Em uma emocionante e reveladora entrevista ao Daily Mail, David Roberts, ex-bodyguard de Whitney Houston, compartilhou memórias intimistas de seu tempo ao lado da icônica cantora. Publicada na última sexta-feira, 27 de dezembro, a conversa antecede o lançamento de seu livro de memórias, intitulado Proteger Whitney, que deve ser divulgado em janeiro de 2025. Roberts, que se tornou um nome conhecido graças ao filme The Bodyguard, de 1992, oferece um olhar profundo sobre os desafios e as alegrias de proteger uma das maiores vozes da música. Esta narrativa não apenas destaca os desafios emocionais e profissionais enfrentados durante seus anos juntos, mas também reflete sobre a legião de fãs e a dura realidade que a artista enfrentou até sua trágica morte em 2012, aos 48 anos, devido a uma overdose de drogas.
Roberts, que atuou como o segurança de Houston de 1988 a 1995, lembrou-se de um momento particularmente significativo que lhe fez questionar a natureza de seu relacionamento com a cantora. Ele revelou que em uma ocasião, durante um momento de descanso, Houston reclinou a cabeça em seu ombro e ele sentiu uma forte tentação de “abrir mão de tudo” para alterar o rumo da relação que tinham, algo que, felizmente, ele evitou por uma questão de profissionalismo. “Se você ultrapassa essa linha, perde sua objetividade, e isso é perigoso para a pessoa que você está protegendo”, destacou Roberts, sublinhando a diferença entre amizade e dever profissional.
Além das questões emocionais, Roberts também comentou sobre como muitos dos detalhes da trama de The Bodyguard eram tirados de suas próprias experiências. Ele mencionou uma cena em que Rachel Marron, interpretada por Houston, agarra a camisa do protagonista, Frank Farmer, em uma tentativa de escapar dos fãs, uma cena que se refletiu em suas próprias experiências de segurança. Ele admitiu que, apesar de sua [preocupação com sua segurança](https://people.com/music/whitney-houston-bodyguard-david-roberts-interview-2023/), a conexão emocional com Houston sempre foi um desafio. Exprimindo sua admiração contínua por Whitney, Roberts afirmou que ele ainda guarda uma mensagem que Houston lhe enviou em um bilhete adesivo há mais de 35 anos, um lembrete de como o tempo e as experiências compartilhadas podem se tornar tesouros pessoais.
Os desafios da segurança de uma artista da magnitude de Whitney Houston não eram insignificantes. Roberts lembrou que frequentemente enfrentava ameaças, muitas vezes vindas de fãs obsessivos que não lidavam bem com a fama da cantora. “A maioria das ameaças vinha de homens que se sentiam decepcionados, amargurados e enganados”, afirmou. A responsabilidade de proteger Houston exigia um estado constante de alerta, uma condição que Roberts aceitava plenamente, ciente de que sua função era evitar que qualquer ameaça se concretizasse. Ele destacou que a linha entre um fã inofensivo e um indivíduo perigoso é extremamente tênue, e que a segurança da cantora sempre deve estar em primeiro lugar.
Em conversas passadas, Roberts já tinha mencionado que a morte de Houston ainda o deixa furioso. Ele acreditava que muitos na indústria poderiam ter agido de forma diferente para prevenir a tragédia. “Tantas pessoas poderiam ter feito muito para evitar isso. Não fizeram. Eles se eximiram da responsabilidade em favor da ganância”, afirmou com um certo desdém. Whitney Houston teve uma batalha pública com o vício em drogas, uma luta que, segundo amigos próximos, começou como uma maneira de lidar com as pressões avassaladoras da fama. A dor de não poder ser totalmente ela mesma pesava bastante em sua vida, levando a um ciclo doloroso de autoafirmação.
Com o passar dos anos e a reflexão do impacto que essa estrela teve no mundo da música, é impossível não lembrar da música dela que ecoou pela história e da luta interna que muitas celebridades enfrentam em meio aos holofotes. Embora seu tempo ao lado de Houston tenha sido repleto de desafios e dilemas morais, David Roberts demonstra uma profunda gratidão e um respeito imensurável por uma mulher que continua a ser uma lenda musical. Sua história é um testemunho não apenas da dedicação de um profissional, mas também do humano complexo que era Whitney Houston, uma figura que, apesar de suas lutas, sempre será lembrada por sua contribuição inestimável à música e à cultura pop.