Em uma revelação marcada por reviravoltas e enigmas que cercam o caso das mortes trágicas de quatro estudantes da Universidade de Idaho, Bryan Kohberger, o principal suspeito dos assassinatos ocorridos em novembro de 2022, foi previamente investigado em um incidente de invasão domiciliar no estado de Washington, praticamente um ano antes de sua prisão. Um relatório da rede ABC News, que jogou luz sobre essa conexão pouco conhecida, revela detalhes significativos sobre o contexto de violência que envolve Kohberger e suas atividades antes dos crimes em Idaho.
Kohberger se tornou um nome notório após sua prisão em 30 de dezembro de 2022, em conexão com os assassinatos de Madison Mogen, Kaylee Goncalves, Xana Kernodle e Ethan Chapin, ocorridos em 13 de novembro de 2022, em Moscou, Idaho. Contudo, a investigação de 2021 em Pullman, Washington, serviu de precursora para o perfil que viria a surgir de Kohberger. A invasão foi relatada por uma moradora que, em imagens da câmera corporal compartilhadas pela ABC News, descreve um intruso mascarado, portando uma faca, que entrou em sua casa por volta das 3h30 da madrugada.
De acordo com a mulher, que teve uma reação destemida ao atacar o intruso, ela conseguiu reagir e expulsá-lo, gritando em desespero. “Eu ouvi minha porta abrir e, ao olhar, vi alguém usando uma máscara de esqui e segurando uma faca. E então eu dei um chute em seu estômago e gritei muito alto, fazendo-o voar de volta para o meu armário e depois correr para fora pela porta e subir as escadas”, relatou ao chamar a polícia logo após o ato. Apesar da ousadia e coragem da residente, as autoridades não conseguiram localizar o invasor, nem qualquer evidência que pudesse ajudar na investigação após a chamada.
Após a prisão de Kohberger em dezembro de 2022, a polícia de Pullman o nomeou como uma pessoa de interesse no caso de invasão domiciliar do ano anterior, uma reviravolta surpreendente que suscitou ainda mais especulações sobre sua possível ligação com uma história de crimes violentos. O relatório da polícia, porém, declara que a vítima descreveu o suspeito com uma estatura entre 1,60 m e 1,65 m, enquanto Kohberger mede 1,83 m, levantando dúvidas sobre sua implicação no ocorrido. As autoridades enfatizaram que não há razões ou evidências para acreditar que ele estivesse envolvido naquela invasão específica, levando à conclusão do caso não resolvido.
Os eventos tomaram um rumo mais sombrio em 2022, quando as autoridades revelaram detalhes sobre os assassinatos que Chocaram a nação. De acordo com a documentação judicial, as facadas fatais que levaram à morte dos quatro universitários ocorreram entre 4h e 4h25 da manhã, após um domingo noturno aparentemente tranquilo. Um dos pontos mais chocantes foi a descoberta de uma bainha da faca deixada na cena do crime, encontrada na cama onde Mogen e Goncalves foram mortas. Isso, junto a depoimentos de testemunhas, como uma das colegas de quarto sobreviventes, que relatou ter visto um “indivíduo vestido de preto e usando máscara” passar por ela enquanto deixava a cena, gerou enigmas que ainda buscam respostas.
Esta complexidade da situação não se limita apenas aos detalhes de um assassinato. Um analista jurídico da ABC News, Brian Buckmire, sugere que a defesa de Kohberger pode utilizar a alegada invasão em 2021 como um argumento para criar uma dúvida razoável no tribunal, prejudicando a tentativa de condenação em um julgamento que já está agendado para agosto de 2025. Esse aspecto do caso ressalta a importância de cada evidência apresentada e a forma como pode moldar o destino de um acusado.
A mãe de Madison Mogen, uma das vítimas, expressou sua indignação com os atrasos no julgamento, alegando que “o sistema legal não é sobre as vítimas”, destacando a luta não apenas pela justiça, mas por um sistema que funcione para todos, especialmente para aqueles que não podem mais falar por si mesmos. Enquanto isso, o caso de Kohberger se nacionaliza e atrai a atenção do público, deixando todos na expectativa de que novas informações possam surgir e que a verdade, finalmente, venha à tona.
Com a policia de Pullman declarando que Kohberger não é mais um interesse investigativo, o caso de invasão domiciliar é oficialmente encerrado, mas a conexão perturbadora entre os dois incidentes continua a levantar questões que ainda não foram totalmente respondidas. Como se desenrolará o próximo ato na saga de Bryan Kohberger e das famílias que tiveram suas vidas devastadas? Somente o tempo dirá, mas a espera ansiosa por justiça e respostas permanece viva.