A indústria cinematográfica da Alemanha recebeu um presente antecipado de Natal esta semana, com a aprovação pelo Bundestag, o parlamento do país, de uma versão modificada da nova lei de financiamento de filmes do país. Esta legislação, que é esperada para obter aprovação do Senado Germânico na sexta-feira, entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025. Essa medida é crucial, uma vez que a indústria cinematográfica alemã, assim como seus pares em toda a Europa, depende amplamente de subsídios governamentais para sua operação. Para que você tenha uma ideia da importância disso, é difícil imaginar a cena cultural de uma nação sem a música que toca por trás de seus filmes, certo? Portanto, vamos detalhar mais como essa nova legislação pode mudar o jogo.
Dentre os filmes que estão por trás deste novo suporte financeiro, podemos mencionar obras que almejam prêmios, como ‘September 5’, de Tim Fehlbaum, e ‘The Seed of the Sacred Fig’, de Mohammad Rasoulof, que precisaram do subsídio alemão para serem realizados. A legislação anterior sobre financiamento de filmes expirará no final deste ano, e se não houvesse um acordo sobre uma nova lei, toda a indústria cinematográfica da Alemanha, que emprega cerca de 120 mil pessoas, poderia ter tido suas operações interrompidas. A situação é crítica, e cada dia conta.
A versão da lei aprovada na quinta-feira, contando com o apoio da coligação governamental que inclui os partidos SPD, Verdes e FDP, teve que ser diluída em relação à proposta original apresentada pela Ministra da Cultura da Alemanha, Claudia Roth. Um dos cortes mais notáveis foi a exclusão de uma cláusula que exigiria que todas as produções cinematográficas alemãs atendesse a padrões específicos de diversidade, igualdade de gênero, inclusão e anti-discriminação. Esse corte deixou progressistas furiosos, uma vez que esperavam alinhar a indústria alemã a padrões semelhantes aos adotados por setores nos Estados Unidos e no Reino Unido. O deputado do Partido Verde, Michael Sacher, descreveu essa decisão como “um tapa na cara para uma grande parte da nossa população”. O que você acha disso? Passar por cima de uma questão tão crítica pode ser um erro que afetará o setor a longo prazo.
Outras modificações que entraram nessa legislação incluem a automação de tomadas de decisão em relação a financiamento para produção e distribuição, bem como a pré-aprovação de projetos futuros de cineastas com histórico comprovado, tudo em um esforço para agilizar o processo de financiamento e aumentar a competitividade da indústria alemã no mercado global. Björn Böhning, CEO da Production Alliance, elogiou a nova lei como “uma boa notícia em tempos turbulentos” e destacou a habilidade dos políticos alemães de deixar suas diferenças de lado — em meio a uma acirrada campanha eleitoral — para que essa lei fosse aprovada. Assim, a indústria cinematográfica se respalda em um futuro mais sólido.
Além da lei de financiamento, outras duas reformas também foram defendidas pela Ministra da Cultura Roth: um modelo de incentivos fiscais para atrair produções internacionais e uma legislação exigindo que plataformas de streaming que operam na Alemanha investam em produções locais — ambas ainda aguardam um desfecho dependendo das condições da próxima composição governamental. Contudo, um último presente de Natal surpreendeu a todos na indústria: na sexta-feira, a Ministra da Cultura, juntamente com o Ministro das Finanças Jörg Kukies e o Chanceler Olaf Scholz, anunciaram um aumento na contribuição automática do Fundo Federal de Cinema da Alemanha (DFFF) e do Fundo de Cinema da Alemanha (GMPF), focados em produções de alta qualidade para televisão e cinema. A partir de 1º de fevereiro, produtores alemães poderão solicitar até 30% de reembolso sobre seus custos de produção locais — um aumento significativo, já que a taxa atual é de 20% para filmes e 25% para produções de TV. Com esses incentivos ampliados e prazos de validade estendidos até o final do próximo ano, o setor parece estar finalmente recuperando o fôlego após longos desafios.