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Roma
CNN
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A manhã de quinta-feira revelou um escândalo impactante na Itália, onde uma freira católica do Instituto das Irmãs da Caridade em Milão foi presa juntamente com 24 outros indivíduos. A operação foi desencadeada por uma série de crimes vinculados à máfia, que incluem extorsão, tráfico de drogas, receptação de bens roubados, agiotagem e lavagem de dinheiro. Este evento não apenas destaca a persistência da criminalidade organizada no país, mas também a surpreendente conivência de figuras religiosas em atividades ilícitas.
A freira, identificada como Irmã Anna Donelli, de 57 anos, ganhou notoriedade entre os detentos, sendo conhecida como “Irmã Collina” enquanto atuava como voluntária em diversas penitenciárias na região de Brescia, no norte da Lombardia. No entanto, as autoridades antimaffia alegam que sua atuação transcendeu o simples oferecer de bênçãos e conforto espiritual; Donelli foi acusada de servir como intermediária nas comunicações entre os chefes da máfia detidos e os soldados da ‘Ndrangheta, um dos mais temidos sindicatos do crime na Itália, cujo centro de operações se localiza na Calábria, no sul do país.
Durante uma coletiva de imprensa onde foram anunciadas as prisões, o procurador Francesco Prete destacou que a atuação da freira permitiu a transmissão de ordens e informações entre os membros da ‘Ndrangheta, sugerindo que ela explorava sua posição espiritual para facilitar esses contatos. “Ela carregava ordens, diretrizes, auxílio moral e material para os associados, e em troca recebia informações úteis dos prisioneiros para melhor planejar estratégias criminosas”, afirmou Prete, revelando a complexidade da rede criminosa e o papel que Donelli desempenhou dentro dela.
A operação, que envolveu 300 oficiais antimaffia e cães policiais treinados para detectar drogas e dinheiro, resultou em um sequestro total de 1,8 milhão de euros (cerca de 1,9 milhão de dólares). Além do dinheiro, armas e substâncias ilícitas também foram apreendidas em locais como Bergamo, Verona e Treviso, evidenciando a extensão das atividades da máfia na região.
Entre os outros presos estavam membros do partido Irmãos da Itália, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni. Um médico foi preso sob suspeita de tratar ferimentos de mafiosos para evitar que eles fossem detectados no sistema de saúde pública, revelando ainda mais as ligações profundas entre a política e o crime organizado na Itália.
No passado, Donelli se descreveu como uma ponte entre os detentos e as autoridades penitenciárias, além de atuar como árbitra em partidas de futebol durante o tempo livre dos prisioneiros. Em entrevista à rede de notícias religiosas TV2000 em 2020, ela falou sobre seu trabalho e seu desejo de ajudar aqueles que se encontram do outro lado das grades. No entanto, suas boas intenções têm um sabor amargo à luz das atuais acusações.
A CNN tentou entrar em contato com o Instituto das Irmãs da Caridade em Milão para comentar o assunto, mas até o momento não recebeu uma resposta. Donelli, atualmente sob prisão domiciliar, é acusada de estar à disposição da associação criminosa para garantir uma conexão entre os associados detidos e os que estão fora das prisões, continuando assim a tecer uma teia de relações que ultrapassa as barreiras das instituições e se infiltra na sociedade.
Este caso não apenas choca pela figura de uma freira envolvida em atividades criminosas, mas também lança uma luz sobre a resiliência e adaptação da máfia na sociedade contemporânea italiana, desafiando qualquer expectativa sobre a natureza da criminalidade, que pode esconder-se atrás de rostos e instituições respeitáveis. À medida que as investigações continuam, a Itália se vê mais uma vez confrontada com a grave questão da corrupção e suas ramificações nos mais diversos setores, desde a religião até a política pública.
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**Tradução para português brasileiro**
A manhã de quinta-feira revelou um escândalo impactante na Itália, onde uma freira católica do Instituto das Irmãs da Caridade em Milão foi presa juntamente com 24 outros indivíduos. A operação foi desencadeada por uma série de crimes vinculados à máfia, que incluem extorsão, tráfico de drogas, receptação de bens roubados, agiotagem e lavagem de dinheiro. Este evento não apenas destaca a persistência da criminalidade organizada no país, mas também a surpreendente conivência de figuras religiosas em atividades ilícitas.
A freira, identificada como Irmã Anna Donelli, de 57 anos, ganhou notoriedade entre os detentos, sendo conhecida como “Irmã Collina” enquanto atuava como voluntária em diversas penitenciárias na região de Brescia, no norte da Lombardia. No entanto, as autoridades antimaffia alegam que sua atuação transcendeu o simples oferecer de bênçãos e conforto espiritual; Donelli foi acusada de servir como intermediária nas comunicações entre os chefes da máfia detidos e os soldados da ‘Ndrangheta, um dos mais temidos sindicatos do crime na Itália, cujo centro de operações se localiza na Calábria, no sul do país.
Durante uma coletiva de imprensa onde foram anunciadas as prisões, o procurador Francesco Prete destacou que a atuação da freira permitiu a transmissão de ordens e informações entre os membros da ‘Ndrangheta, sugerindo que ela explorava sua posição espiritual para facilitar esses contatos. “Ela carregava ordens, diretrizes, auxílio moral e material para os associados, e em troca recebia informações úteis dos prisioneiros para melhor planejar estratégias criminosas”, afirmou Prete, revelando a complexidade da rede criminosa e o papel que Donelli desempenhou dentro dela.
A operação, que envolveu 300 oficiais antimaffia e cães policiais treinados para detectar drogas e dinheiro, resultou em um sequestro total de 1,8 milhão de euros (cerca de 1,9 milhão de dólares). Além do dinheiro, armas e substâncias ilícitas também foram apreendidas em locais como Bergamo, Verona e Treviso, evidenciando a extensão das atividades da máfia na região.
Entre os outros presos estavam membros do partido Irmãos da Itália, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni. Um médico foi preso sob suspeita de tratar ferimentos de mafiosos para evitar que eles fossem detectados no sistema de saúde pública, revelando ainda mais as ligações profundas entre a política e o crime organizado na Itália.
No passado, Donelli se descreveu como uma ponte entre os detentos e as autoridades penitenciárias, além de atuar como árbitra em partidas de futebol durante o tempo livre dos prisioneiros. Em entrevista à rede de notícias religiosas TV2000 em 2020, ela falou sobre seu trabalho e seu desejo de ajudar aqueles que se encontram do outro lado das grades. No entanto, suas boas intenções têm um sabor amargo à luz das atuais acusações.
A CNN tentou entrar em contato com o Instituto das Irmãs da Caridade em Milão para comentar o assunto, mas até o momento não recebeu uma resposta. Donelli, atualmente sob prisão domiciliar, é acusada de estar à disposição da associação criminosa para garantir uma conexão entre os associados detidos e os que estão fora das prisões, continuando assim a tecer uma teia de relações que ultrapassa as barreiras das instituições e se infiltra na sociedade.
Este caso não apenas choca pela figura de uma freira envolvida em atividades criminosas, mas também lança uma luz sobre a resiliência e adaptação da máfia na sociedade contemporânea italiana, desafiando qualquer expectativa sobre a natureza da criminalidade, que pode esconder-se atrás de rostos e instituições respeitáveis. À medida que as investigações continuam, a Itália se vê mais uma vez confrontada com a grave questão da corrupção e suas ramificações nos mais diversos setores, desde a religião até a política pública.