No cenário atual de saúde pública nos Estados Unidos, a Califórnia se vê novamente diante da ameaça da gripe aviária, desta vez relacionada ao consumo de leite cru por crianças. Informações divulgadas pelas autoridades de saúde sinalizam que um segundo criança, cuja identidade não foi revelada, apresenta suspeita de contaminação pelo vírus da gripe aviária após consumir leite não pasteurizado. Este caso reforça a importância de se discutir os riscos associados ao consumo de produtos lácteos não tratados e à necessidade de monitoramento rigoroso da segurança alimentar.
De acordo com o que foi declarado pelo Departamento de Saúde Pública do Condado de Marin (MCPH) em um comunicado de 10 de dezembro, a criança do norte da Califórnia apresentou sintomas como febre e vômito, mas felizmente já se recuperou. Além disso, os membros da família da criança não apresentaram sintomas, o que indica que não houve transmissão do vírus entre pessoas. Este dado é um alívio, considerando o potencial letal do vírus H5N1, associado à atual epidemia.
O primeiro caso de gripe aviária na Califórnia, conforme noticiado pela CBS News em 22 de novembro, envolveu uma criança que apresentou sintomas respiratórios leves, embora a fonte de infecção não tenha sido divulgada na época. Embora outros membros da família no Condado de Alameda também tivessem sintomas similares, todos testaram negativo para o vírus responsável pela gripe aviária, conhecido como influenza aviária altamente patogênica. Um comunicado do CDPH em 6 de dezembro destacou que a criança positiva para o vírus “não teve exposição conhecida a animais”, o que levanta questões sobre a origem do surto.
A situação é ainda mais preocupante levando em consideração que, até o momento, 32 casos confirmados de gripe aviária foram registrados na Califórnia neste ano. As informações são de que esses casos foram predominantemente relacionados a trabalhadores de granjas de aves e laticínios que tiveram contato direto com animais infectados. O comunicado do CDPH de 6 de dezembro orientou profissionais de saúde a realizarem testes para HPAI em pacientes que tivessem consumido leite cru e apresentassem sintomas semelhantes aos da gripe. Este alerta visa aumentar a vigilância diante de uma possível contaminação generalizada.
No dia 24 de novembro, o CDPH havia anunciado que foi detectada a presença do vírus da gripe aviária em uma amostra de leite cru comercializada, que foi prontamente recolhida. No entanto, não está claro se a segunda criança suspeita de contaminação consumiu leite da mesma remessa, o que levanta um questionamento sobre a necessidade de uma rastreabilidade mais eficiente dos produtos lácteos não pasteurizados. Com um conceito que cada vez mais ganha espaço nas prateleiras de supermercados – o leite cru – é importante que os consumidores estejam cientes dos riscos associados ao seu consumo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já categorizou o surto atual de gripe aviária como um “significativo problema de saúde pública”, e a disseminação de informações corretas sobre a gripe aviária é crucial neste momento. Os sintomas da gripe aviária são numerosos e incluem febre, fadiga, tosse, dores no corpo, dor de garganta, falta de ar, nariz entupido ou escorrendo, vermelhidão nos olhos e dores de cabeça. Em casos mais graves, a infecção pode progredir para uma pneumonia que requer hospitalização, tornando as orientações de saúde pública ainda mais relevantes.
Os tratamentos recomendados para gripe aviária e influenza são semelhantes, com antivirais como o Tamiflu sendo prescritos. Contudo, o CDC alertou a população sobre não consumir leite cru contaminado como uma suposta forma de desenvolver anticorpos contra o vírus H5N1, pois essa prática pode levar a doenças mais sérias. A pasteurização, que é o processo de aquecer o leite antes do consumo, elimina patógenos sem comprometer os benefícios nutricionais, e é amplamente recomendado por instituições de saúde.
Recentemente, o Departamento de Agricultura dos EUA também se pronunciou, afirmando que testes em amostras de leite cru para a presença do vírus da gripe aviária são “uma parte crítica de nossos esforços contínuos para proteger a saúde e segurança de indivíduos e comunidades em todo o país”. Essa abordagem deve ser vista como uma oportunidade de garantir que a segurança alimentar seja priorizada e que o conhecimento sobre os riscos associados à alimentação seja amplamente disseminado.
Diante da situação, é fundamental que os consumidores reevaluem seus hábitos alimentares e sejam críticos em relação às fontes de produtos que consomem. Assim, em tempos de aumento de casos de gripe aviária e outros patógenos, a conscientização e a informação devem permanecer em primeiro plano. E você, está preparado para fazer escolhas mais saudáveis?