Na última quarta-feira, 11 de dezembro de 2024, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, acompanhado de sua esposa, a primeira-dama Jill Biden, inaugurou a primeira Conferência da Casa Branca sobre Pesquisa em Saúde da Mulher. Este evento tem como foco primordial a promoção de iniciativas voltadas para a saúde das mulheres, especialmente à luz da necessidade de diminuir a lacuna de gênero no setor de saúde. A conferência representa um marco histórico, simbolizando não apenas o compromisso do governo com a saúde feminina, mas também reconhecendo os desafios que persistem nesse âmbito.
Durante a conferência, foi relembrado que, no ano anterior, o presidente e a primeira-dama introduziram uma iniciativa que visava realizar o que eles chamaram de “o esforço mais abrangente que qualquer administração já fez para apoiar a pesquisa em saúde feminina”. Jill Biden enfatizou com firmeza a importância desse projeto, ressaltando que “investimos quase 1 bilhão de dólares nesta pesquisa sobre a saúde das mulheres… e as mulheres deste país estão atentas”. A primeira-dama tem sido uma fervorosa defensora desse movimento, buscando garantir que a saúde das mulheres receba a atenção e os recursos necessários.
Esse movimento ganhou ainda mais impulso quando o presidente Biden assinou, no início deste ano, uma ordem executiva com o objetivo de abordar as desigualdades na pesquisa sobre saúde das mulheres. A ordem enfatiza a importância da ampliação da coleta de dados e a priorização do financiamento para “doenças e condições que afetam as mulheres de maneira única, desproporcional ou diferente dos homens”. A implementação dessa ordem promete ser um passo significativo na equidade de gênero na saúde.
O financiamento para as iniciativas abrangentes tem vindo de várias agências federais, incluindo os Institutos Nacionais de Saúde e o Departamento de Defesa, que direcionam recursos para a pesquisa em áreas que historicamente foram negligenciadas no estudo da saúde feminina. O Pentágono, por exemplo, está utilizando esses fundos para investigar condições como artrite, câncer e fadiga crônica, que afetam um número significativo de mulheres no serviço militar. Durante a conferência, o presidente Biden destacou que “a saúde de nossas mães e avós, irmãs, filhas, amigas e colegas afeta não apenas o bem-estar das mulheres, mas a prosperidade de toda a nação”.
Outro foco da administração Biden é o avanço da pesquisa sobre a saúde das mulheres na meia-idade, que abrange questões críticas como menopausa, artrite reumatóide, osteoporose e doenças cardíacas, sendo essas últimas a principal causa de morte entre as mulheres americanas. Foi citada uma pesquisa realizada pela Mayo Clinic, que estimou uma perda anual de 1,8 bilhão de dólares nos Estados Unidos devido a dias de trabalho perdidos por conta de sintomas da menopausa, reforçando o argumento de que ignorar os problemas de saúde das mulheres tem um custo significativo para a nação.
Jill Biden não poupou críticas à forma como, em algumas situações, as mulheres têm sido tratadas em emergências. “As mulheres não devem ser dispensadas de salas de emergência. As mulheres não devem ser informadas de que seus sintomas cardiovasculares são apenas estresse e ansiedade e que devem ir para casa descansar”, destacou Nancy Brown, CEO da American Heart Association, em um painel da conferência. Essa afirmação ressalta a necessidade urgente de reavaliar como a saúde das mulheres é percebida e tratada dentro do sistema de saúde.
À medida que o mandato de Biden se aproxima do fim, os democratas manifestaram preocupação com as possíveis retrocessos nas proteções para a saúde das mulheres, especialmente caso haja uma segunda administração Trump, que poderia reverter muitos dos avanços conseguidos com o evento. Apesar disso, a porta-voz da transição de Trump, Karoline Leavitt, afirmou à CBS News: “O presidente Trump fez campanha prometendo tornar a América saudável novamente para todos os americanos, incluindo homens, mulheres e crianças, e ele cumprirá essa promessa”.
Em resumo, a primeira Conferência do governo Biden sobre saúde da mulher não apenas destaca o compromisso contínuo da administração em abordar as disparidades na saúde do gênero, mas também enfatiza a necessidade urgente de recursos e infraestrutura para sustentar a pesquisa e cuidados necessários para melhorar a qualidade de vida de milhões de mulheres em todo o país. Com um olhar para o futuro, resta torcer para que essa visão se concretize e que a saúde das mulheres seja finalmente colocada no centro das prioridades de saúde pública.