Los Angeles – Com o futuro à porta e a possibilidade de uma nova administração Trump se aproximando, um seleto grupo de governadores democratas se encontra intensamente envolvido em preparações e deliberações nos bastidores. A expectativa é de que o presidente eleito, Donald Trump, traga à tona um grau de desafios sem precedentes, e os governadores estão determinados a encontrar maneiras eficazes de contrabalançar suas políticas. Astutos e determinados, eles buscam um equilíbrio entre a oposição franca e o entendimento estratégico, reconhecendo que as próximas ações podem definir o rumo político do país.
Muitos desses governadores iniciaram essa preparação muito antes da ainda recente eleição. Desde o momento em que Joe Biden decidiu retirar seu nome da corrida presidencial, a preparação para um novo governo Trump se tornou uma questão de responsabilidade para figuras como Laura Kelly, governadora do Kansas e atual presidente da Associação de Governadores Democratas. Kelly admitiu que, com a incerteza do que está por vir, a responsabilidade de se preparar adequadamente se torna ainda mais crítica. “Na verdade, não temos ideia do que virá pela frente”, afirmou.
Desde então, os governadores têm analisado detalhadamente o “Project 2025,” um plano que delineia medidas políticas esperadas de Trump. Outros têm se aprofundado em suas próprias autoridades executivas e leis estaduais, construindo um arsenal de estratégias para atingir ações extremas que possam surgir do novo governo da Casa Branca. Em uma jogada que delineia sua determinação, muitos têm se preparado para armazenar medicamentos abortivos em locais secretos. Essa preocupação surge especialmente no que diz respeito à possibilidade de o governo federal tentar nacionalizar polícias ou unidades da Guarda Nacional estaduais para promover ações de deportação.
Illinois, sob a administração do governador JB Pritzker, examina métodos proativos, como a proteção da privacidade de mulheres que viajam ao estado para cuidar de sua saúde reprodutiva. “Se um promotor ou um procurador federal quisesse obter esses dados e determinar se alguém viajou de Indiana para uma clínica de aborto em Illinois, podemos proteger as pessoas e sua privacidade”, comentou Pritzker.
A preparação, no entanto, não é um esforço novo. Muitos desses líderes estaduais reconhecem que o aprendizado da administração anterior de Trump é fundamental. Exemplos de estratégias já implementadas incluem exercícios de simulação, colaboração com promotores gerais estaduais e grupos de trabalho focados. Além disso, Pritzker tem buscado coletar governadores para unificar suas respostas e planejar ações concretas que possam ser implementadas.
O que está em jogo com a renovação da presidência
Com os republicanos conquistando a maioria nas câmaras do Congresso, a situação é ainda mais desafiadora. A ideia de que as administrações democratas poderiam ser incompetentes em sua resposta a um governo Trump foi reiterada por diversos líderes. Há uma crescente pressão para que os governadores não apenas se preparem para a resistência, mas também desenvolvam maneiras inovadoras de proteger seus cidadãos e garantir a continuidade dos programas cruciais de saúde e bem-estar.
A governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, enfatizou a necessidade de encontrar um terreno comum, recordando que muitos dos cidadãos de seu estado votaram em Trump na última eleição. Mencionando suas interações com o novo presidente, ela afirmou que “obviamente, tenho experiência neste tipo de ambiente que ajudará a informar como continuarei a lutar por Michigan”. As estratégias de Whitmer são um reflexo da necessidade de uma colaboração mais específica enquanto a política se intensifica.
A preparação desses governadores claramente vai além de uma simples oposição. Em conversa com a imprensa, a governadora de Nova York, Kathy Hochul, falou sobre a importância de ter um “plano de defesa” para o que está por vir. “É uma necessidade urgente de me preparar para todas as possibilidades”, declarou. Isso inclui medidas que protejam as clínicas de saúde reprodutiva e garantam que os direitos civis não sejam infringidos por ações do governo federal.
Nessa reunião entre governadores em Los Angeles, as ambições políticas também foram uma excelente oportunidade para discutir futuros eventos e rivalidades em potencial. O ambiente estava permeado pelas tensões de uma delimitação política que também se encanta oferecendo um convite aberto à luta. Enquanto alguns governadores, como Tim Walz de Minnesota, se dedicam a unir seus esforços para enfrentar Trump, outros, como Gavin Newsom da Califórnia, tentam usar sua conexão próxima com o cidadão para moldar políticas que possam beneficiar suas bases eleitorais nos estados.
A eleição em 2024 não só trouxe à tona a necessidade de uma resistência eficiente, mas muitas vezes também provocou discussões sobre quem dos governadores poderia emergir como possíveis candidatos em 2028, com bons motivos. A conhecida experiência de governadores como Newsom e Pritzker pode se traduzir em um papel ainda mais importante para a próxima corrida presidencial, tornando a preparação de agora não apenas urgente, mas também estratégica. Para os democratas, a preparação é uma questão de sobrevivência política, e eles sabem que o tempo é curto.
Em um momento de incerteza, os governadores democratas sabem que as lições aprendidas no primeiro mandato de Trump serão essenciais para enfrentar a nova realidade. Inslee, em um tom de firmeza, pediu que seus colegas governadores “incorporem um reforço Trump-proof” para que a resistência seja não apenas uma resposta, mas uma estratégia contínua e sustentável. A luta não acaba aqui, e eles estão determinados a demonstrar sua resiliência e resolve no que está por vir.
Os desafios futuros estão se delineando e a preparação dos governadores democratas é um indicativo claro de que a política americana será marcada por lutas cada vez mais acirradas entre linha de frente e resistência. Estar preparado é a chave para a atuação no cenário político onde cada movimento pode ter um impacto duradouro.