O renomado guru de viagens Rick Steves, conhecido por seu programa “Rick Steves’ Europe”, compartilhou reflexões sinceras sobre sua vida e suas experiências após ser diagnosticado com câncer de próstata. Com 69 anos, ele revelou, em um episódio do podcast “The Interview” do The New York Times, que essa experiência o fez repensar suas prioridades e o que realmente importa quando se trata de viver plenamente. No dia 14 de dezembro, durante a conversa com os apresentadores David Marchese e Lulu Garcia-Navarro, Steves destacou que sua luta contra a doença trouxe à tona muitas das suas inquietações e arrependimentos).

O diagnóstico, que ocorreu em agosto, não apenas mudou a perspectiva de vida de Steves, mas também lhe conferiu uma nova visão sobre o que significa viver uma vida com propósito. “Existem arrependimentos”, admitiu, refletindo sobre como sua carreira no setor de turismo afetou suas relações pessoais. Ele confirmou que seu trabalho o levou a um divórcio e que muitas vezes suas relações com os familiares não foram tão sólidas quanto gostaria. Para ele, pensar na vida como uma série de escolhas revela que, embora tenha feito algumas que o aproximaram de seu propósito, também pagou um preço alto por isso.

Ao discutir suas decisões, Steves disse que a jornada da vida é uma questão de escolhas. “Eu adoraria ser a pessoa que era antes de me tornar um escritor de viagens. Poderia ter tido uma vida muito bonita como professor de piano, voltando para casa todas as noites para o jantar, cortando a grama e participando de clubes, sendo alguém regular e confiável. Mas escolhi um caminho diferente, e este é – para mim – uma missão”, detalhou. A escolha da profissão de escritor de viagens lhe proporcionou um senso de produtividade e um forte desejo de ajudar os outros a viajar de maneira construtiva, mesmo ao custo de não estar mais presente para os entes queridos.

Rick Steves, guru de viagens renomado, visitando o Maine para apoiar a campanha Sim ao 1.

O sentido de aventura é uma marca registrada de Steves, e ele manifestou um otimismo surpreendente em relação ao seu diagnóstico de câncer, descrevendo sua experiência como uma “jornada”. “Um mês atrás, disse adeus à minha próstata e vejo isso como uma jornada. Não falo a língua e não sei exatamente onde isso está indo. Não estou no controle do itinerário”, comentou. Essa mentalidade de viajante ajudou Steves a lidar com as incertezas e os desafios que a doença traz. Ele enfatizou que a jornada, embora desafiadora, também é uma oportunidade de aprendizado e crescimento pessoal.

Ao abordar o tema da incontinência resultante da cirurgia de prostatectomia, Steves mencionou que essa experiência o ajudou a desenvolver empatia por mulheres que lidam com questões semelhantes. “Não queria ser um especialista em incontinência, mas vou superar isso”, afirmou, mostrando-se aberto aos desafios que a vida lhe impôs. Para ele, a transparência sobre suas experiências de saúde é vital. Seu post nas redes sociais em agosto, onde revelou seu diagnóstico, gerou um enorme apoio, fazendo com que esse fosse o conteúdo mais comentado e compartilhado que já havia postado no Facebook. “Sempre achei importante não manter esses assuntos em segredo ou ficar envergonhado”, acrescentou, reforçando a importância de ser honesto sobre as dificuldades da vida.

Além disso, Steves compartilhou que sua vontade de falar abertamente sobre sua saúde foi motivada pela própria experiência de crescimento, tendo uma mãe com depressão. Ele lembrou que, enquanto adolescente, percebeu como era fundamental compartilhar e não esconder esses problemas, para que outros pudessem encontrar apoio e não se sentissem sozinhos em suas lutas. Essa visão humanitária que Steves possui se reflete em sua abordagem durante este período delicado da sua vida, onde o apoio recebido tem sido uma fonte de força. “Esse apoio tem quase um valor tangível. Alimenta o motor que me impulsiona nesta jornada e sou realmente grato por isso”, disse.

Analisando seu prognóstico, Rick Steves mostrou-se otimista e declarou estar “fazendo o melhor que pode”. Ele afirmou que, se você tem que ter câncer, o câncer de próstata “é um bom tipo de câncer”. Essa perspectiva positiva, mesmo diante de desafios imensos, demonstra a resiliência e a força de um homem que, mesmo em meio à adversidade, continua a buscar significado e a compartilhar suas lições de vida com o mundo.

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