A série premiada What We Do in the Shadows, que conquistou audiência e crítica, chega ao seu fim e com isso traz à tona questões sobre a natureza cíclica da vida, especialmente para seres imortais, que por séculos têm atravessado as mesmas experiências de forma inalterada. Na série final, o elenco reflete sobre a mensagem emanar na trama e o impacto que estes vampiros, que vivem em Nova York, tiveram em suas vidas e na cultura pop.

Mesmo que a Victorian Residency em Staten Island não tenha passado por grandes mudanças ao longo das temporadas, o ambiente e as figuras que nele habitam permanecem ativos, criando uma conexão com os espectadores que se estende por seis temporadas e um filme. O que realmente configura as emoções desta produção é, segundo Mark Proksch, que interpreta Colin Robinson, a constância da comédia e da banalidade em suas histórias. “Cem anos a partir de agora, esses idiotas estarão na mesma casa, passando pelas mesmas situações, e eu acho isso refrescante de certa forma”, afirma Proksch ao The Hollywood Reporter.

Com um argumento que nasceu em uma ideia breve, a série se mostrou ferozmente criativa e expandida pela sua essência de empurrar as fronteiras dos clichês da comédia. Os protagonistas, Nandor (Kayvan Novak), Nadja (Natasia Demetriou), Laszlo (Matt Berry) e Guillermo (Harvey Guillén), experimentam a vida de um jeito que só um vampiro inadaptado poderia, levando os espectadores a refletir sobre o cotidiano de uma maneira absurda e cômica.

Guilén, o único humano entre vampirescos companheiros, se destaca como um verdadeiro mediador das emoções do público. Em meio às piadas e à loucura dos vampiros, suas reações, sempre com um olhar mais próximo da realidade humana, trazem uma outra dimensão à trama. Na série final, o dilema dele em questão à mortalidade se torna o coração pulsante da narrativa, questionando o que significa realmente dizer adeus ao que se ama. O que os fãs do programa sentirão é uma espécie de simetria ao retorno do status quo do enredo, após uma montanha-russa emocional.

Enquanto o programa conquistou uma sólida base de fãs, especialmente durante a pandemia, sua relação com o público vai além das risadas. Muitos relatos afirmam que a série ajudou pessoas a enfrentar momentos difíceis, embrenhando sua essência cômica e leveza ao meio do caos. “É um trabalho leve e divertido que proporciona uma fuga da realidade,” expressa Guillén, reforçando a importância desse tipo de conteúdo nas vidas dos espectadores.

Com mais de 60 episódios e um visionário conceito criado por Taika Waititi, a série proporcionou uma experiência autêntica e envolvente. O elenco não apenas criou personagens, mas trouxe à vida uma comunidade que, ao longo dos anos, se tornou uma parte importante da jornada de muitos. A forma como o programa lida com a imortalidade e a repetição é uma metáfora para a própria vida: mesmo entre a rotina, sempre há espaço para momentos de alegria e companheirismo.

Ao finalizar esta jornada, é notável a sensação de que o final da série não é exatamente um adeus, mas uma pausa. “Deixamos em aberto a possibilidade de retornar, porque amamos o que fizemos e estamos abertos às possibilidades futuras,” conclui Guillén, ressaltando o legado deixado por What We Do in the Shadows.

What We Do in the Shadows está disponível para streaming em sua totalidade na plataforma Hulu.

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