pessoas se sintam incomodadas. “Eu posso ser bastante falante. Às vezes, eu me pergunto: ‘Por que eu disse isso?'”, refletiu o ator, reconhecendo a importância do diálogo honesto no mundo profissional.

O embate entre Cox e Strong reabre o debate não apenas sobre o método de atuação, mas também sobre as relações interpessoais em um ambiente criativo. Para muitos, a essencialidade do “método” é algo que vá além da mera performance. O próprio Cox já enfatizou anteriormente que “é um desafio psicológico”, levando à conclusão de que o que se passa no set de filmagem muitas vezes afeta profundamente os envolvidos, física e emocionalmente.

Enquanto o público aguarda novas temporadas de Succession, a tensão entre Cox e Strong terá repercussões não apenas nos debates da profissão, mas também nos desdobramentos da narrativa da série, onde personalidades são intensamente exploradas e energias conflituosas muitas vezes criam a essência do drama. Assim, as palavras de Cox, além de críticas pontuais, podem servir como um chamado à reflexão para todos os que desejam fazer parte do mundo da atuação: como equilibrar desempenho e humanidade.

Imagem de Brian Cox e Jeremy Strong em Succession.

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