O ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, faleceu aos 92 anos, conforme anunciou o All India Institute of Medical Sciences (AIIMS), em Nova Délhi. A notícia da sua morte marca o fim de uma era política significativa no país, onde Singh se destacou como uma figura central em várias reformas econômicas e políticas ao longo das últimas décadas. A sua partida é sentida não apenas pelos que o conheciam pessoalmente, mas também por milhões que o viram como um símbolo de integridade e competência administrativa.
De acordo com o comunicado emitido pelo AIIMS, Singh perdeu a consciência em sua residência na última quinta-feira, sendo imediatamente levado ao hospital. O relatório indicou que ele estava sendo tratado por problemas médicos relacionados à idade e que sua condição se deteriorou repentinamente no dia 26 de dezembro de 2024. A equipe médica iniciou medidas de ressuscitação imediatamente em sua casa antes de transportá-lo para a emergência do AIIMS, mas, apesar dos esforços, ele foi declarado morto às 21h51, horário local, que corresponde a 11h21 do horário do leste dos Estados Unidos.
Singh foi o primeiro-ministro da Índia de 2004 a 2014, um período marcado por políticas econômicas que transformaram a Índia em uma das economias de mais rápido crescimento do mundo. Na sua gestão, o Produto Interno Bruto (PIB) indiano cresceu em média 8% ao ano, e suas reformas direcionadas à liberalização da economia foram fundamentais para colocar o país no mapa econômico global. Singh é amplamente reconhecido por suas contribuições significativas na redução da pobreza e na promoção da inclusão social através de várias iniciativas governamentais.
O atual primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, expressou seu pesar pela morte de Singh, descrevendo-o como um dos “líderes mais distintos do país”. Em uma declaração na rede social X, Modi destacou que Singh fez enormes esforços para melhorar a vida das pessoas durante seu mandato como primeiro-ministro. A relação entre os dois líderes foi muitas vezes marcada por um respeito mútuo, apesar das diferentes filosofias políticas que representam. O governo indiano declarou luto nacional em honra a Singh e o pais se uniu em tributos em suas redes sociais e em cerimônias.
Singh também era conhecido por seu estilo de liderança tranquilo e focado, o que muitas vezes contrastava com a política partidária calorosa que caracteriza o cenário político da Índia. Ele era um defensor do diálogo e da colaboração, características que muitos acreditam que foram centrais para seu sucesso como líder. Além de sua carreira política, Singh era um economista respeitado, tendo ocupado vários cargos importantes antes de se tornar primeiro-ministro, incluindo o cargo de governador do Banco da Reserva da Índia.
A morte de Manmohan Singh ocorre em um momento em que a Índia enfrenta desafios significativos, incluindo questões econômicas e sociais que exigem uma liderança forte e visionária. Sua ausência em meio aos debates nacionalistas e as crescentes divisões políticas será sentida profundamente. Muitos indianos estão agora refletindo sobre seu legado e o que sua vida e carreira significaram para o desenvolvimento do país. Para aqueles que o acompanharam ao longo dos anos, sua contribuição à modernização da Índia jamais será esquecida, e suas políticas continuarão a influenciar gerações futuras.
Como uma figura ética e confiável, o falecimento de Singh não apenas marca o final de uma notável carreira política, mas também o fim de uma era de esperanças e aspirações no progresso indiano. O que vem a seguir para a política indiana e como o país homenageará seu legado são perguntas que permanecem em aberto. Enquanto isso, o espírito do ex-primeiro-ministro e sua visão por uma Índia melhor continuarão a ressoar entre aqueles que se inspiraram em suas ideias e ações.