No dia 9 de dezembro, uma equipe de científicos avistou duas baleias direitas do Atlântico Norte em estado de perigo na costa de Massachusetts. Essa descoberta alarmante ocorreu a aproximadamente 80 quilômetros ao sudeste de Nantucket, durante um reconhecimento aéreo realizado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). Este evento acende um sinal de alerta sobre a crescente ameaça que as baleias enfrentam devido às armadilhas de pesca e outras atividades humanas que comprometem a sua sobrevivência.
Um dos cetáceos avistados é um jovem macho, identificado pelo número #5110. Segundo informações fornecidas pela NOAA, ele foi registrado pela primeira vez como um filhote em 2021 e foi observado nadando livremente na Baía de Cape Cod em abril de 2024. No entanto, sua alegria foi rapidamente ofuscada pelas sérias consequências de seu encontro com o equipamento de pesca, que deixou marcas visíveis. A NOAA descreve o jovem como apresentando “uma linha grossa que cruza uma vez sua cabeça e outra vez sua costas.” A avaliação dos cientistas da NOAA mostrou que este jovem macho se enquadra nos critérios de “ferimentos graves” e que, lamentavelmente, é “provável que morra devido a este ferimento.”
Enquanto isso, a segunda baleia avistada é uma fêmea adulta, de 13 anos, identificada como #4120. Ela foi avistada pela primeira vez como filhote em 2011 e a última vez que nadou sem emaranhados foi a 80 quilômetros da costa de Long Island, Nova Iorque, em julho de 2024. Os cientistas da NOAA observaram “duas linhas saindo do lado esquerdo de sua boca, com ambas as linhas se estendendo de um terço a dois terços do corpo.” Embora as lesões não sejam classificadas como fatais, especialistas do Aquário da Nova Inglaterra expressaram preocupação sobre a capacidade dela de contribuir para uma população que já enfrenta dificuldades. “Esta é a terceira documentação de emaranhado de #4120, o que pode impactar sua capacidade de reproduzir”, afirmou o aquário em um comunicado.
Os números são alarmantes: a NOAA classifica as baleias direitas do Atlântico Norte como uma das espécies de grandes baleias mais ameaçadas de extinção, com apenas cerca de 370 indivíduos restantes, incluindo apenas 70 fêmeas reprodutivamente ativas. As principais causas de morte para essa espécie incluem colisões com embarcações e emaranhamentos em equipamentos de pesca. É um cenário cada vez mais angustiante, pois os especialistas alertam que a taxa de mortalidade está comprometendo ainda mais as já reduzidas perspectivas de sobrevivência da população.
Segundo a cientista Amy Knowlton, do Aquário da Nova Inglaterra, “as baleias direitas do Atlântico Norte continuam a ser emaranhadas em níveis que podem levar essa espécie criticamente ameaçada à extinção.” Ela enfatizou que ferimentos graves e mortes de baleias são preveníveis e mostram a importância de implementar mudanças efetivas para reduzir as ameaças contínuas provenientes do equipamento de pesca, como a adoção mais ampla de sistemas sem corda ou “sob demanda” e cordas mais frágeis.
A situação de #5110 e #4120 é preocupante, mas apesar do panorama negativo, a NOAA anunciou que, após a observação inicial, as equipes de resposta não conseguiram lançar uma equipe por barco para alcançar as baleias devido à distância da costa. Contudo, na atualização do dia 17 de dezembro, a NOAA informou que se compromete a trabalhar com respondentes autorizados e especialistas treinados para monitorar os cetáceos. Eles continuarão a documentar os emaranhamentos e avaliarão se as respostas ao emaranhado serão possíveis no futuro.
Estas histórias de baleias que enfrentam a luta pela sobrevivência em um ambiente ameaçador nos forçam a refletir sobre os impactos de nossas ações e a importância de proteger esses magníficos seres marinhos. Por um futuro em que as baleias direitas do Atlântico Norte possam nadar livres, cabe a todos nós fazer a nossa parte na conservação e proteção da biodiversidade marinha.
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