Os dados mais recentes sobre homelessness nos Estados Unidos, divulgados na última sexta-feira, apontam para um aumento alarmante no número de pessoas sem-teto no país. Em 2024, mais de 770 mil indivíduos experimentaram a situação de estar sem um lar, apresentando um impressionante aumento de 18% em comparação ao ano anterior. Este crescimento foi reportado pelo Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos EUA (HUD), que destacou que este é o maior aumento anual desde o início do monitoramento em 2007, desconsiderando o salto inesperado de 2021 para 2022, quando os dados não foram totalmente coletados devido à pandemia de Covid-19.

O relatório aponta que a escalada no número de pessoas sem-teto é resultado de uma combinação de fatores. Dentre eles, a escassez de habitação acessível, o aumento no fluxo de migrantes à procura de abrigo e os desastres naturais que forçaram muitos a abandonarem seus lares. Isso destaca uma crise habitacional que se intensificou ao longo dos anos, à medida que a demanda por moradias superou a oferta, levando os preços das casas a patamares sem precedentes em 2024. Para agravar a situação, o custo de empréstimos para a compra de imóveis também se manteve elevado, mesmo após o Federal Reserve ter cortado as taxas de juros em três ocasiões ao longo do ano.

Os dados foram coletados em uma única noite em janeiro de 2024 e capturam uma imagem anual do número de pessoas abrigadas em centros de acolhimento, habitação temporária e em situação de rua. Contudo, as estatísticas não refletem o estado atual do homelessness, uma vez que o governo americano tem tentado reduzir as travessias nas fronteiras, segundo o HUD. O esforço por habitação acessível é de suma importância, principalmente após anos de subconstrução que deixaram o mercado desequilibrado.

Os desafios não param por aí. Atualmente, cerca de 50% dos inquilinos nos EUA gastam mais de 30% de sua renda com moradia, sendo considerados “sobrecarregados” em relação aos custos habitacionais, segundo o Censo dos EUA. Essa situação precariza ainda mais a vida de milhares de americanos, subsistindo em um ambiente onde a moradia não é apenas um direito, mas um desafio diário. Assim, é possível concluir que o cenário de homelessness nos EUA reflete um problema complexo, onde a intersecção de políticas habitacionais, condições econômicas e eventos naturais revelam uma sociedade em necessidade urgente de ação.

A Secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos EUA, Adrianne Todman, fez uma declaração enérgica sobre esses números alarmantes. “Nenhum americano deveria enfrentar a possibilidade de estar sem-teto, e o governo Biden-Harris está comprometido em garantir que cada família tenha acesso à habitação acessível, segura e de qualidade que merece”, afirmou. Ela ainda ressaltou a importância de focar em esforços fundamentados em evidências para prevenir e acabar com o homelessness.

Embora o relatório mostre que muitas cidades enfrentaram aumentos em seus números de homelessness, algumas, como Dallas e Los Angeles, registraram quedas. Isso oferece um ponto de esperança em um cenário sombrio. Além disso, os veteranos apresentaram um avanço significativo em suas perspectivas de habitação de longo prazo, com a taxa de homelessness caindo quase 8%, resultando na menor marca registrada desde o início da coleta de dados. Em 2024, o Departamento de Assuntos dos Veteranos reportou que havia proporcionado habitação permanente para o maior número de veteranos sem-teto desde 2019, demonstrando que, mesmo em meio a uma crise, existem caminhos para a recuperação e reintegração social.

Esse panorama nos leva a refletir sobre as prioridades de nossa sociedade. Em tempos em que a desigualdade cresce e as oportunidades se tornam mais escassas, é imperativo que a compaixão e a vontade política caminhem lado a lado para encontrar soluções duradouras. A crise do homelessness não é apenas um problema de números; é uma questão que toca cada cidadão, cada comunidade e cada cidade dos Estados Unidos.

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