No último fim de semana, a cidade de Orlando foi palco do tão aguardado Mr. Olympia 2023, um dos maiores eventos do cenário do bodybuilding mundial. O que deveria ser uma celebração da força e estética muscular acabou gerando debates acalorados sobre quem realmente deveria ser o portador do título mais cobiçado da competição. Em meio a essa disputa, o nome de Nick Walker se destaca como um exemplo da imprevisibilidade do esporte, levando-nos a questionar: quem realmente deve ser considerado o Mr. Olympia de hoje? Os momentos de glória e as reviravoltas do destino nos fazem refletir sobre o que significa triufar nesse universo altamente competitivo.
Quando pensamos em Nick Walker, conhecido como “the Mutant”, fica claro que a sua presença no palco este ano teria sido digna de um vencedor. Walker, que raramente se apresenta fora de forma, poderia hoje estar admirando uma escultura de Eugene Sandow, lenda do bodybuilding e primeiro vencedor do evento. Contudo, circunstâncias infelizes, como uma grave lesão no tendão, impediram Walker de brilhar. Como resultado, estamos analisando com afinco cada pose – frente, costas e laterais – dos competidores que subiram ao palco, e essa análise culminou na vitória de Derek Lunsford. Se a saúde de Walker não tivesse sido afetada, o resultado poderia ser bem diferente.
A qualidade das apresentações deste ano foi realmente impressionante. Mesmo sendo colaborador da empresa organizadora, não posso deixar de elogiar a grandiosidade do espetáculo, que, mesmo assistido à distância, trouxe uma sensação de proximidade e emoção. O novo nível de produção e a qualidade estética do evento nos lembraram dos dias em que Arnold Schwarzenegger e outros ícones competiam sob luzes fracas e um cenário muito menos polido. A diferença neste ano é palpável e realmente elevou a competição a um novo patamar, favorecendo não apenas os atletas, mas também o público que pôde testemunhar um show tão bem produzido. Para alguém que assistiu pela televisão em uma tela de 60 polegadas, selecionar os melhores momentos entre as aparições de lendas como Shaquille O’Neal e Dave Bautista foi uma experiência inigualável.
Embora eu não sinta a necessidade de elogiar cegamente a produção do evento, é importante refletir sobre o resultado e as polêmicas geradas. A análise dos competidores, que deve ser feita sob uma perspectiva crítica, revela a complexidade da avaliação dos juízes. O que se esperaria de uma competição de tão alto nível se reflete nesta discussão. Após conversar com diversos especialistas e fãs, a conclusão parece ser de que o vencedor foi aquele que teve menos erros, e não necessariamente o que foi mais perfeito. Quando analisamos as poses – como a frente dupla, a mais muscular, o abdômen e a coxa, e a abertura das costas – fica claro que há discordâncias em um método de avaliação que deveria ser mais transparente.
Os fãs também levantaram a questão: por que não considerar Samson Dauda na corrida para o título? Oposições ao seu desempenho são frequentemente atribuídas à sua condição, mas não deveríamos levar em conta sua impressionante simetria e estética? A comparação entre Dauda, Lunsford e Hadi Choopan nos obriga a repensar os critérios de avaliação e a verdadeira essência do bodybuilding, que, como diria o grande Ronnie Coleman, deve celebrar não só a técnica, mas também a estrutura e a presença dos competidores.
O Mr. Olympia 2023 não foi apenas uma competição; foi um testemunho do que pode ocorrer quando o destino e o talento se entrelaçam. De uma análise das apresentações até as disputas sobre quem merece realmente o título de “Mr. Olympia”, é inegável que o evento deste ano deixou uma marca profunda na história do bodybuilding. À medida que nos afastamos do palco, fica a pergunta se estamos prontos para considerar não só o campeão, mas todo um conjunto de atletas que, independentemente de suas colocações, mostraram dedicação, amor e uma verdadeira paixão pelo esporte que todos admiramos. Que venha o próximo Mr. Olympia, e que as lições aprendidas sejam bem refletidas.
Fontes adicionais: IFBB Pro, Bodybuilding.com
Se você deseja saber mais sobre a competição e as regras que regem o Mr. Olympia, visite a página oficial do evento.