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O renomado jogador português Cristiano Ronaldo manifestou seu apoio a suas antigas instituições, Real Madrid e seu conhecido rival Manchester City, enquanto ambos os clubes enfrentam um momento desafiador na atual temporada. Falando ao vivo durante a 15ª edição do Globe Soccer Awards em Dubai, Ronaldo demonstrou otimismo ao afirmar que as dificuldades que o City enfrenta na Premier League, onde atualmente ocupa a sétima posição, são passageiras e que o clube logo voltará a mostrar seu verdadeiro potencial.
“Equipes têm seus altos e baixos. Momentos difíceis, momentos bons”, expressou Ronaldo com a segurança de um líder. “É um momento difícil, mas tenho 100% de certeza de que eles voltarão”, reafirmou, mostrando que ainda carrega uma visão crítica e construtiva do futebol, mesmo em sua fase atual como jogador.
No entanto, Ronaldo não hesitou em sugerir que certos jogadores do City precisam intensificar seu desempenho individual. Ao ser questionado sobre o que diria caso estivesse no vestiário do time, ele respondeu: “Dizer menos e mostrar mais. Isto é o que diria. Eu empurraria alguns caras à parte e diria o que penso. Não preciso dizer isso na frente de todos”.
Ronaldo também elogiou o treinador do City, Pep Guardiola, reconhecendo sua inteligência e capacidade em lidar com os desafios que a equipe enfrenta. “Estou 100% certo de que ele sabe qual é o problema”, assegurou.
Em relação ao Real Madrid, Ronaldo não concordou com a visão de que seu ex-clube esteja enfrentando uma má fase na temporada. “Não entendo como dizem esse tipo de coisa”, ele comentou. Para o craque, o time merengue ainda é uma força que merece confiança, e afirmou: “Se eu tivesse que apostar para vencer a Liga dos Campeões novamente, apostaria no Real Madrid, porque você nunca sabe o que vai acontecer”.
Desta forma, ele argumentou que o Estádio Santiago Bernabéu representa um verdadeiro desafio para as equipes visitantes, citando: “Todas as equipes ficam assustadas quando jogam lá. Isso é um fato, a história comprova isso. Nunca considere o Real Madrid fora da disputa, pois eles sempre voltam”.
Ele destacou também que a falta de forma de alguns jogadores, devido a lesões, pode ter impacto considerável no desempenho da equipe durante a temporada. Atletas como David Alaba, Dani Carvajal e Éder Militão estão fora de combate, o que certamente não ajuda a equipe a encontrar seu ritmo habitual.
Na visão de Ronaldo, o excesso de jogos também tem contribuído para os problemas de lesão, e ele acredita que equipes poderiam encontrar soluções para minimizar os impactos desse congestionamento. “A única maneira de combater isso é treinar menos ou treinar de forma inteligente”, ele enfatizou, sugerindo que treinos excessivos não são sempre a melhor abordagem. “Você não precisa ir ao campo e correr três ou quatro quilômetros todos os dias. Você já fará isso em uma partida”, completou.
“Acho que, se você realizar trabalhos específicos para esse tipo de jogador, acredito que eles terão menos lesões e mais qualidade nos jogos”, ressaltou Ronaldo, mostrando uma perspectiva que combina experiência com cuidado sobre a profissão.
Ele compartilhou o palco com o goleiro Thibaut Courtois, que luta contra lesões semelhantes. O belga retornou de uma ruptura do ligamento cruzado anterior, mas ainda teve uma série de contratempos desde então e entende bem os desafios físicos que seus colegas enfrentam.
Em sua análise, Ronaldo comparou a abordagem do treinamento no futebol com a da NBA: “Talvez tenhamos que treinar de maneira mais inteligente e talvez um pouco mais como na NBA”, ele afirmou. “Embora eles joguem muitas partidas, não correm tanto, mas atuam em alta intensidade, e talvez no dia seguinte façam uma sessão leve apenas para se soltar, sabendo que no dia seguinte terão um jogo novamente”, sugeriu.
A conversa então se voltou para o Manchester United, onde Ronaldo reafirmou que a atual fase de dificuldades do clube não é responsabilidade dos treinadores. “Digo isso há um ano e meio e continuarei a afirmar: o problema não está nos treinadores”, destacou.
Em uma declaração ousada, ele se posicionou inclusive como um possível futuro proprietário do clube. “Se eu fosse o proprietário do clube, tornaria as coisas claras e ajustaria o que considero errado”, disse, chamando a atenção para as longas discussões em torno da governança do Manchester United.
Embora tenha se mostrado necessariamente reservado ao comentar sobre planos de aquisição, Ronaldo declarou: “Sou muito jovem. Tenho tantos planos e sonhos pela frente. Mas marquem minhas palavras, serei proprietário de um grande clube, com certeza”.
No entanto, o retorno ao futebol francês não parece ser uma prioridade no cenário próximo, uma vez que ele reafirmou, de forma categórica, que “o campeonato francês é só o PSG, desculpe”. Para ele, não existe concorrência real, pois o clube possui os melhores jogadores e mais recursos financeiros. Essa constatação, longe de ser nova, desagradava Ronaldo, que se mostrou surpreso com o fato de as pessoas ainda estarem “surpreendidas” com esse cenário.
Assim, Ronaldo finalizou sua análise ao relembrar que, apesar de suas realizações e de seu status no mundo do futebol, certas mudanças no cenário desportivo mundial estão além de seu controle, e ele observa tudo com a visão crítica que sempre o caracterizou.