Na quarta-feira, um jornalista da CNN decidiu testar o novo serviço da OpenAI, que permite a interação com o ChatGPT via telefone, simplesmente discando o número 1-800-CHATGPT. A chamada resultou em uma conversa curiosa e surpreendente, onde uma voz feminina forneceu a receita de biscoitos de chocolate e até resumiu a Guerra Civil Americana. Contudo, a interação não se mostrou muito aberta para conversas mais pessoais, o que pode levantar questões sobre as limitações desse novo meio de comunicação.
A inovação do ChatGPT, introduzida há pouco mais de dois anos como um robô de inteligência artificial capaz de dialogar online, agora está acessível por meio de chamadas telefônicas. A empresa OpenAI anunciou que esse novo recurso é especialmente benéfico para aqueles que não têm acesso constante à internet de alta velocidade, permitindo que mais pessoas conheçam o potencial dos chatbots de IA. Ao discar 1-800-242-8478 nos Estados Unidos, qualquer pessoa pode experimentar essa interação sem a necessidade de baixar um aplicativo.
Além disso, o alcance do ChatGPT não se limita apenas às chamadas telefônicas. Os usuários de qualquer parte do mundo também podem enviar mensagens para esse número através do WhatsApp, expandindo ainda mais a acessibilidade. De acordo com as informações divulgadas pela OpenAI, cada usuário terá direito a 15 minutos de conversa com o ChatGPT por mês, através deste método experimental. É um passo interessante, mas a empresa ressalva que essa forma de interação não possui a mesma amplitude de funcionalidades que o ChatGPT completo, o que implica que as conversas não se mostrarão tão personalizadas.
O desenvolvimento dessa nova funcionalidade foi realizado em um curto período, segundo um streaming ao vivo da OpenAI, que revelou que o recurso foi construído “apenas algumas semanas atrás” como parte de uma série acelerada de atualizações no âmbito da campanha “12 Dias de OpenAI”. Apesar do entusiasmo em torno do lançamento, o novo recurso não está isento de críticas. Relatórios anteriores indicaram que o formato de voz do ChatGPT pode induzir os usuários a uma dependência excessiva, uma preocupação válida diante da naturalidade que a IA demonstrou ao interagir.
Ao falar sobre a privacidade, a OpenAI menciona que os usuários concordam com a gravação de suas vozes, de acordo com a sua Política de Termos de Uso e Política de Privacidade, antes de utilizarem qualquer uma das opções de conversa com o ChatGPT. Essa clareza sobre a coleta e o uso de dados pessoais é fundamental, especialmente considerando o papel que a privacidade desempenha nas interações digitais atualmente.
Além das preocupações com a privacidade e interação do usuário com a tecnologia, a OpenAI enfrenta um cenário de intensa concorrência. A empresa está diretamente competindo com gigantes da tecnologia como o Google e Meta, enquanto também se depara com pressão para se tornar rentável. Em uma manobra ousada, a OpenAI lançou um ciclo de financiamento privado recorde de US$ 6,6 bilhões, elevando sua avaliação para US$ 157 bilhões. Essa movimentação destaca a importância do setor de inteligência artificial, mas também ressalta os desafios que vêm com a inovação constante.
Durante a conversa com a CNN na quarta-feira, quando questionado sobre a possibilidade de o ChatGPT gerar lucros no futuro, o robô-cheerful informou que a OpenAI tem planos de se tornar rentável. Entretanto, ele acrescentou que “não lido com dinheiro” diretamente, trazendo uma leveza e humor à interação.
O lançamento oferece uma nova dimensão à interação com a inteligência artificial, mas questões sobre autoridade, privacidade e ética gravitam em torno desse tipo de tecnologia. À medida que avançamos para um mundo cada vez mais conectado, a forma como nos comunicamos com robôs e IA pode evoluir rapidamente, mas é nossa responsabilidade garantir que essa evolução atenda à nossa necessidade de segurança e privacidade. A experiência do jornalista da CNN é um lembrete não apenas das possibilidades da tecnologia, mas também da atenção que devemos prestar a como essas inovações moldam nossas vidas e interações futuras.