A linha entre o sucesso e o fracasso pode se tornar extremamente tênue em meio a uma enxurrada de críticas, especialmente quando tal avalanche começa a afetar a vida real dos envolvidos. Foi exatamente isso que Jesse Eisenberg parece ter lidado em segredo ao longo de quase uma década, conforme relatado recentemente em uma conversa no podcast Armchair Expert, de Dax Shepard. O ator, conhecido por sua versatilidade em papéis desafiadores, revelou que seu papel como Lex Luthor no filme Batman v Superman: Dawn of Justice pode ter prejudicado sua trajetória profissional de maneira significativa.
É intrigante refletir sobre o impacto que uma performance em um blockbuster pode ter na carreira de um ator, especialmente considerando que Batman v Superman arrecadou as impressionantes cifras de $874 milhões em todo o mundo. Contudo, essa performance não foi bem recebida pela crítica, que se manifestou de forma contundente, resultando em uma desaprovação de somente 29% no Rotten Tomatoes. O crítico Mark Kermode, do The Observer, expressou com alguns de seus comentários que deixou a sala de cinema “se perguntando se tudo não foi apenas um pesadelo”. A crítica severa não se limitou apenas ao filme em si, mas se estendeu ao desempenho de Eisenberg, que, segundo ele, o afetou profundamente.
Em meio a esse cenário, Eisenberg compartilhou com a audiência que nunca havia falado sobre isso antes, e agora o faz com um toque de embaraço, afirmando: “Eu genuinamente acho que isso realmente machucou minha carreira de uma maneira real, porque fui mal recebido em algo tão público.” É curioso como a percepção do público e dos críticos pode moldar o futuro profissional de um artista. Não obstante, Eisenberg não permaneceu em silêncio após esse filme. Ele também reprisa seu papel de Luthor no também criticamente mal visto Justice League, onde a crítica foi mais uma vez severa. A jornalista Sara Stewart, do New York Post, descreveu o filme como “um golpe inútil de CGI caro (mas, de alguma forma, com aparência barata) que nem mesmo as piadas forçadas ou o brilho da estrela Gal Gadot podiam resgatar.”
Cabe destacar que, esporadicamente, Eisenberg não foi a causa dos problemas dessas produções; especialmente em relação a Justice League, que tinha um enredo estruturalmente fraco, levando os fãs a clamarem por uma versão reeditada feita pelo diretor original, Zack Snyder. Para Eisenberg, essa sensação de frustração é facilmente compreensível. Ele fez sacrifícios físicos, como raspar a cabeça para adotar o visual careca de Luthor, uma decisão que revelou ter medo, apenas para que muitos espectadores armazenassem na memória que o cabelo que usou anteriormente em Batman v Superman se assemelhava a uma peruca estranha.
No entanto, como dizem, “tudo que acaba bem é um final feliz”. Nos dias atuais, Eisenberg vislumbra uma nova fase em sua carreira. Recente notícias destacam que ele recebeu uma indicação ao prêmio de Melhor Ator no Globo de Ouro de janeiro, por seu papel no filme A Real Pain, um feito impressionante 14 anos após ter sido reconhecido pela primeira vez, por seu desempenho como Mark Zuckerberg em A Rede Social, de 2010. Se olharmos para o cenário atual, é válido ressaltar que sua trajetória poderia ser muito mais complicada. Em vez de lidar com os fantasmas de Batman v Superman, ele poderia ter que enfrentar críticas severas por filmes como Black Adam.
Em resumo, a trajetória de Jesse Eisenberg exemplifica como a recepção do público e a crítica pode ter um peso imenso sobre a carreira de um ator. Enquanto ele navega por esses altos e baixos do mundo do entretenimento, a experiência vivida até agora certamente o enriquecerá artisticamente, e sua mais recente indicação ao Globo de Ouro é um testemunho de que há novas oportunidades à frente, mostrando que a resiliência frequentemente leva à redenção.
Para mais informações sobre a trajetória de Jesse Eisenberg e seus projetos futuros, acesse o IMDb.