Washington — Em um desdobramento alarmante que destaca os riscos associados ao armazenamento inadequado de materiais explosivos, o FBI anunciou a apreensão da maior quantidade de “dispositivos explosivos acabados” de sua história, durante a prisão de um homem na Virgínia, no início deste mês. Documentos judiciais detalharam que a operação se concentrou em Brad Spafford, que foi preso no dia 17 de dezembro sob acusações de posse de um rifle de cano curto não registrado.
Durante a execução de um mandado de busca em sua propriedade de 20 acres, localizada no condado de Isle of Wight, os investigadores realizaram descobertas alarmantes. De acordo com os promotores, eles encontraram um estoque impressionante que ultrapassava 150 dispositivos explosivos improvisados, classificados como bombas caseiras do tipo tubo. Algumas dessas bombas foram rotuladas como “letais” e estavam, de forma ainda mais preocupante, carregadas em um que parecia ser um colete portátil.
Os dispositivos estavam, em sua maioria, armazenados em uma garagem separada, enquanto outros foram descobertos dentro de uma mochila em um quarto, completamente desprotegidos. Os promotores também alegaram que Spafford admitiu manter um frasco no congelador contendo HMTD, uma substância explosiva altamente instável, que pode detonar apenas com fricção ou mudanças de temperatura. O frasco foi encontrado adjacente a itens alimentares e rotulado como “perigoso” e “não toque”, conforme os documentos de acusação.
A investigação foi iniciada no início de 2023, após um vizinho alertar as autoridades sobre o acúmulo de armas de Spafford e uma grave lesão que resultou na perda de três dedos da mão direita. “Mesmo após perder seus próprios dedos devido aos seus materiais explosivos caseiros, ele tomou a aparentemente notável decisão de manter um material explosivo extraordinariamente perigoso no congelador da casa, próximo a alimentos acessíveis a toda a família”, argumentaram os promotores, ressaltando que o homem “representa um extremo perigo para a comunidade” e deve permanecer sob custódia.
O vizinho também relatou que Spafford utilizava fotos do presidente Biden para prática de tiros em um estande local. Segundo o relato, ele acredita que “assassinatos políticos devem ser recrudescidos” e que “as crianças desaparecidas nas notícias foram levadas pelo governo federal para serem treinadas como atiradores escolares”. Após uma tentativa de assassinato de Donald Trump em julho, Spafford afirmou ao vizinho que “esperava que o atirador não errasse Kamala”, conforme os documentos judiciais.
Os advogados de defesa de Spafford argumentaram que ele deveria ser libertado enquanto aguarda o julgamento, mencionando que ele “não possui antecedentes criminais nem histórico de abuso de substâncias ou problemas mentais”. “Não existe uma única evidência nos autos que prove que o Senhor Spafford tenha ameaçado alguém e a alegação de que alguém pode estar em perigo devido a suas opiniões políticas é absurda”, disseram os advogados em um documento apresentado ao tribunal. “Na verdade, as evidências comprovam que o Senhor Spafford não representa um perigo, mas é um homem trabalhador e familiar sem antecedentes criminais.”
Este caso não apenas destaca a periculosidade do armazenamento inadequado de materiais explosivos, mas também levanta questões mais amplas sobre a saúde mental e comportamentos de risco em comunidades. A apreensão das armas e explosivos em uma área residencial representa um risco significativo para a segurança pública e reflete a importância da vigilância cidadã e das autoridades em situações tão alarmantes. O FBI e outros órgãos de segurança continuam a enfatizar a necessidade de uma educação maior sobre o manuseio seguro de explosivos, especialmente para indivíduos que podem não ter conhecimento sobre os riscos associados.