Em um mundo onde a busca por soluções inovadoras nas áreas de saúde mental e neurociência é uma necessidade crescente, a história de Athena Stein se destaca como um teste de perseverança e paixão pela pesquisa. Desde suas origens em Brisbane, Austrália, até seu atual papel como pesquisadora pós-doutoral no Frohlich Lab, na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, Stein tem se dedicado a desenvolver tratamentos não invasivos para estimular o cérebro, oferecendo esperança para muitos que lutam contra distúrbios psiquiátricos.
A trajetória de Athena começou na infância, quando, por sua curiosidade natural, frequentava os pântanos perto de sua casa para capturar insetos, sempre com um livro de entomologia sob o braço. Essa relação com a natureza despertou, de maneira precoce, sua paixão pelo conhecimento científico, que seria a pedra fundamental de sua futura carreira no campo da neurociência. Durante seus anos de formação, Athena ficou particularmente interessada no funcionamento do cérebro humano e em como diferentes experiências de vida contribuíram para a diversidade de comportamentos e pensamentos. Essa curiosidade se aprofundou conforme testemunhou, em seu círculo íntimo, como distúrbios psiquiátricos afetavam as pessoas ao seu redor.
Após completar sua graduação em ciências biomédicas com foco em neurociência na Universidade de Queensland, na Austrália, Athena continuou sua formação acadêmica, buscando um Mestrado em Saúde Pública e, em seguida, um PhD em neurociência clínica. Durante seu doutorado, ela investigou o uso de neuroestímulos não invasivos como uma ferramenta para melhorar a atenção em crianças com lesão cerebral, além de desenvolver uma faixa de neuroestimulação capaz de ser utilizada no ambiente domiciliar, ampliando o acesso ao tratamento para crianças que enfrentam limitações no acesso a cuidados médicos.
Ao completar seu doutorado, Athena se deparou com uma decisão crucial que mudaria sua vida profissional. Entre a possibilidade de seguir uma carreira acadêmica na Europa, entrar na indústria ou se dedicar à pesquisa psiquiátrica nos Estados Unidos, Stein optou por esta última. A escolha de unir-se ao Frohlich Lab, sob a direção do professor Flavio Frohlich, foi impulsionada pela reputação de excelência do laboratório no campo da neurociência. “Eu queria continuar com o tema de personalizar a estimulação cerebral,” afirmou Athena, reconhecendo que o laboratório representava a vanguarda da pesquisa nesta área.
O Frohlich Lab se dedica a entender como o cérebro e o corpo reagem à neuroestimulação não invasiva, uma técnica que utiliza correntes elétricas direcionadas para alterar a atividade cerebral. Este método se destaca em um mundo onde opções de tratamento tradicionais para distúrbios psiquiátricos são frequentemente limitadas e os efeitos colaterais dos medicamentos podem ser insuficientes para muitos pacientes. Apesar de tratamentos farmacológicos serem tidos como o padrão ouro, muitos pacientes não conseguem obter alívio suficiente através deles. Com isso, a estimulação cerebral não invasiva surge como uma alternativa promissora, oferecendo oportunidades personalizadas para indivíduos que não respondem bem a tratamentos convencionais.
A chegada de Athena nos Estados Unidos, em julho de 2024, não foi sem desafios. Logo em seu primeiro mês, a australiana sofreu um pequeno acidente que a levou a ser internada por 11 horas, revelando as diferenças significativas no sistema de saúde americano em comparação ao australiano. Além disso, o simples ato de adquirir um carro ou o processo para obter um seguro revelou-se muito mais complicado do que ela esperava. Contudo, em um momento decisivo, no seu segundo dia de trabalho, Athena foi convidada a jantar com alguns membros de seu laboratório, o que marcaria o início de uma nova fase de sua vida, onde ela rapidamente encontraria sua “família” internacional na UNC-Chapel Hill.
Com uma equipe composta por pesquisadores de diversas partes do mundo, como Suíça, Alemanha e vários países asiáticos, Athena logo se sentiu acolhida. “No começo foi um momento difícil,” afirmou ela. “Mas a bondade e o apoio das pessoas, não apenas em minha equipe, mas de todos que conheci aqui em Chapel Hill, desempenharam um papel crucial em me ajudar a superar esses desafios.” Este sentimento de pertencimento e colaboração multicultural não apenas enriquecem o ambiente de trabalho, mas também solidificam o compromisso da UNC-Chapel Hill em promover a inclusão de talentos de todos os cantos do mundo na busca por inovações científicas e melhorias no campo da saúde mental.
Atualmente, Athena está focada em seus projetos de pesquisa no Frohlich Lab, mas tem em mente o desejo de um dia liderar sua própria equipe de pesquisa independente. A inspiração que ela encontra em seus colegas, tanto americanos quanto internacionais, enriquece sua experiência e motiva seus esforços para fazer a diferença na vida de pessoas que lutam contra doenças mentais, especialmente na Carolina do Norte.
A história de Athena Stein é um lembrete de como a paixão, a curiosidade e a solidariedade podem levar a grandes avanços na ciência. Como ela mesma disse: “É um fato que a UNC atrai talentos incríveis e cientistas de todo o mundo. O que todos nós compartilhamos é a certeza de que este país e esta universidade criam um ambiente excepcional para pessoas de diversas origens se unirem e fazerem ciência juntas.” Neste espaço de colaboração, esperança e inovação, Athena está moldando um futuro promissor, tanto para si mesma quanto para aqueles que se beneficiam de seu trabalho no campo da saúde mental.
Contato da Mídia: Kendall Daniels Rovinsky, Especialista em Comunicação, UNC Health | UNC School of Medicine
Categoria: Biologia, Psiquiatria e Saúde Mental, Pesquisa
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