A constante evolução e complexidade das operações de tecnologia da informação (TI) têm levado empresas a buscar soluções inovadoras que utilizem a inteligência artificial para suprir lacunas de eficiência. Um exemplo notável é a recente iniciativa da NeuBird, que atraiu a atenção da Microsoft e seu fundo de investimento, M12, com um aporte adicional de R$ 22,5 milhões após uma bem-sucedida rodada de investimento anterior que garantiu R$ 22 milhões em financiamento semente. Fundada no final do ano passado por Gou Rao e Vinod Jayaraman, ex-fundadores da startup de armazenamento em nuvem Portworx, cuja venda para a PureStorage rendeu R$ 1,5 bilhão, a NeuBird se propõe a automatizar as tarefas relacionadas à confiabilidade de sites utilizando IA generativa.
O desafio atual no setor de TI é a escassez de engenheiros de confiabilidade de sites, como menciona Rao: “É muito difícil encontrar bons engenheiros de confiabilidade de sites. Existem muitos altos e baixos”. Ele explica que essa escassez é acentuada pela complexidade cada vez maior da infraestrutura de TI moderna, onde “os humanos sozinhos não conseguem acompanhar esse tipo de mudança”. Para mitigar esses problemas, a NeuBird desenvolveu o Hawkeye, uma ferramenta de IA projetada para identificar, diagnosticar e resolver problemas rapidamente, permitindo que os engenheiros humanos se concentrem em tarefas mais estratégicas e de maior valor agregado.
Com um foco crescente em parcerias estratégicas, NeuBird não estava inicialmente em busca de novos investimentos quando a M12 expressou interesse em uma participação. A proposta foi irresistível, especialmente considerando que muitos dos clientes da NeuBird operam na nuvem Azure, potencializando a presença da empresa no mercado. O investimento recente, anunciado na quarta-feira, foi liderado pela M12 e contou com a participação de empresas como Mayfield, Stepstone Group e Prosperity7 Ventures.
Ao contrário do que geralmente ocorre com injeções de capital em empresas que não estão crescendo rapidamente, a NeuBird não se encaixa nesse perfil. Rao optou por denominar a rodada de financiamento como “seed-1”, uma estratégia que destaca o desejo da empresa de atrair investimentos mais significativos de investidores tradicionais para a futura rodada Series A. Ele indicou que a avaliação da empresa nesta nova rodada de financiamento foi “muito superior” à anterior, o que revela a crescente confiança dos investidores no potencial de mercado da NeuBird.
A NeuBird está impressionando investidores com suas soluções. A tecnologia Hawkeye permite que as empresas realizem uma vigilância contínua em busca de alertas e alarmes ao longo do dia. Ao identificar a ocorrência de um problema, o Hawkeye tenta solucioná-lo autonomamente; caso não tenha sucesso, o incidente é escalado para um engenheiro humano. A abordagem única da NeuBird em utilizar o raciocínio de modelos de linguagem (LLM) para analisar logs de sistemas, mesmo sistemas personalizados, dá a ela uma vantagem competitiva. Rao afirma que “os LLMs já observaram uma quantidade tão vasta de cenários de configuração de aplicativos que a probabilidade de encontrar um log desconhecido é mínima”. O Hawkeye opera em modo somente leitura, o que significa que não armazena dados proprietários dos clientes, um aspecto crucial para setores que lidam com informações sensíveis, como bancos e instituições financeiras.
O portfólio de clientes da NeuBird já inclui grandes fabricantes de automóveis, instituições financeiras, empresas farmacêuticas e startups menores, que muitas vezes contam apenas com um engenheiro de operações de TI que não consegue atender à demanda de tíquetes de incidentes. Apesar de algumas organizações ainda estarem na fase de testes do produto, outras já avançaram para a produção ao longo dos últimos meses, demonstrando a eficácia da solução.
Entretanto, mesmo com o influxo de capital e altas avaliações durante sua rodada de financiamento, a NeuBird não está sozinha na corrida por soluções de SRE (Site Reliability Engineering) alimentadas por IA. Em 2024, a Y Combinator já incubou três startups nesse setor: SRE.ai, Opslane e Parity, além de outras como Cleric que também estão surgindo para disputar o mercado. Adicionalmente, competidores como a Moogsoft oferecem características de resposta a incidentes automatizadas, o que intensifica a concorrência dentro do setor.
Entretanto, a NeuBird, com sua proposta inovadora, se destaca na multidão e tem chamado a atenção dos investidores em busca de alternativas eficazes em um mercado que exige cada vez mais eficiência operacional. “Assim como na automação de vendas e atendimento ao cliente, assistentes de IA estão transformando várias funções de desenvolvimento e DevOps. Com esse nível de empolgação dos investidores, a NeuBird é uma empresa para se observar a partir de agora.” A trajetória dessa startup não apenas ilustra a viabilidade de soluções de inteligência artificial na TI, mas também abre um novo leque de possibilidades para a indústria, marcada pela constante inovação e adaptação. Acompanhe as notícias sobre tecnologia para mais atualizações sobre esse futuro promissor.
