O universo cinematográfico de Denis Villeneuve, famoso por suas produções de alta qualidade e imersão, é também um espaço que exige total dedicação dos seus envolvidos. Em uma entrevista recente ao Los Angeles Times, o renomado diretor de Dune: Parte Dois expôs suas preocupações sobre o uso de celulares e redes sociais em sets de filmagem, classificando esses dispositivos como ferramentas que podem ser prejudiciais ao processo criativo e à interação humana.

Villeneuve, que já recebeu indicações ao Oscar e é aclamado por suas narrativas visuais, argumenta que o cinema é uma manifestação da presença. “Quando um pintor pinta, ele deve estar absolutamente focado nas cores que está colocando na tela. O mesmo se aplica ao dançarino, que deve canalizar cada gesto de forma pura. No entanto, na filmagem, essa dedicação em grupo é vital, e todos precisam estar totalmente presentes, escutando e se relacionando uns com os outros”, destacou o diretor. Aqui, a conexão entre os membros da equipe é essencial para transmitir a essência de uma história.

Desde o início de sua carreira com projetos que exigem grande controle criativo, Denis implementou uma política rígida em seus sets: a proibição do uso de celulares. “Celulares são banidos no meu set desde o primeiro dia. É proibido. Quando você diz ‘corta’, você não deseja que alguém vá olhar suas redes sociais em vez de focar no trabalho”, afirmou Villeneuve, enfatizando a necessidade de manter a atenção nesse ambiente que, segundo ele, é propenso a distrações.

Além de sua preocupação com a concentração durante as filmagens, o diretor expressou um temor mais amplo relacionado ao comportamento humano contemporâneo e à influência dos algoritmos sobre a sociedade. “Sinto que os seres humanos são governados por algoritmos atualmente. Com isso, nossa maneira de ver o mundo tem se tornado cada vez mais limitada, levando a um certo distanciamento entre nós”, refletiu. Segundo ele, o acesso constante ao mundo digital cria uma dependência que, por sua vez, dificulta a riqueza das relações interpessoais e a sua experiência criativa genuína.

A metáfora de Villeneuve é clara: o uso frequente de celulares assemelha-se a uma droga, que pode proporcionar um alívio momentâneo, mas que compromete a qualidade de experiências mais profundas e significativas. “É compulsivo. É como uma droga. Estou tentado a me desconectar. A sensação de liberdade e renovação seria um ar fresco”, declarou, deixando claro que a sua luta contra essa dependência é uma tentativa de preservar os laços humanos essenciais que ele acredita serem a base do sucesso colaborativo em qualquer produção cinematográfica.

Denis Villeneuve, DUNE: PARTE DOIS

A primeira parte da adaptação de Dune, lançada em outubro de 2021, trouxe à vida personagens como Paul Atreides, interpretado por Timothée Chalamet, e Chani, vivida por Zendaya, e delineou um sucesso tanto em crítica quanto em bilheteira. Recentemente, a sequência intitulada Dune: Parte Dois estreou, ampliando o escopo do épico satírico de Frank Herbert com novas adições ao elenco, incluindo Austin Butler e Florence Pugh.

Embora alguns fãs tenham inicialmente se frustrado com o tempo limitado de tela de Zendaya no primeiro filme, Chalamet se mostrou extremamente satisfeito com o talento e a energia que ela traz ao projeto. “Ela foi como um sopro de ar fresco”, comentou o ator em uma entrevista conjunta com a atriz, lembrando a forte conexão que ambos desenvolveram durante as filmagens.

Elenco do filme Dune: Parte Dois na Premiere em Nova Iorque

Villeneuve também está mirando em uma adaptação da continuação da saga, Dune: Messiah, definindo seu futuro cinematográfico. Ele vê Dune e Dune: Parte Dois como uma entidade única e uma obra finalizada, embora planeje um filme que se passaria anos após os eventos de Dune: Parte Dois, abordando novas circunstâncias e desafios para os personagens.

A produção da série, que agora está disponível em stream na Max, reflete não apenas as visões grandiosas de Villeneuve, mas também a sua força na criação de uma experiência cinematográfica que mantém a audiência cativada e questionando o seu papel em um mundo repleto de distrações. Sem dúvida, a filosofia de Villeneuve sobre a arte da narrativa visual provocará reflexões não só entre seus colaboradores, mas também entre todos aqueles que buscam se conectar mais profundamente com suas próprias experiências e um mundo que exige uma atenção significativa.

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