Mulher asiática estressada segurando cartão de crédito e contas de despesas. Mulher enfrentando problema de renda. Mulher infeliz sem dinheiro para pagar cartão de crédito.
A regra 7-em-7 pode ajudá-lo a evitar as dores de cabeça que as ligações constantes de cobrança de dívidas podem causar.
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Enfrentar as dificuldades que surgem ao atrasar pagamentos de cartões de crédito é um desafio significativo, especialmente quando a presença de agentes de cobrança entra em cena. A situação se torna ainda mais estressante, considerando que esses coletores de dívidas frequentemente são incansáveis na busca pelo que deve ser pago, aumentando a pressão sobre aqueles que já estão lidando com dificuldades financeiras. No entanto, é encorajador saber que existem direitos em situações como essas, e compreender esses direitos se torna fundamental para navegar por esse ambiente complicado.

Embora as agências de cobrança de dívidas tenham o direito legal de perseguir dívidas não pagas, é importante ressaltar que elas devem agir dentro dos limites estabelecidos pelas leis federais. O Fair Debt Collection Practices Act (FDCPA) e outras regulamentações de proteção ao consumidor visam garantir que os devedores sejam tratados de forma justa. Essas leis proíbem a assédio e estabelecem diretrizes para comunicação, incluindo regras sobre a frequência das ligações. Uma das regras principais que deve ser conhecida é a chamada “regra 7-em-7”, uma norma que visa restringir a comunicação excessiva por parte dos coletores de dívidas.

A regra 7-em-7, implementada pelo Consumer Financial Protection Bureau (CFPB) em 2021, estabelece limites sobre quão frequentemente os coletores podem contatá-lo por telefone. Especificamente, a norma estipula que um coletor de dívidas não pode realizar mais de sete ligações em um período de sete dias para um consumidor referente a uma dívida específica e não pode contatar o consumidor dentro de sete dias após ter uma conversa telefônica sobre essa dívida. Por mais que esses limites sejam válidos para cada dívida individualmente, isso significa que, se você tiver múltiplas dívidas em cobrança, a agência de cobranças pode realizar até sete chamadas por semana para cada uma delas, mas devem respeitar o período de espera de sete dias após a conversa.

Uma das vantagens dessa regra é que ela proporciona um “período de resfriamento”, permitindo ao consumidor um respiro e impedindo que os agentes mantenham pressão constante com conversas repetidas. Contudo, é crucial ter em mente quais comunicações se qualificam como chamadas dentro dessa norma. Chamadas perdidas, mensagens de voz e tentativas de contato contam para o limite de sete ligações. No entanto, certas comunicações são isentas, incluindo ligações feitas com seu consentimento prévio, chamadas em resposta ao seu pedido por informações ou discussões sobre arranjos de pagamento que você propôs. O alcance da regra 7-em-7 se estende também a outras formas de comunicação, como e-mails e mensagens de texto, embora os limites de frequência não sejam tão específicos para esses métodos.

Caso um coletor de dívidas ultrapasse as ligações permitidas ou viole o período de espera após uma conversa, você possui várias opções para agir. Primeiramente, é essencial documentar tudo, mantendo um registro detalhado de todas as chamadas, incluindo datas, horários e o conteúdo de qualquer comunicação que tenha ocorrido. Essa documentação será fundamental se for necessário apresentar uma queixa ou buscar ações legais. Outra opção é enviar uma solicitação por escrito ao coletor de dívidas exigindo que cessem as ligações. De acordo com o FDCPA, os coletores devem respeitar solicitações escritas para interromper a comunicação, portanto, é aconselhável enviar esse pedido via correio registrado, garantindo que você tenha cópias de toda a correspondência.

Se a situação não se resolver, você pode registrar uma reclamação com as autoridades competentes. O CFPB mantém um banco de dados de reclamações e pode ajudar a mediar disputas com coletores de dívidas. Você também pode apresentar queixas a escritórios como o da Advocacia-Geral do seu estado, a Federal Trade Commission (FTC) e o Better Business Bureau (BBB). Outra alternativa é buscar assistência legal, já que muitos advogados de proteção ao consumidor oferecem consultas gratuitas e podem aceitar casos em regime de contingência. Caso um coletor de dívidas tenha violado a regra 7-em-7, você pode ter direito a danos, honorários advocatícios e custas judiciais.

Resumindo, a regra 7-em-7 é uma ferramenta vital para proteger os consumidores de contatos excessivos e assediadores por parte de coletores de dívidas. Ao limitar o número de chamadas e estabelecer limites claros, essa norma ajuda os consumidores a manterem uma sensação de controle ao tratar suas obrigações financeiras. Contudo, é igualmente importante conhecer seus direitos e como reagir a possíveis violações. Caso um coletor desrespeite esta regra, você pode tomar medidas documentando o comportamento, registrando reclamações e buscando aconselhamento jurídico caso necessário. Essas ações não apenas protegem seus direitos, mas também responsabilizam os coletores pelas suas ações.

Por fim, entender a regra 7-em-7 e o amplo arcabouço legal da cobrança de dívidas pode ajudá-lo a navegar por situações financeiras desafiadoras com autoconfiança. Com esse conhecimento, você pode focar na resolução de suas dívidas sem passar por estresse desnecessário ou assédio.

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