Em uma manobra significativa que pode moldar o futuro do setor de mídia, o conglomerado francês Vivendi efetivou sua reestruturação ao dividir suas atividades em quatro empresas independentes, uma decisão que já começou a impactar o mercado. A estreia das ações da Canal+ na Bolsa de Londres, após essa cisão, teve um início conturbado, resultando em perdas expressivas para os investidores. As ações da Canal+, reconhecida como produtora dos filmes do urso Paddington e uma das maiores emissoras de TV paga da França, viram seu valor desvalorizar em mais de 10%, chegando a 252 pence, uma queda alarmante de 13,1% em relação ao seu valor de abertura. Por outro lado, as ações da Havas, uma gigante da publicidade, mostraram um desempenho positivo, subindo 6,6% e atingindo €1,91.

A reestruturação promovida pela Vivendi também abrangeu a publicação do Louis Hachette Group, cuja cota de ações subiu 25% em relação ao dia anterior, atingindo €1,40. As mudanças estruturais foram amplamente vistas como uma resposta a um desconto elevado que as ações da Vivendi enfrentavam, o que resultou em uma avaliação reduzida de suas atividades. Os acionistas esperam que essa cisão permita que cada uma das novas entidades alcance seu potencial de crescimento de maneira mais eficiente, possibilitando também que a Vivendi explore oportunidades de crescimento externo, especialmente considerando o atual ambiente de investimentos vibrante.

As estreias das ações ocorreram em um ambiente marcado por incertezas e oportunidades. As ações da Canal+ estão sendo negociadas na Bolsa de Valores de Londres com o símbolo CAN, enquanto as ações da Havas estão sendo negociadas no mercado Euronext de Amsterdã sob o ticker de HAVAS, e o Louis Hachette Group é listado na Euronext Growth de Paris com o símbolo ALHG. A Vivendi manteve suas ações na Euronext Paris, o que demonstra claramente a abordagem multifacetada do conglomerado em sua nova configuração operacional.

O movimento de reestruturação foi aprovado pelos acionistas da Vivendi, liderados pelo presidente Yannick Bolloré e pelo CEO Arnaud de Puyfontaine. A estratégia visa “liberar o potencial de desenvolvimento das diferentes atividades da Vivendi”, conforme ressaltado durante a anunciada cisão em dezembro. Esta reestruturação foi uma resposta a anos de pressão para que a empresa valorizasse corretamente suas diversas operações, já que as ações da Vivendi tiveram uma avaliação prejudicada após a listagem do Universal Music Group em 2021.

Os detalhes sobre a gestão e a estrutura do conselho para as novas empresas foram claramente delineados, mantendo a mesma linha de gestão. Na nova estrutura, Yannick Bolloré permanece como presidente da Vivendi, enquanto Arnaud de Puyfontaine continua como CEO. Na Canal+, Bolloré é o presidente e Maxime Saada continua como CEO. A liderança na Havas também se mantém sob a gestão de Bolloré, que é presidente e CEO, enquanto Jean-Christophe Thiery assume a presidência e a CEO do Louis Hachette.

Surpreendentemente, apesar da queda significativa na avaliação das ações da Canal+, a reestruturação foi recebida com interesse considerável por observadores do setor, que estão atentos ao potencial de cada nova empresa sair se destacando de maneira independente. Resta observar como essa dinâmica se desenrolará no mercado e se a Canal+ conseguirá recuperar a confiança e estabilizar suas ações rapidamente. As decisões tomadas agora podem influenciar seu caminho no competitivo mercado de mídia e entretenimento.

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