No último dia 31 de dezembro, as forças armadas dos Estados Unidos efetivamente mudaram o cenário de combate no Iémen ao realizar diversas operações aéreas que visavam alvos específicos dos rebeldes houthis. Em uma declaração oficial, o Comando Central dos EUA (CENTCOM) anunciou que seus militares realizaram “ataques de precisão”, atingindo alvos que eram utilizados pelos houthis, aliados do Irã, para atacar tanto navios de guerra americanos quanto embarcações comerciais na região. Estas ações, que se iniciaram na segunda-feira e continuaram ao longo da terça-feira, foram acompanhadas pela divulgação de um vídeo mostrando aeronaves de combate decolando e mísseis sendo lançados a partir de um navio, evidenciando a seriedade das operações.

Os alvos dos ataques eram instalações de comando e controle dos houthis, além de sofisticadas fábricas de produção e armazenamento de armamentos convencionais. De acordo com o CENTCOM, essas instalações abrigavam mísseis e drones não tripulados que estavam sendo utilizados em operações dos houthis contra forças americanas e aliados. Além disso, os ataques resultaram na destruição de um radar costeiro dos houthis e na neutralização de sete mísseis de cruzeiro e diversos drones não tripulados. É importante notar que, segundo o Comando, não houve feridos ou danos às tropas ou equipamentos americanos durante a ofensiva, o que propicia uma análise mais cuidadosa sobre as consequências de tais ações militares.

Uma imagem do lançamento de um foguete pelas forças dos EUA.
Um foguete sendo lançado pelas forças dos EUA. 
CENTCOM

Relatos de testemunhas em Sanaa, a capital sob controle dos houthis, mencionaram a ocorrência de diversos ataques em locais distintos. Uma das fontes afirmou ter ouvido uma poderosa explosão nas proximidades do Ministério da Defesa, evidenciando a natureza intensa dos bombardeios. O CENTCOM afirmou que as ações militares buscam desmantelar a capacidade dos rebeldes iranianos de ameaçar aliados regionais, bem como de interferir no tráfego marítimo da área.

A resposta dos houthis não tardou a acontecer. O porta-voz do movimento, Mohammed Abdulsalam, descreveu os ataques como “uma agressão americana” e uma “flagrante violação da soberania de um estado independente”, ao mesmo tempo em que denunciou o que considera um suporte incondicional a Israel. A posição dos houthis parece ser parte de uma retórica mais ampla em meio ao contexto das hostilidades atuais, que inclui ataques diretos à Israel e ativismo em solidariedade ao povo palestino durante a guerra entre Israel e Hamas no território da Faixa de Gaza.

Na mesma data dos ataques americanos, os houthis afirmaram ter disparado mísseis em direção a Israel, pouco tempo após os militares israelenses reportarem a interceptação de um projétil lançado do território controlado pelos rebeldes. Recentemente, no início de dezembro, um foguete disparado do Iémen atingiu uma área em Tel Aviv, resultando em ferimentos em mais de uma dezena de pessoas devido a estilhaços de vidro, conforme informações fornecidas pelas Forças Armadas de Israel. Este incidente foi precedido por uma série de ataques aéreos israelenses direcionados aos houthis, demonstrando uma escalada ameaçadora que envolve a presença militar americana e as atividades dos houthis na região.

A atuação dos houthis se estende pelo complexo e devastador cenário da guerra civil no Iémen, onde o movimento controlava uma quantidade significativa da nação. Além de ataques a Israel, os houthis têm mirado em navios militares no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, partindo do argumento de que suas ações são uma demonstração de apoio à causa palestina em meio às hostilidades da guerra em Gaza. Essa complicação da geopolítica regional, marcada pela rivalidade entre potências como os EUA e o Irã, ilustra o entrelaçamento que afeta não apenas o Oriente Médio, mas também o cenário mundial em questões de segurança e diplomacia.

Essas dinâmicas têm consequências profundas, tanto para os civis locais quanto para a estabilidade regional e a segurança global. O envolvimento militar direto dos Estados Unidos no Iémen enfatiza a resposta estratégica à atividade provocativa dos houthis, mas também levanta perguntas sobre o impacto sobre a população civil e o que isso significa para o futuro da região. À medida que o cenário se desenrola, a vigilância internacional e o envolvimento contínuo são cruciais para entender as complexidades e as tensões que estão em jogo, e as ramificações que esses eventos podem ter em um mundo cada vez mais interconectado.

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