O estado de Wyoming tomou uma decisão audaciosa que não apenas protege a natureza, mas também abre caminho para um futuro mais sustentável. O governador Mark Gordon assinou, na última sexta-feira, um acordo histórico que permite a venda de um terreno de um milha quadrada (2,6 quilômetros quadrados) adjacente ao renomado Parque Nacional Grand Teton ao governo dos Estados Unidos por impressionantes US$ 100 milhões. Essa decisão encerra uma longa tradição de tentativas estaduais de desenvolver a área com empreendimentos imobiliários.
De acordo com os termos do acordo, o governo federal pagará a avaliação de US$ 62,5 milhões pelo terreno, enquanto os fundos arrecadados de forma privada cobrirão a diferença. Esta área, coberta por uma mistura de árvores, arbustos e sálvia, oferece uma visão majestosa da icônica Cordilheira Teton e serve como um habitat fundamental para diversas espécies, incluindo alces, muares e ursos pardos.
Gordon, um republicano, expressou seu apoio à integração do terreno ao parque nacional em um comunicado, ressaltando que sua equipe avaliou minuciosamente um plano do Bureau of Land Management (BLM) para a gestão de uma vasta área ao sudoeste de Wyoming, garantindo que não houvesse restrições excessivas ao desenvolvimento, incluindo a perfuração de petróleo e gás—um requisito estabelecido pela legislatura estadual no último inverno. Apesar de seus esforços, o governador não hesitou em criticar o plano geral do BLM para a árida área rica em minerais situada a 150 milhas (240 quilômetros) ao sul do Grand Teton, a qual considerou como “um último golpe ideológico da administração Biden” contra o estado.
Conforme os oficiais do Departamento do Interior não responderam imediatamente a um pedido de comentário na sexta-feira, os detalhes sobre a venda já estão formando o centro das atenções em todo o país. O governo do Wyoming possuía a propriedade, localizada no sudeste de Jackson Hole, e que é cercada pelo Grand Teton em três lados e pela floresta nacional em um quarto lado, muito antes da fundação do parque nacional em 1929. Esta transação representa o último e mais valioso de quatro terrenos de propriedade estadual vendidos para serem anexados ao parque na última década.
A federalização dessas terras, que foram originalmente concedidas a diversos estados, especialmente no Oeste, no momento da sua adesão para ajudar na arrecadação de fundos para a educação pública, representa um retorno significativo às suas raízes. Apesar da natureza privilegiada e do valor astronômico das propriedades, o governo do estado obteve receitas relativamente baixas através de arrendamentos de pastagens e outros usos ao longo dos anos.
Com o passar do tempo, os governadores de Wyoming frequentemente tentaram incentivar os oficiais federais a adquirir essas propriedades, ameaçando leiloá-las ao público. A decisão da Comissão de Terras de Wyoming, composta pelo governador Gordon e outros quatro altos funcionários eleitos do estado, foi aprovada por 3-2 em novembro após um intenso debate sobre a possibilidade de negociar uma troca por direitos minerais pertencentes ao governo federal em outras áreas do estado.
A integração deste terreno ao Parque Nacional Grand Teton representa um passo significativo na preservação ambiental, refletindo compromissos mais amplos para proteger os espaços naturais em um mundo que enfrenta crescentes pressões de desenvolvimento. O ato de Gordon e a resposta do público e das partes interessadas nas próximas semanas mostrarão como essa iniciativa se insere num panorama maior, onde a conservação se torna uma prioridade em meio a um desenvolvimento voraz.
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