O vibrante e sempre dinâmico distrito financeiro da Cidade de Londres deu um passo audacioso em direção ao futuro com a aprovação de um novo projeto de construção. Uma nova torre de 73 andares, oficialmente conhecida como 1 Undershaft, está prestes a se igualar em altura ao icônico Shard, que atualmente é reconhecido como a torre mais alta da Europa Ocidental e que se localiza a um quilômetro ao sul do novo projeto. Este movimento não apenas reflete a confiança na recuperação do mercado de escritórios na capital britânica, mas também indica um otimismo renovado no setor imobiliário, mesmo em face das dificuldades econômicas impostas pela pandemia. Será esse um sinal de que Londres ainda é o lugar certo para se investir?
A nova torre, que terá uma altura impressionante de 309,6 metros (1.015,75 pés), obteve aprovação após a revisão de um projeto já existente que foi inicialmente aprovado em 2016, mas nunca saiu do papel. A autoridade local da Cidade de Londres afirmou que as alterações feitas foram necessárias para se adaptar às novas demandas do mercado de escritórios pós-pandemia. Essa flexibilidade é vital, pois o espaço de escritório de alta qualidade ainda continua a ser desejado, mesmo quando o cenário geral do mercado apresenta desafios significativos, como o aumento nos custos de empréstimos e a prevalência do trabalho remoto.
Fazer com que a 1 Undershaft se torne uma realidade, no entanto, não será uma tarefa fácil. O projeto exigirá a demolição de uma torre existente, o que atraiu críticas de grupos de conservação que temem que a nova estrutura impacte negativamente o ambiente histórico em volta. Historic England, uma organização que ajuda a proteger o patrimônio cultural do Reino Unido, expressou preocupações em uma resposta a consultas durante o planejamento em fevereiro, afirmando que as alterações não reduziram o impacto negativo que a nova torre teria sobre a área pública circundante.
Mas o que há de novo nesse projeto? Se concretizado, o 1 Undershaft terá uma área total de 154.156 metros quadrados (cerca de 1,66 milhão de pés quadrados) dedicada a escritórios e incluirá áreas voltadas para a educação infantil nos andares superiores, além de um jardim acessível ao público. Tais comodidades visam atrair uma diversidade de inquilinos e usuários, posicionando a torre como um espaço multifuncional, além de apenas um ponto de negócios. Isso reflete uma tendência crescente na arquitetura moderna, que busca integrar espaços de trabalho e estilos de vida, promovendo um ambiente colaborativo e sustentável.
Apesar da pandemia ter severamente afetado o mercado de escritórios em Londres, houve um leve aumento na construção de novos espaços, refletindo uma demanda contínua por escritórios de ponta. Dados recentes mostraram um crescimento de 7% nas novas construções na Cidade de Londres entre abril e setembro deste ano, em contraste com a queda em outros mercados centrais de Londres, segundo uma pesquisa realizada pela Deloitte. Este crescimento, embora modesto, é um sinal encorajador da resiliência do mercado.
Enquanto isso, as opiniões sobre a estética do skyline londrino são mistas. Críticos argumentam que o horizonte de Londres se tornou cada vez mais confuso, repleto de torres de vidro e aço que ofuscam marcos históricos, como a majestosa Catedral de São Paulo. Contudo, o presidente do Comitê de Planejamento e Transporte da Cidade de Londres, Shravan Joshi, defendeu a aprovação da nova torre, enfatizando que ela demonstra a confiança dos investidores globais no mercado imobiliário de Londres e na economia do Reino Unido como um todo.
Com a construção do Shard, que foi concluída em 2012, Londres estabeleceu um novo padrão para arranha-céus. O surgimento da 1 Undershaft não só igualará a altura do Shard, mas também simbolizará uma nova era para a cidade. À medida que Londres se repensa e se adapta às novas realidades de trabalho pós-pandemia, a construção deste novo ícone urbano pode não apenas preencher uma necessidade no mercado, mas também inspirar novas discussões sobre o futuro do espaço urbano e a identidade da cidade. Será que a Cidade de Londres está se preparando para entrar em um novo capítulo de crescimento e inovação? O tempo dirá.