Se você cresceu nos anos 90, é provável que tenha passado horas citando as icônicas falas de “Debi e Loide”, comédia protagonizada por Jim Carrey e Jeff Daniels e que lançou as carreiras dos diretores e roteiristas Peter e Bobby Farrelly. Lançado em 6 de dezembro de 1994, o filme se tornou um clássico cult e é conhecido por suas inesquecíveis tiradas. A citação “Eu gosto muito” e a frase “A primeira vez que vi Mary Swanson, eu tive aquele sentimento romântico à moda antiga, de que eu faria qualquer coisa para ficar com ela” são apenas algumas das pérolas que ainda ressoam na memória dos fãs.

No marco dos 30 anos da comédia, Karen “Duff” Duffy, que interpretou o personagem J.P. Shay no filme, revelou à PEOPLE como foi a experiência de filmar “Debi e Loide”. “Foi mágico,” afirma Duffy, agora com 62 anos, ressaltando que essa foi sua primeira grande produção cinematográfica. Ela recorda que todos os membros do elenco se hospedaram no mesmo hotel em Utah e se divertiram imensamente juntos durante as filmagens.

Jim Carrey e Jeff Daniels em 'Debi e Loide' - 1994

Duffy explica que geralmente há uma crença de que se você está se divertindo muito durante as filmagens, isso não se reflete no resultado final. Contudo, “Debi e Loide” se destacou como uma exceção a essa regra. A atriz, que mantém contato com Peter Farrelly e outros membros do elenco, compartilhou detalhes interessantes sobre como Jim Carrey se comportou no set, como o filme quase não foi feito, e outras curiosidades que você provavelmente desconhece sobre esta comédia que marcou época.

A relação entre os actores na comédia e a dedicação de Jim Carrey

Quando questionada sobre a dinâmica de grupo, Duffy destacou que Carrey era uma presença calorosa e amigável. “Ele era gentil com todos,” diz. “Era incrível ver como sua genialidade parecia tão fácil e natural. Ele estava sempre de boa com todos e era uma alegria ter alguém como ele como nosso líder.” Uma anedota interessante discutida por Duffy remete ao dia em que Carrey sofreu um ataque de vesícula biliar. “Nós estávamos filmando em um aeroporto e ele começou a se contorcer no chão,” relata. Inicialmente, a equipe pensou que se tratava de uma brincadeira, mas logo perceberam que era sério.

Jim Carrey e Jeff Daniels em 'Debi e Loide' - 1994

Acabou que o ator teve que ser levado para o hospital, e Duffy fez uma proposta inusitada: “Pedi a ele se poderia ficar com suas pedras da vesícula biliar para fazer um par de abotoaduras,” conta. Embora Jim tenha concordado, ele acabou presenteando as pedras a sua namorada na época. Isso exemplifica não apenas a jovialidade de Carrey, mas também a camaradagem vivida no set do filme.

Explorando os desafios da produção e a originalidade do roteiro

Interessantemente, Duffy revelou que “Debi e Loide” não se chamava originalmente assim. O título inicial era “Uma ferramenta elétrica não é um brinquedo”. Ela ainda guarda o roteiro original que confirma isso e ficou intrigada com a mudança de nome, sugerindo que a essência dos personagens desastrados levou à nova escolha. “Parecia uma joia ver quão tola e divertida a produção se tornaria,” comenta ela, referindo-se ao estilo humorístico dos irmãos Farrelly.

O filme quase não saiu do papel. Duffy, que na época trabalhava na MTV e estava próxima de várias estrelas, fez esforços para recrutar o maior número de participações possíveis. A virada decisiva foi quando Jim Carrey se juntou ao elenco, depois do sucesso de “Ace Ventura: Detetive de Animais”. Duffy explicou que Carrey se tornou rapidamente um dos atores mais requisitados da época e que sua presença elevou o orçamento do filme.

Jeff Daniels como Harry e a adaptação do roteiro para incluir Duffy

Duffy comentou que, desde o início, Jeff Daniels foi a escolha clara para o papel de Harry Dunne, um dos dois protagonista. Segundo ela, o próprio Peter Farrelly tinha plena convicção de que Daniels era o homem certo para o papel, embora o ator estivesse preocupado que o filme pudesse prejudicar sua carreira. No entanto, a performance de Daniels demonstra sua versatilidade, adaptando-se ao humor peculiar do filme.

Outro aspecto notável da produção é que a personagem de Duffy foi originalmente escrita para um homem. O sucesso anterior de Carrey levou a uma elevação no orçamento, e a produção foi adaptada. Ao invés de mudar o papel para uma mulher, os diretores decidiram manter as falas e adicionar Duffy ao papel masculino. “Eu estava disposta a fazer qualquer coisa para participar,” diz Duffy rindo. “Acabei interpretando J.P. Shay, um personagem que, convenhamos, não era fisicamente pensado para uma mulher, mas eles se arriscaram.” Mais uma vez, a camaradagem e a disposição dos diretores garantiram que a comédia se mantivesse fiel a seu espírito inovador.

Comédia adaptada e legado contínuo no cinema

Após três décadas, “Debi e Loide” continua a ser uma referência no gênero da comédia, e cada nova geração redescobre as situações hilárias e inesquecíveis que Carrey e Daniels criaram. Apesar dos desafios e das peculiaridades da produção, a amizade cultivada no set, o trabalho em equipe, e a visão dos diretores Farrelly se destacaram, tornando o filme um verdadeiro marco da cultura pop.

Com as falas memoráveis e uma dose de comédia escrachada, “Debi e Loide” permanece como uma obra que, além de entreter, construiu laços de lembranças afetivas entre seu elenco e a audiência. Assim, ao celebrarmos o 30º aniversário deste clássico, somos lembrados de que boas risadas e boas histórias podem durar uma vida inteira.

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