Richard Parsons, um dos mais proeminentes executivos negros da América corporativa, cujo percurso esteve ligado a gigantes como Time Warner e Citigroup, faleceu na última quinta-feira em sua residência em Manhattan, com a idade de 76 anos. A notícia foi confirmada pela Lazard, uma empresa de serviços financeiros, onde Parsons atuava como membro do conselho há muitos anos e, em um comunicado, a instituição expressou suas condolências e reconheceu o impacto duradouro que ele teve no mundo dos negócios.
Parsons havia sido diagnosticado com mieloma múltiplo em 2015 e enfrentou complicações inesperadas da doença, o que o levou a reduzir suas atividades um tempo depois. A NBA, onde Parsons serviu como CEO interino do Los Angeles Clippers em 2014, também prestou homenagens. “Dick Parsons foi um líder brilhante e transformador e um ícone da indústria de mídia que liderou com integridade e nunca evitou um desafio”, disse Adam Silver, Comissário da NBA.
O motivo exato da morte de Parsons, segundo seu amigo Ronald Lauder, foi o câncer, que o levou a renunciar a cargos importantes. Ele deixou os conselhos da Lazard e da Estée Lauder em 3 de dezembro, após 25 anos de atuação na empresa de cosméticos de Lauder. Parsons era conhecido não apenas por suas proezas corporativas, mas também por sua habilidade de negociação e gestão em momentos de crise.
Nascido em Brooklyn e começando a faculdade aos 16 anos, Parsons ascendeu à presidência da Time Warner, onde desempenhou um papel crucial na recuperação da empresa após a polêmica aquisição pela AOL. Em 2009, ele se tornou presidente do Citigroup, em um período de turbulência financeira, ajudando a reverter perdas que se arrastavam por cinco trimestres consecutivos. Sob sua liderança, o Citigroup recuperou a rentabilidade em 2010 e não teve mais prejuízos trimestrais até o final de 2017.
Durante sua carreira, Parsons não poupou esforços para transformar as organizações que liderou. Ele também foi presidente do conselho da CBS em 2018, função da qual teve que renunciar apenas um mês depois devido à sua condição de saúde. Na época, ele declarou que já estava lidando com o mieloma múltiplo, e as complicações imprevistas o levaram a priorizar sua recuperação.
A trajetória de Parsons na Time Warner é marcada pelo enfrentamento das adversidades com uma abordagem diplomática e eficaz. Depois da fusão conturbada com a AOL, ele foi fundamental na reestruturação da empresa, reduzindo sua dívida e vendendo ativos como o Warner Music Group. Ele comandou a Time Warner em direção a uma nova era, mesmo diante da resistência de investidores ativistas e de uma opinião pública cautelosa.
A contribuição de Parsons se estende além do mundo corporativo. Ele foi ativo em várias organizações culturais, incluindo a presidência do Teatro Apollo e da Jazz Foundation of America. Como um amante do jazz, ele co-proprietou um clube de jazz em Harlem e deixou uma marca indelével na promoção das artes. Além disso, seu envolvimento com o Smithsonian e outros museus importantes demonstra seu compromisso com a preservação da história afro-americana e da cultura.
Além de seus desafios profissionais, Parsons também teve uma vida pessoal rica. Ele se formou em licenciatura em pelo Universidade do Havai em Manoa e completou seu diploma em direito pela Albany Law School em 1971. Deixa para trás sua esposa, Laura, e uma família que o admirava profundamente. O legado de Richard Parsons vive nas vidas que tocou, nas instituições que ajudou a fortalecer e na geração de líderes que ele inspirou ao longo de sua carreira.
O impacto de Parsons no setor financeiro e na indústria de mídia é amplamente reconhecido, e seu trabalho serviu de farol para muitos que aspiram a criar um impacto significativo no mundo corporativo. A lembrança de Dick Parsons não é apenas sobre as conquistas que ele alcançou, mas sobre o caminho que traçou para outros que desejam seguir seus passos e fazer a diferença.
