Um caso trágico que destaca preocupações sobre a capacidade hospitalar e a segurança de mães e bebês ocorreu em Birmingham, Reino Unido, onde uma mãe alega que a morte de sua filha recém-nascida foi causada por atrasos desnecessários na indução do trabalho de parto. Chelsea Wootton, de 31 anos, alega que seu registro no Birmingham City Hospital foi prejudicado por uma alegação de “falta de capacidade” do hospital para atender a suas necessidades durante o trabalho de parto. O resultado foi devastador: sua filha, Ava-Lea, morreu devido a complicações relacionadas a uma infecção, apenas 35 horas após o nascimento.

De acordo com a acusação feita por Wootton e seu escritório de advocacia, Irwin Mitchell, a história começou quando ela, que estava programada para ser induzida a partir da 41ª semana de gravidez, teve seu trabalho de parto iniciado um dia antes da indução planejada. Contudo, em vez de ser atendida prontamente ao chegar ao hospital, as informações alegam que ela foi enviada para casa sob a justificativa de que o hospital estava lotado. Somente após seu retorno para casa, dois horas depois, seu líquido amniótico se rompeu, o que, segundo a Cleveland Clinic, representa um risco significativo, pois a proteção que o líquido amniótico oferece é essencial para a saúde do feto. Sem essa barreira, a probabilidade de infecções aumenta consideravelmente.

Adyn Humphries e Chelsea Wootton com sua filha Ava-Lea, quando ela ainda estava viva

No dia seguinte ao rompimento do líquido, Wootton foi novamente admitida ao hospital, onde foi classificada como “baixo risco”. Entretanto, a situação piorou quando a equipe médica detectou a presença de mecônio, que é a primeira evacuação do recém-nascido. Embora seja comum que os bebês passem mecônio no útero, a inalação do mecônio pode provocar sérios problemas de saúde para o recém-nascido, conforme explica a Cleveland Clinic. Durante esse tempo, Wootton pediu uma cesariana de emergência, mas sua solicitação foi negada sob a justificativa de que havia outras emergências a serem tratadas, levando-a a relatar que suas preocupações estavam sendo completamente ignoradas.

“Continuei tentando levantar preocupações e pedi uma cesariana, mas sentia que estava sendo ignorada. Foi somente quando surgiram preocupações sobre a frequência cardíaca de Ava-Lea que nossa assistência pareceu se tornar uma prioridade,” disse Wootton em declaração compartilhada por meio de seu advogado. A agonia pela espera se intensificou, pois, quando a frequência cardíaca da bebê tornou-se “suspeita”, Wootton finalmente concordou com um parto assistido utilizando fórceps. Infelizmente, Ava-Lea nasceu e morreu apenas 35 horas depois, devido a privação de oxigênio e inalação de mecônio, condições que foram agravadas pela demora no atendimento necessário.

Chelsea Wootton tira uma selfie durante a gravidez, sua filha morreu após o prazo de parto

Conforme relatado pela Irwin Mitchell, Ava-Lea desenvolveu sepse, uma condição médica severa que pode resultar da síndrome de aspiração de mecônio. A bebê necessitou de ressuscitação e foi colocada em cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva neonatal. “Em vez de trazer nossa filha para casa e começar nossas vidas juntos, tivemos que dizer adeus e deixá-la no hospital,” lamentou Wootton, que revelou que uma investigação posterior sugeriu que uma intervenção mais cedo poderia ter mudado o resultado da situação.

Em busca de esclarecimentos sobre o caso, a equipe do PEOPLE contatou a confiança de Sandwell e West Birmingham, responsável pelo hospital em questão. Helen Hurst, Diretora de Enfermagem da instituição, expressou seus sentimentos em relação ao caso: “Isso é insuportavelmente triste e estamos profundamente angustiados pela perda de Ava-Lea. Estendemos nossas mais profundas condolências aos seus pais, familiares e amigos. Todos nós aprendemos com essa tragédia e já implementamos um plano para monitorar as melhorias que fizemos.” Além disso, Hurst destacou a importância de ter pedido desculpas à família de Ava-Lea quando se encontraram para discutir os resultados da investigação interna do hospital.

Este episódio trágico não é apenas um lembrete da fragilidade da vida, mas também um chamado para que as instituições de saúde reavaliem suas práticas e garantam que a segurança de mães e bebês seja sempre a prioridade. Esperamos que a dor de Chelsea Wootton e sua família não seja em vão e que suas vozes continuem sendo ouvidas em busca de mudanças significativas nas políticas de atendimento em saúde.

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