No dia 25 de dezembro de 2024, o Azerbaijão declarou luto nacional em memória das vítimas do trágico acidente aéreo que resultou na morte de 38 pessoas e deixou 29 feridos entre os sobreviventes. O acidente levantou uma nuvem de especulações sobre suas causas, alimentando a angústia e a incerteza deste evento tão devastador.

O voo da Azerbaijan Airlines, um Embraer 190, estava em rota de Baku, capital do Azerbaijão, para Grozny, cidade da Chechênia, na Rússia, quando, por razões ainda obscuras, foi desviado e acabou caindo ao tentar aterrissar na cidade de Aktau, no Cazaquistão, após percorrer uma rota que o levou a sobrevoar o Mar Cáspio. O aparelho desabou a cerca de três quilômetros do aeroporto, em um local remoto e difícil de acessar, onde a única coisa visível eram destroços e uma nuvem de fumaça.

Cenas devastadoras logo começaram a circular nas redes sociais, mostrando o avião fazendo uma descida abrupta antes de colidir com o solo em uma explosão de fogo. Imagens adicionais trouxeram à tona a terrível realidade da situação, com parte do fuselagem completamente destruído e os destroços espalhados ao redor da área impactada.

Na quinta-feira, 26 de dezembro, o Azerbaijão interrompeu suas operações cotidianas para honrar as vidas perdidas, com bandeiras a meio mastro por todo o país, além de um momento de silêncio que reverberou através de cidades e vilarejos, marcado por uma pausa no tráfego e sinos de navios e trens.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, se dirigiu à imprensa e comentou que era prematuro especular sobre as causas do acidente, embora tenha afirmado que as condições climáticas adversas forçaram a aeronave a mudar sua rota. “A informação que recebi é que o avião alterou seu trajeto entre Baku e Grozny em função das más condições do tempo, dirigindo-se ao aeroporto de Aktau, onde acabou por se acidentar ao tentar pousar”, declarou Aliyev.

De acordo com dados preliminares fornecidos pela Rosaviatsia, a agência de aviação civil da Rússia, houve indicações de que os pilotos desviaram para Aktau após um *bird strike* (impacto com aves) ter causado uma emergência a bordo. Essa informação, no entanto, não dissipou as crescentes especulações sobre a verdadeira natureza do acidente que agora dominam as discussões nas redes sociais e meios de comunicação.

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Especialistas de emergência trabalham no local do acidente de um jato de passageiros da Azerbaijan Airlines perto da cidade de Aktau, no oeste do Cazaquistão, em 25 de dezembro de 2024.
ISSA TAZHENBAYEV / AFP via Getty Images

À medida que a investigação oficial do acidente se iniciava, diversas teorias começaram a ser levantadas sobre as possíveis causas, com comentários de especialistas sugerindo que buracos evidentes na seção de cauda da aeronave poderiam indicar que o voo foi atingido por fogo proveniente de sistemas de defesa aérea russos, que estariam se defendendo de um suposto ataque de um drone ucraniano.

Embora não houvesse confirmação oficial sobre os supostos ataques, a possibilidade de drones ucranianos terem atacado Grozny em ocasiões anteriores trouxe à tona uma onda de especulação sobre as circunstâncias que cercam o acidente. Dados de analistas de segurança da Osprey Flight Solutions, uma empresa do Reino Unido, levantaram a hipótese de que o *voo da Azerbaijan Airlines* pode realmente ter sido derrubado por um sistema de defesa aérea militar russo. Andrew Nicholson, CEO da Osprey, afirmou que a empresa já havia emitido mais de 200 alertas sobre ataques com drones e sistemas de defesa aérea na Rússia durante o curso do conflito na Ucrânia.

“Este incidente é um lembrete contundente do porquê de nossas operações e análises serem tão cruciais,” declarou Nicholson em um post online. “É doloroso saber que, apesar de nossos esforços, vidas foram perdidas de uma maneira que poderia ter sido evitada.” A pressão sobre a Rússia para fornecer transparência e respostas cresceu, pois especialistas e autoridades pedem esclarecimentos sobre os eventos que culminaram nessa tragédia.

O especialista militar russo, Yury Podolyaka, foi citado pela Agence France-Presse, afirmando que os buracos evidentes nos destroços eram similares ao que seria causado por um “sistema de mísseis anti-aéreos.” “Todas as evidências apontam para isso,” escreveu ele em redes sociais. Em contrapartida, quando questionado sobre as alegações de que a aeronave havia sido atacada, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, argumentou que “seria errôneo fazer suposições antes que os investigadores tenham um veredicto.” Esta situação gera um misto de frustração e expectativa entre as famílias das vítimas, que clamam por respostas rápidas e efetivas.

O presidente do parlamento do Cazaquistão, Maulen Ashimbayev, destacou a necessidade de evitar conclusões apressadas baseadas em imagens dos fragmentos da aeronave, considerando as alegações de fogo de defesa aérea como infundadas e “antiéticas.” Este cuidado é reiterado por outros oficiais tanto no Cazaquistão quanto no Azerbaijão, que reafirmam que será incumbência dos investigadores determinar a causa real do acidente.

Conforme os dias passam, o clamor por esclarecimentos e justiça cresce, refletindo não apenas a dor das famílias enlutadas, mas também a urgência de uma reflexão sobre a segurança aérea e os riscos que ameaçam a vida de tantas pessoas em viagens cotidianas. Através da dor e da incerteza, há uma esperança de que verdadeiramente luz será lançada sobre esse triste capítulo da aviação, apresentando não apenas respostas, mas também caminhos para prevenir futuras tragédias.

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