A recente decisão das Filipinas de adquirir o inovador sistema de mísseis Typhon, desenvolvido pelos Estados Unidos, fez o alarme soar em Pequim, levando a uma rápida condenação da medida como um potencial desencadeador de uma corrida armamentista na região do Sudeste Asiático. Durante uma coletiva de imprensa na segunda-feira, o chefe do Exército filipino, o Tenente-General Roy Galido, ressaltou que a aquisição do sistema de mísseis se alinha à estratégia do país para proteger suas riquezas marítimas e sua soberania.
Este movimento surge em meio a um crescente nível de tensão no Mar do Sul da China, onde várias nações, incluindo as Filipinas e a China, têm disputas territoriais intensificadas. Não é de se admirar que a presença do sistema de mísseis na região tenha gerado reações inflamadas por parte do governo chinês, que vê tais ações como uma ameaça à estabilidade regional. O sistema de mísseis Typhon, que será implantado em parte no norte das Filipinas, foi utilizado pelo Exército dos EUA durante exercícios militares conjuntos realizados este ano, mostrando uma crescente aproximação entre os dois países aliados.
Galido destacou que o sistema Typhon é considerado não apenas funcional, mas também essencial, defendendo que sua implementação permitirá ao Exército filipino “projetar força” a uma distância de até 200 milhas náuticas. Essa distância está em conformidade com os limites das zonas marítimas do país, de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. “Devemos observar que a 200 milhas náuticas, não existe território; por isso, o Exército não poderá ir até lá,” explicou Galido, enfatizando a necessidade de manter uma presença dissuasiva nas águas disputadas.
A decisão já recebeu críticas instantâneas da China, com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, chamando a escolha do governo filipino de “extremamente irresponsável.” A diplomata fez um apelo para que as Filipinas abandonassem suas “práticas equivocadas” para a paz e a prosperidade na região, declarando que a presença de armamentos só alimenta a tensão e a desconfiança.
Com um histórico de confrontos entre nações do Sudeste Asiático e a China sobre a soberania territorial no Mar do Sul da China, a sensibilidade dessa decisão não pode ser subestimada. Embora as Filipinas estejam se empenhando para garantir sua própria segurança, as palavras de alerta de Pequim ressaltam o potencial para um aumento da escalada militar que poderia envolver múltiplos países na região. O relacionamento de longa data entre as Filipinas e os Estados Unidos foi fortalecido sob a presidência de Ferdinand Marcos, que iniciou um movimento de resistência mais robusto às reivindicações de Pequim, intensificando a cooperação em matéria de defesa entre os dois aliados.
Embora se leve normalmente mais de dois anos para que as forças armadas filipinas adquiram um novo sistema de armamento após a fase de planejamento, Galido enfatizou que esse investimento é vital para a proteção dos ativos marítimos do país. O sistema Typhon não apenas poderá proteger a frota naval e os barcos de pesca, mas é parte de um esforço mais amplo para reafirmar a autonomia nas águas estratégicas do Mar do Sul da China.
A mensagem de que Manila não se deixará intimidar pela China foi clara, com Galido fazendo eco às preocupações sobre as inseguranças da China em relação ao fortalecimento militar das Filipinas. “Não devemos nos deixar abalar pelas inseguranças alheias, pois não temos planos de alcançar interesses fora de nosso território,” concluiu, desafiando as críticas da China.
À medida que as Filipinas avançam na implementação deste sistema de defesa, os próximos passos serão observados atentamente tanto por aliados quanto por adversários na cena internacional, enquanto a dinâmica de poder na região se transforma. A aquisição do sistema Typhon não é um ponto final, mas um novo capítulo na definição das relações de força no Sudeste Asiático, onde as nações devem navegar complexos desafios para alcançar a estabilidade e segurança.