Recentemente, em uma entrevista concedida à revista Time, Elton John fez uma declaração impactante ao afirmar que “legalizar a maconha na América e no Canadá é um dos maiores erros de todos os tempos”. Essa afirmação não tardou a gerar reações fervorosas nas redes sociais e entre os fãs de música.
Como parte desse discurso provocador, ele também comentou que a maconha é “viciante” e que pode levar ao uso de outras drogas. É curioso pensar que, enquanto Elton refletia sobre seu passado de adições, ele fez essas declarações em um contexto que parece contradizer suas experiências pessoais anteriores com substâncias. Afinal, mais de quatro décadas atrás, Elton John lutou contra vícios como o de cocaína, que o levaram a momentos de intensa autodestruição.
O impacto de suas palavras foi imediato e muitos fãs e críticos não ganharam tempo para expressar descontentamento. O site CelebStoner foi um dos veículos que rapidamente noticiou as polêmicas declarações. Comentários em redes sociais variaram de desapontamento a críticas mais contundentes, com alguns apontando para o fato de John ter um histórico de dependência de drogas, o que o tornaria um alvo de sua própria crítica.
“Shame on him,” disse um fã no Facebook. “A maconha legalizada libera a polícia para combater crimes reais”, sublinhou outro. Outros usuários sugeriram, com tom humorístico, que talvez ele devesse reconsiderar sua posição e “fumar um baseado”. Como muitos notaram, a perspectiva de alguém com um passado de privilégio financeiro e branco sobre um assunto que continua a afetar desproporcionalmente comunidades desfavorecidas foi vista como problemática.
Seria mais prudente que John repensasse suas declarações à luz do que a ciência afirma sobre a maconha. Na verdade, muitos estudos indicam que não há um vínculo definitivo entre o uso de maconha e a dependência de substâncias mais severas, é mais uma questão de acessibilidade e contexto. A Maconha, frequentemente mais acessível e menos custosa em comparação a outras drogas, é frequentemente utilizada como a porta de entrada para o uso de substâncias mais pesadas apenas pela proximidade
Além disso, o uso da maconha como uma abordagem “sã” tem ganhado apoio como uma forma de ajudar aqueles que lutam contra vícios mais pesados. O movimento em prol de uma reclassificação da maconha, que a descreveria de forma mais justa, como uma substância de cannabis medicinal, é um tópico cada vez mais em discussão no Congresso. A mudança do status da maconha do grupo I para o grupo III, uma classificação que poderia aliviar a pressão sobre os usuários, representa um potencial avanço em relação à política de drogas nos EUA.
Obviamente, para muitos, o comentário de John gerou uma indemonstrável incredulidade. A afirmação de que a legalização da maconha representa um erro colossal ignora a crescente aceitação da cannabis entre a população. Para se ter uma ideia, atualmente, 38 estados dos EUA já descriminalizaram o uso médico da maconha e 24 permitem seu uso recreativo, por meio de leis que foram votadas pelo próprio povo.
Em seu livro Love Is the Cure, John escreveu sobre sua própria ignorância sobre drogas: “Eu era tão inocente a respeito de drogas. A verdade é que meu grupo estava fumando maconha há anos e eu nem sabia o que era um baseado. Antes de experimentar a cocaína, que mudaria completamente minha vida, pensei que estava ingressando no mundo da festa. Para mim, a cocaína se tornou algo que me prendeu em vez de me libertar”, afirmou ele.
Em um momento mais reflexivo da entrevista, ele reconhece que fazer uso de drogas leva a decisões ruins. “Eu me sinto muito mal ao pensar em quantas pessoas eu provavelmente feri”, confessou. Suas palavras, retóricas e cheias de autocrítica, ressoam com aqueles que convivem com os efeitos colaterais das substâncias.
Bernie Taupin, seu icônico co-autor, também compartilhou suas preocupações: “Fiquei aterrorizado por ele. Era absolutamente horrível ver o que ele estava fazendo com si mesmo. A maior parte do trabalho que fizemos enquanto ele estava em seu pior não foi dos melhores”. A relação criativa entre os dois, se afetada por seus vícios, culminou em canções menos inspiradas.
Então, com 77 anos, tendo passado por tratamento e sendo uma figura do rock, 🚀 talvez seja hora de Elton reconsiderar suas visões sobre a maconha, especialmente sabendo que muitos usuários afirmam que ela é benéfica para a saúde ocular, prevenindo problemas como o glaucoma, condição que ele mesmo enfrenta atualmente.
Steve Bloom é o fundador do CelebStoner.