A renomada atriz Kristin Chenoweth, famosa por seu papel como Glinda na versão original da Broadway de Wicked, não se intimidou em responder a um ataque de um grupo conservador de pais que iniciou um boicote ao novo filme musical da adaptação. O grupo conhecido como One Million Moms (Um Milhão de Mães) lançou uma petição, desafiando pais a não assistirem ao filme de Jon M. Chu. A fundamentação do grupo à frente do boicote é que o filme promove uma “agenda LGBTQ” para crianças e famílias.

A declaração controversa de One Million Moms explicita que as preocupações em relação ao filme giram em torno de seu conteúdo, que considera “apenas bruxaria, mas também apresenta elementos de crossdressing e relacionamentos entre homens”, elementos que muitos pais alegam ser inesperados. De acordo com a petição lançada pela organização, os criadores do filme usaram suas habilidades para criar uma narrativa que eles acreditam ser “sombria” ao invés de uma história que, segundo eles, deveria celebrar a amizade e a família.

Chenoweth reagiu a essas críticas, postando em suas redes sociais e chamando a atenção para a contradição entre o nome do grupo e sua composição. Ela afirmou no Instagram que “todo mundo sabe que o ‘One Million Moms’ é na verdade um grupo reduzido de algumas centenas de integrantes. É entretenimento. Arte. Sou uma mulher cristã que originou o papel de Glinda e todo o barbarismo que essas mulheres vendem por puro ódio.” Ela ainda encorajou as pessoas a irem assistir ao filme, exaltando a mensagem de empoderamento feminino que essa produção traz, sugerindo que nada poderia ser mais positivo do que isso.

O musical Wicked, que narra a história não contada das bruxas de Oz, tem encontrado um amplo sucesso nas bilheteiras desde sua estreia nos cinemas em 22 de novembro, tendo recentemente quebrado recordes de abertura para uma adaptação da Broadway, com um retorno financeiro significativo. Ariana Grande, que regressa como Galinda, e Cynthia Erivo, que interpreta Elphaba, têm atraído a atenção do público não apenas pela nostalgia que o musical proporciona, mas também pela inovação em suas atuações e promoções de representatividade que o filme representa.

Adicionalmente, em uma entrevista recente ao Gay Times, Ariana Grande e Cynthia Erivo comentaram sobre a relação que suas personagens compartilham no filme e o que seus elementos representam para os fãs. Erivo descreveu a amizade entre Elphaba e Galinda como uma conexão profunda e verdadeira, enquanto Grande comentou sobre a importância de criar um espaço seguro, com amor e compreensão, seja em relações românticas ou platônicas.

Esse embate entre as expressões artísticas e a crítica conservadora destaca uma batalha cultural que tem se intensificado nos últimos anos e levanta questões sobre como os pais, e a sociedade em geral, reagem ao conteúdo que desafia normas estabelecidas. Será que a arte deve ser protegida do escrutínio de grupos que se opõem à diversidade e à inclusão, ou essa resistência pode de fato levantar diálogos importantes sobre o que significa ser um cidadão em um mundo em constante mudança? Essas questões permeiam a discussão e as plataformas que as empresas criadoras de conteúdo têm, ao mesmo tempo que tentam se equilibrar no cenário financeiro da indústria cinematográfica.

Para finalizar, Chenoweth citou: “Para aqueles que desejam ver o poder feminino em ação, deveriam ir ao Wicked, seja no palco ou no cinema.” Assim, fica a pergunta: quem nos deterá diante da arte que se atreve a desafiar e inspirar?

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